Bolt – Supercão

Bolt
John Lasseter é atualmente conhecido como aquele responsável por grande parte da qualidade das animações produzidas para o cinema nos últimos anos. Além de dirigir os dois “Toy Story” e também “Vida de Inseto”, sua filmografia também é composta pela sua colaboração como produtor de “Wall-E”, “Ratatouille”, “Monstros S.A.”, entre outros sucessos. É também se encarregando de produzir “Bolt – Supercão” que sentimos a sua presença criativa quando a animação se desenvolve.

O Bolt do título (voz de John Travolta na versão americana) é um cão que protagoniza junto com Penny (dublada por Miley Cyrus, que também compôs a canção “I Thought I Lost You”) uma atração televisiva. O herói de quatro patas possui várias habilidades e elas fazem com que o programa seja um sucesso. Dá que em uma dessas aventuras Penny é sequestrada pelo Dr. Calico (Malcolm McDowell) e como bom cão Bolt tenta defendê-la. Só que há um porém: Bolt pensa que toda essa encenação é verdadeira, chegando ao cúmulo de acreditar que tem poderes especiais. É quando ele sai do seu trailer em busca de Penny, que está totalmente segura em seu lar. Andando pela cidade, esbarra em outros animais e aos poucos compreende a sua verdadeira natureza.

Este primeiro momento de “Bolt – Supercão” é preenchido por mais baixos do que alto, muito pela falta de humor e o desenvolvimento bocejante. Mas quando a gata Mittens e o hamster Rhino aparecem no caminho de Bolt a animação ganha força e carisma. Como tradição em qualquer boa animação que se preze, aqui não pode faltar aquela sempre velha mensagem edificante, mas que nos conquista pela forma original como é processada. A lição aqui é que, independente da falta de poderes, as nossas habilidades, por menores que sejam, são capazes de driblar as situações de risco e salvar aqueles que amamos. Pode soar piegas, mas o filme, que conta com um caprichado trabalho técnico, é irresistível.

Título Original: Bolt
Ano de Produção: 2008
Direção: Byron Howard e Chris Williams
Elenco: Vozes de John Travolta, Miley Cyrus, Susie Essman, Mark Walton e Malcolm McDowell.
Nota: 7.0

Resenha Crítica | Um Faz de Conta que Acontece (2008)

Um Faz de Conta que Acontece
A Disney financiou um filme que trás uma idéia legal. Ela é sobre um sujeito que conta histórias de ninar para os seus sobrinhos. Só que todos os detalhes acrescentados pelas duas crianças se tornam realidade. Mas aí vem aquela velha questão de que nem toda boa idéia no papel é bem planejada quando encenada para os cinemas. É bem o caso de “Um Faz de Conta que Acontece”, que ainda sai no prejuízo por ter tido o seu lançamento bem próximo a “Coração de Tinta”, uma aventura infinitamente superior que apresenta um argumento um pouco parecido.

O contador de histórias é Adam Sandler, que tem o conhecido cargo de quebra-galho em um luxuoso hotel que foi construído pelo seu próprio pai (participação especial de Jonathan Pryce, que também se apresenta como narrador no início e fim do filme). Acontece que não é ele que gerencia o prédio, pois o seu pai, antes de falecer, teve que assinar um contrato para que o local não afundasse em dívidas. Assim, tudo fica no controle de Barry (Richard Griffiths), cuja famosa filha Violet (Teresa Palmer) tem um relacionamento com o audacioso Kendall (Guy Pearce). As coisas mudam para ele quando sua irmã (Courteney Cox) está com o seu casamento desfeito e deixa aos seus cuidados seus dois filhos Patrick (Jonathan Morgan Heit) e Bobbi (Laura Ann Kesling) quando tenta conseguir um emprego em outra cidade. O restante bate com a boa idéia descrita no primeiro parágrafo.

