
“Alguém que Me Ame de Verdade”, uma realização da dupla Stefan C. Schaefer e Diane Crespo e que conta com o roteiro assinado somente por Schaefer, tece uma história fictícia que se move através de credos diferentes entre duas pessoas próximas. Se conferisse alguém mais ousado no comando renderia uma interessante polêmica.
Em um colégio no Brooklyn duas jovens mulheres são submetidas a lidarem com uma turma de crianças, estas em choque ao ver que as novas professoras são de religiões diferentes. Rochel (Zoe Lister Jones, uma bela e boa atriz), que sempre pede para ser chamada de Rachel pela dificuldade das pessoas em dizer o seu nome, é uma judia ortodoxa. Sua companheira de trabalho, Nasira (Francis Benhamou), é muçulmana. A tradição faria com que ambas mantessem a maior distância possível uma da outra, mas uma amizade sincera acontece entre elas.
Mesmo com os preconceitos da família, Rochel e Nasira tem uma forte sintonia, além de passarem por uma situação em igual: o casamento. Elas já estão na idade de consumar uma união, mas apesar da pressão dos pais elas não conseguem visualizar nos excêntricos pretendentes aquele homem ideal com quem ter um futuro. E surge a dúvida de como se livrar desse destino sem trair a própria fé.
Conforme as personagens tentam se desviar do casamento, “Alguém que Me Ame de Verdade” inaugura uma discussão com a platéia com a situação de suas protagonistas. Afinal, é ainda normal nos tempos de hoje testemunharmos casos de pessoas que abrem a mão da liberdade de escolha e do que o mundo oferece diante da fé religiosa, seja criado por si mesmo ou daquele que se desenvolve por influências da própria família. Só que ao invés de ir até os limites dessa condição o longa independente, prejudicado pelo seu formato quase televisivo, prefere preparar um final feliz diante do conformismo.
Título Original: Arranged
Ano de Produção: 2007
Direção: Stefan C. Schaefer e Diane Crespo
Elenco: Zoe Lister Jones, Francis Benhamou, Mimi Lieber, John Rothman, Sarah Lord, Trevor Braun, Doris Belack, Laith Nakli e Jason Liebman.
Nota: 5.5


PRIMAVERA PARA HITLER
OS PRODUTORES




“Se Eu Fosse Você” é uma comédia realizada em 2006 que fez muito sucesso através de uma história para lá de batida, mesmo que ainda eficiente: a troca de corpos entre os protagonistas. Eles são Cláudio (Tony Ramos) e Helena (Glória Pires), vítimas de um estranho fenômeno que os fazem viverem um no corpo do outro após uma discussão. O segundo filme tem a mesma premissa, onde o casal passa pela mesma circunstância quando armam a papelada para consolidar o divórcio. E se um raio pode cair duas vezes no mesmo lugar, sendo essa a afirmação que estampa o poster dessa sequência, o sucesso (é o filme nacional mais assistido desde a Retomada) confirma essa teoria.
Não tem jeito. Todo final de ano a indústria americana de cinema tem que confeccionar um filme natalino. E os estúdios estão certos de continuar investindo nesta tradição, pois quase sempre é garantido o sucesso, mesmo não entregando produto de qualidade. O último filme vindo deles foi “Surpresas do Amor”. A tradução literal do título original é “Quatro Natais”, só que a distribuidora Playarte, num lance de marketing, optou por lançar “Coração de Tinta – O Livro Mágico” na data natalina no Brasil e converter a realização de Seth Gordon somente como comédia romântica (o seu lançamento nos cinemas foi em janeiro deste ano). Mas não importa como lidar com o filme, totalmente desinteressante.