Já se fazem quase quatro anos que o primeiro “Jogos Mortais” ganhou os cinemas brasileiros e se tornou, merecidamente, um filme cultuado pelo público em geral. E este suspense, que custou uma quantia estimada de um milhão de dólares, conseguiu feitos impressionantes. Tornou-se a franquia mais lucrativa da história do gênero, assim como o tempo recorde desafiado para produção de suas quatro sequências, cada uma sendo exibida nos Estados Unidos anualmente no Halloween. Mas, como já sabemos, tudo o que gera um grande lucro tem consequências negativas. No caso da franquia “Jogos Mortais”, que ainda inaugurou uma nova forma de se fazer cinema de horror, o seu pecado se tornou o excesso ou mesmo a repetição: a carnificina já nos deixa exaustos e os efeitos frenéticos só atrapalham.
Ao todo, a série já se aproxima a arrecadação mundial de 700 milhões de dólares. A soma do orçamento dos cinco filmes não chega a 10% de tudo isso. E em “Jogos Mortais V”, ao contrário do que se esperava, todas as peças não foram montadas. Aos que ainda se interessam em acompanhar toda a saga de Jigsaw, vale lembrar que, assim como no episódio anterior lançado em 2007, é o detetive Mark Hoffman (Costas Mandylor) o sujeito por trás das novas artimanhas que fazem com que vítimas com passado negro sofram para valorizar a própria existência. Mas Hoffman tem no seu encalço o Agente Strahm (Scott Patterson), que depois de sair a salvo de uma armadilha apavorante aos poucos vai conseguindo juntar muitas pontas soltas. Conexão que revela muita coisa até então deixadas ocultas nos episódios anteriores, mas que faz ampliar uma teia formada por muitos flashbacks e novos caminhos em aberto.
É verdade que a série já mostrava um desgaste desde o seu terceiro capítulo e que o episódio posterior a este deixava as coisas ainda mais desinteressantes. Mas com a entrada de David Hackl, que foi responsável pelo design dos longas anteriores, no comando do filme após a desistência de Darren Lynn Bousman – este tendo responsabilidades com a aguardada fantasia musical “Repo! The Genetic Opera” (que trás em seu elenco Alexa Vega, Paris Hilton e Paul Sorvino) -, “Jogos Mortais V” não é de todo ruim, lembrando em certas ocasiões o que havia de melhor na série concentrado nos dois primeiros filmes. Estes momentos são todos protagonizados por Julie Benz, aqui interpretando Brit. Atriz do seriado “Dexter” e que apareceu como a mocinha muito bem intencionada de “Rambo IV”, aqui ela aparece elegante e bem ardilosa, liderando uma das muitas passagens isoladas de “Jogos Mortais V” que, no fim das contas, são ligadas ao desfecho novamente surpreendente.
Título Original: Saw V
Ano de Produção: 2008
Direção: David Hackl
Elenco: Costas Mandylor, Scott Patterson, Julie Benz, Betsy Russell, Meagan Good, Mark Rolston, Carlo Rota, Greg Bryk, Laura Gordon, Joris Jarsky, Mike Butters e Tobin Bell.
Cotação: ![]()

Não é de hoje que o cinema independente traz a sua remessa de filmes dramáticos cuja premissa anuncia que nada vai bem a família que retrata. E a realização que recebeu um maior destaque recentemente é “A Família Savage”, este contando com Tamara Jenkins na liderança da direção e roteiro (ganhando uma menção ao Oscar pelo script original). Conhecida por interpretar uma das melhores amigas de Marisa Tomei em “Feliz Coincidência” e por dirigir esta em “O Outro Lado de Beverly Hills”, longa protagonizado por Natasha Lyonne, Jenkins trabalha aqui com uma família composta por três membros, sendo um pai e seu casal de filhos já bem adultos.