Elogiado em 2007 pela sua refilmagem de “Hairspray – Em Busca da Fama”, Adam Sharkman, que também é coreógrafo, realiza um trabalho fraco em “Um Faz de Conta que Acontece”. Para esta realização que está voltada tanto para o público infantil quanto para o adulto o que é feito é um trabalho nada encantador ou mesmo engraçado. Adam Sandler, que quando quer consegue ser um bom comediante e um intérprete sério, não ajuda como protagonista. A forma extravagante como lida com caretas, como na sequência onde tem a sua língua picada por uma abelha, é muito sem graça. O que mantem o espectador antenado até os créditos finais são as presenças de Keri Russell, Courteney Cox e sobretudo Guy Pearce, divertido em rara interpretação caricata.

Título Original: Bedtime Stories
Ano de Produção: 2008
Direção: Adam Sharkman
Elenco: Adam Sandler, Keri Russell, Guy Pearce, Teresa Palmer, Richard Griffiths, Jonathan Morgan Heit, Laura Ann Kesling, Russell Brand, Courteney Cox e Jonathan Pryce.
Nota: 4.0

Sete Vidas

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Dono de um talento inegável para a interpretação e de um carisma bem distinto de vários outras estrelas  de hollywoodianos, Will Smith é o hoje o maior astro do cinema. Somente em salas americanas estima-se que todos os longas de Smith tenham alcançado incríveis 2 bilhões e 500 milhões de dólares de renda. Além do mais, no histórico de bilheterias americanas alguns de seus filmes, como “Independence Day” e “Eu Sou a Lenda”, aparecem no ranking de filmes que mais lucraram em posições bem expressivas. Mas como uma carreira é sempre guiada por altos e baixos, “Sete Vidas” acaba sendo um projeto de resultado negativo para o ator.

Deixando de lado coisas menos relevantes como a influência de dinheiro ou o status atual do ator, este novo filme que representa a segunda parceria de Will Smith com o diretor italiano Gabriele Muccino tem muitos problemas. A premissa é razoável. Ben Thomas (Smith) foi o protagonista de uma tragédia que aos poucos o roteirista estreante em cinema Grant Nieporte se encarregará de nos apresentar com maior clareza. Tentando amenizar essas dores que já tomou conta de si, resolve elaborar uma pequena relação de nomes, sendo sete o total. E os nomes pertencem a pessoas que, de maneiras diferentes, precisam de alguma ajuda. Entre elas estão um cego pianista (Woody Harrelson) e uma jovem com grave doença que resumirá sua existência (Rosario Dawson, a melhor coisa do filme) com quem Ben terá um forte entrosamento.

Num papel diferente em toda a sua carreira, pois aqui Ben Thomas é totalmente emotivo, Smith até que se dá bem. Mas não consegue segurar como protagonista este “Sete Vidas”, cujo desenrolar é muito exaustivo. Os flashbacks relacionados ao protagonista se fazem muito desnecessários (atento a participação inútil do filhinho de Tom Cruise, Connor Cruise, que interpreta Ben quando ainda era novo) e eles prejudicam por tomar espaço de outros personagens coadjuvantes presentes na história. Mas nada consegue pior do que o clímax do drama, extremamente piegas e menos impactante do que se espera pela previsibilidade presente.

Título Original: Seven Pounds
Ano de Produção: 2008
Direção: Gabriele Muccino
Elenco: Will Smith, Rosario Dawson, Woody Harrelson, Michael Ealy, Barry Pepper, Elpidia Carrillo, Robinne Lee e Connor Cruise.
Nota: 4.5

Resenha Crítica | Dia dos Namorados Macabro (2009)

Dia dos Namorados MacabroA Internet disponibiliza aos seus usuários um amplo acervo de filmes que vão de clássicos até filmes ainda não exibidos no circuito. Além do mais, muitos lucram em transferir o material armazenado no seu computador em DVDs que logo serão vendidos a quem queira adquirir o filme a preço de fim de feira. E para tudo isto basta só alguns cliques para você visualizar o filme que deseja na tela do seu computador. Com essas duas possibilidades que os avanços da tecnologia trouxe o que fazer para manter vivo a boa vontade de uma pessoa ir em ao cinema conferir um longa no telão? Por enquanto a única saída tem sido a exibição de títulos com a tecnologia 3D. Só por ela é que “Dia dos Namorados Macabro” se tornou um horror tão festejado.

O longa é refilmagem de uma fita de mesmo título conduzida por George Mihalka (que também fez o horroroso “Um Estranho na Torre”). É mantido muito da trama original na refilmagem de Patrick Lussier, que é bem básica. Um bando de adolescentes é assassinado em pleno dia dos namorados por um sujeito que veste os mesmos trajes dos mineiros do minúsculo município de Harmony. Dez anos depois vemos os sobreviventes. Sarah (Jaime King) e Axel (Kerr Smith) se casaram. Ela trabalha em um mercado e ele se tornou xerife. Tom (Jensen Ackles, do seriado “Sobrenatural”), o protagonista que é apaixonado por Sarah, é outro sobrevivente. Ele herdou as minas onde ocorreu o massacre e retorna depois de uma década para tentar vendê-la para outros empresários. Dá que assim que ele aparece os assassinatos reiniciam.

Acontece que dentro desse roteiro de “Dia dos Namorados Macabro” nada demais acontece (é possível prever como tudo vai terminar). Ai vai tecnologia dos óculos 3D para dar conta do serviço. Mas de nada adianta se empolgar. Dá para contar nos dedos a quantidade dos efeitos que enganam a plateia e a maioria deles se diz respeito a tiros, personagens apontando armas, objetos em cena sendo quebrados e a picareta do vilão vindo em nossa direção. O resultado é vergonhoso de tão ruim e ainda saímos no prejuízo de ficar com os olhos bem irritados. O diretor Lussier, que não é bobo, já está armando outro projeto usando as mesmas ferramentas de trabalho com o até então intitulado “Condition Dead 3D”. Mas ao julgar pelo resultado de “Dia dos Namorados Macabro” nem dá para ficar na expectativa, que só não leva um zero pela até que bem planejada sequência noturna dentro do mercado onde Sarah trabalha e da festejada nudez da atriz Betsy Rue, que sai correndo sem roupas por dez minutos em cena suspicaz que mais excita do que assusta.

Título Original: My Bloody Valentine
Ano de Produção: 2009
Direção: Patrick Lussier
Elenco: Jensen Ackles, Jaime King, Kerr Smith, Betsy Rue, Edi Gathegi, Megan Boone e Tom Atkins.

Sim Senhor

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Jim Carrey já havia se aventurado em uma comédia onde “Sim Senhor” tem uma forte ligação. Trata-se de “O Mentiroso”, excelente longa dirigido por Tom Shadyac. Neste longa produzido em 1996 Carrey vive um advogado que só fala a verdade depois do desejo de aniversário do seu filho que está exausto de todas as mentiras que ouve vindo dele. Já Peyton Reed dirige Carrey num longa cuja premissa é de um bancário que passa a responder positivamente a todas as propostas que lhe seguem, desde coisas relacionadas ao seu trabalho, como a aprovação de empréstimos, até como convites que requerem um pouco de coragem (saltar de bungee jump, dar carona para estranhos).

Mas é injusto estabelecer muitas comparações com o filme de Shadyac e o de Reed. Primeiro por causa das circunstâncias distintas como a verdade aparece no filme de um e o sim no filme de outro. E o segundo é que “Sim Senhor” está longe de ser um “O Mentiroso”, seja nas risadas que oferece, no ritmo ou nas cenas originais. A verdade é que essa história de Carl (Carrey), que acaba tendo uma vida deprê por causa do fim do seu relacionamento com Stephanie (Molly Sims) e que consegue reverter tudo depois de um espetáculo com um guro de auto ajuda (Terence Stamp), não conquista grandes feitos.

Com base no livro de Danny Wallace, que narra as suas experiências quando dedidiu por seis meses somente responder com um sim a tudo o que lhe era pedido ou perguntado, o trio de roteiristas Andrew Mogel, Jarrad Paul, Nicholas Stoller não foram capazes de fazer com que o efeito que causa em Carl com a sua nova atitude de vida seja muito grande. Daí o que era para se tornar um programa descompromissado, mas capaz de gerar uma encenação bacana de como encarar a vida de um jeito diferente acaba resultando em algo bem frouxo. Mas o filme vale por algumas cenas em particular, como a impagável participação de Fionnula Flanagan como a vizinha tarada de Carl e a docúra com que Zooey Deschanel desempenha o seu papel. E não se pode esquecer de Jim Carrey, um notável comediante capaz de tornar as suas caretas forçadas em algo verdadeiramente engraçado de se apreciar através do carisma que imprime sempre quando está em ação.

Título Original: Yes Man
Ano de Produção: 2008
Direção: Peyton Reed
Elenco: Jim Carrey, Zooey Deschanel, Bradley Cooper, John Michael Higgins, Rhys Darby, Molly Sims, Luis Guzmán, Fionnula Flanagan e Terence Stamp.
Nota: 5.5

Dia das Mães – 10 Mães do Cinema

Nada melhor do que aproveitar a data de hoje para apontar dez dos vários títulos que o cinema já produziu que destacam a figura materna. Muitos retratos de mães que já conferimos as apresentam em diversas situações complicadas em família, seja a responsabilidade que desempenhar o papel de mãe traz, seja a rebeldia dos filhos ou a traição do marido. Mas há também aquelas errantes, vilãs. Mas antes de eu relacionar aquelas que mais me marcaram diante da personalidade ou da história que protagonizam, não posso me esquecer de desejar um feliz Dia das Mães para a minha, Aparecida, que não desempenha somente este papel, mas também o de pai e amiga. E também desejo a mãe de todos vocês, cinéfilos e cinéfilas, um ótimo dia. Dica: que tal vocês se reunirem com ela esta noite e ver um filme descompromissado ou um desses listados abaixo? Garanto que não há presente melhor! :-)

Maldito Coração, de Asia Argento (2004, The Heart Is Deceitful Above All Things)
Quem pensava que este filme mais popular de Asia Argento na direção seria algo parecido com que sempre foi realizado pelo seu pai, Dario Argento, provavelmente quebrou a cara. Aqui não há qualquer cena de horror regado a sangue, embora muitos dos acontecimentos sejam muito, muito incômodos. Em “Maldito Coração” o perfil que podemos retirar de mãe é o de louca, irresponsável, abominável, mas ainda assim uma mãe. O filme acompanha as várias fases de crescimento de Jeremiah e a tumultuada vida com a sua mãe Sarah, que troca de homens assim como troca de roupas. Mas quem pagará o preço é o próprio Jeremiah, que, numa sequência que nunca sairá de sua memória, é molestado por um dos amores de Sarah.

Do Jeito Que Ela É, de Peter Hedges (2003, Pieces of April)
Na minha opinião, “Do Jeito Que Ela É” é o melhor filme a tratar de uma relação entre mãe e filha, bem como um dos meus favoritos. Filmado em recurso digital somente com 300 mil dólares, Hedges estreia na direção com este filme que é uma homenagem para a sua mãe, cuja história é simples, mas capaz de comover qualquer um. Katie Holmes e Patricia Clarkson, perfeitas, nunca tiveram um momento juntas válido para ser lembrado. Digamos que a filha dá uma chance para a mãe e vice-versa para registrar um bom momento. E a previsão para que isto aconteça será no Dia de Ação de Graças. Mas as coisas não darão certo com muita facilidade, pois Holmes não consegue dar conta dos preparativos para a data em seu modesto apartamento e Clarkson, diagnosticada com câncer, está com os dias contados. Preparem os lenços!

Entre Quatro Paredes, de Todd Field (2001, In the Bedroom)
No filme de Todd Field, Tom Wilkinson e Sissy Spacek vivem um casal que durante toda a união tiveram um único filho, que é interpretado por Nick Stahl. Ele namora com Marisa Tomei, que é bem mais velha do que ele. Mas o problema não é somente a idade: William Mapother, ex-marido da Marisa, é um sujeito explosivo e que interferirá no relacionamento dos dois, o que culminará um acontecimento trágico. A mãe feita Sissy Spacek, que já imaginava que algo de bom não aconteceria durante neste namoro, protagoniza duas cenas devastadoras, uma com Wilkinson e outra com Marisa Tomei. Esplêndido drama que traz um outro lado da moeda: a dor da perda filmada através dos pais, e não dos filhos.

O Dom da Premonição, de Sam Raimi (2000, The Gift)
No melhor filme de toda a filmografia de Sam Raimi, Cate Blanchett é Annie. Ela herdou um dom que a faz ter pistas do que acontecerá no futuro daqueles que passam por consultas com ela. A sua amiga Valerie (Hilary Swank) é a que mais pede para que coisas da sua relação com o seu rude marido (Keanu Reeves) sejam esclarecidas. Dá que ele se torna suspeito do desaparecimento da jovem Jessica (Katie Holmes), que estava prestes a se casar com Wayne (Greg Kinnear). Embora o destaque aqui seja o mistério desse desaparecimento e o culpado por ele, o que mais fortalece a narrativa é a situação da personagem de Blanchett, uma mulher pobre e com filhos para criar que passa a ser chamada de bruxa por muitas pessoas que vivem em seu município. E essa história é inspirada na vida da mãe do ator Billy Bob Thornton, que aqui assina o roteiro.

De Bem com a Vida, de Nick Cassavetes (1996, Unhook the Stars)
Millie (Gena Rowlands) revela um retrato diferente do que já foi visto sobre as mães. Ela é viúva e mãe de dois filhos bem crescidos. Um deles é casado, vai ter um filho e está com a vida profissional em ascensão. A outra também já amadureceu, mas acaba de abandoná-la. Sozinha, se dispõe a cuidar do filho da sua vizinha Monica (Marisa Tomei), que está com um casamento em ruínas. Esse menino, que é interpretado por Jake Lloyd, fará com que Millie repense muito sobre a sua existência. Bela homenagem para Gena Rowlands, mãe de Nick Cassavetes, que aqui incorpora uma mulher que precisa que as responsabilidades e que aqueles que a cercam, especialmente os seus dois filhos, lhe deem espaço para ficar, como o ótimo título nacional entrega, de bem com a própria vida. Leia mais sobre o filme clicando aqui.

Mamãe é de Morte, de John Waters (1994, Serial Mom)
Para o gênio bizarro John Waters, ter uma serial killer como mãe é motivo para se orgulhar. E, para ser franco, deve ser mesmo. Aqui a extraordinária Kathleen Turner faz tudo o que uma boa mãe deveria: mata a velha cliente da locadora do seu filho (papel de Matthew Lillard) que nunca rebobina as fitas de vídeo e o professor que lhe dá notas baixas, acerta um arpão no namorado cafajeste da sua filha (Ricki Lake) e elimina a vizinha que não recicla o próprio lixo. Quer mais? Ela ainda mantinha contato com amigos como Ted Bundy e Richard Speck. Que amor de mãe!

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Laços de Ternura, de James L. Brooks (1983, Terms of Endearment)
Se o assunto é mães cinematográficas não há exemplo ideal a ser lembrado do que “Laços de Ternura”. Neste drama oscarizado de James L. Brooks, Shirley MacLaine é a mãe de Debra Winger. As duas são aquele tipo de mãe e filha que nunca se separam, mesmo com os atritos que a relação apresenta. Dá que Debra Winger cresce e amadurece e se casa com Jeff Daniels, com quem terá três filhos, dois garotos e uma menina. O filme recebeu uma sequência, “O Entardecer de Uma Estrela”, que é tão bom quanto, mas o melodrama de L. Brooks permanece como aquele que melhor explora a a relação mãe e filha.

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Mamãezinha Querida, de Frank Perry (1981, Mommie Dearest)
Nem pensem em passar a data com a mãe vendo esse filme, caros! O filme é baseado em um best-seller de Christina Crawford, que por sua vez descreve as poucas e boas que viveu desde que foi adotada por Joan Crawford. Esta, que fora uma grande estrela de Hollywood, parecia não ser a mesma pessoas que os seus fãs e a mídia conheciam. Recomendado para aqueles que querem saber mais sobre Joan e também para as vítimas de castigos e agressões da própria mãe e que planejam se vingar. Brincadeiras à parte, leia mais sobre o filme aqui.
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Kramer vs. Kramer, de Robert Benton (1979, Kramer vs. Kramer)
Não é só de uma figura feminina que se forma uma mãe. No caso do famoso filme de Robert Benton, um pai, diante do abandono repentino da esposa e com o filho pequeno para criar, acaba se tornando obrigado a assumir também as responsabilidades de mãe. Embora o roteiro recorra a uma injustiça, o de não desenhar muito bem as motivações e dramas da personagem de Meryl Streep, dando a impressão de que estamos diante de uma autêntica bitch, o filme sobrevive e se torna relevante diante da data devido ao notável desempenho de Dustin Hoffman, que agarra esse papel que lhe rendeu seu primeiro Oscar com uma veracidade impressionante.

O Bebê de Rosemary, de Roman Polanski (1968, Rosemary’s Baby)
O amor de mãe também pode servir como abordagem para um filme de terror. Foi assim que Roman Polanski deve ter pensado ao conceber “O Bebê de Rosemary”, adaptação da novela de Ira Levin. Em seu papel mais famoso, Mia Farrow é Rosemary. Ela é esposa de John Cassavetes, que vive um ator decadente. Hospedados no edifício Dakota (futuro palco para o assassinato de John Lennon), Rosemary engravida e no período de gestação vê à sua frente estranhos fenômenos que envolve o seu marido e também os próprios vizinhos. Ainda assim, é o desejo em ter um filho que a fará ter forças para tentar se afastar desse estranho ritual.

Austrália

Resenha Crítica | Austrália (2008)

Neste ano o épico romântico “…E o Vento Levou” completa nada menos do que setenta anos desde o seu ano de lançamento. A data, tão importante para qualquer cinéfilo, serve para festejar este clássico obrigatório que se torna mais emocionante e mágico a cada tempo que passa. É também o título que o cinema tenta, mas não consegue criar uma produção a altura. “Austrália”, de Baz Luhrmann é um dos vários exemplos existentes que nascem com essa pretensão, embora o conteúdo também lembre “Assim Caminha a Humanidade”. Milhões e milhões de dólares foram investidos nesta produção de primeira que trás em seus departamentos técnicos um trabalho de encher os olhos. Mas falta algo muito importante à “Austrália”: um roteiro consistente.

A história inicia quando Lady Sarah Ashley (Nicole Kidman) vai para Austrália em busca de seu marido, dono de uma fazenda. Ao chegar no local se depara com o seu cadáver. Com esta perda logo abandonará toda a vida luxuosa de antes para lidar com as responsabilidades nesta terra que terá como o  seu novo lar. A sua primeira missão é transportar centenas de cabeças de gado e, para isto, conta com as habilidades do Capataz (Hugh Jackman), com que obviamente terá um romance. E como é tradição no gênero, não pode faltar aquele personagem que conspira contra os planos dos protagonistas. Ele é incorporado por Bryan Brown e sua intenção é lucrar com as terras e o gado que agora é de Sarah. Depois disso, a história se concentra tanto no garoto aborígene Nullah (Brandon Walters), que acaba sendo “adotado” como uma espécie de filho para Sarah, o misticismo por trás dessa criança e também o aparecimento da Segunda Guerra Mundial.

Está história do próprio Baz Luhrmann necessitou de aproximadamente três horas para ser contada. Elas não chegam a custar a paciência de quem embarcar na aventura, mas as maneiras do diretor Luhrmann em contá-la é algo totalmente desapontador. A sua intenção aqui é homenagear a sua terra natal com um romance cuja moral de dedica a mostrar que as nossas conquistas, sonhos, desejos e felicidade estão nos aguardando em nossos próprios lares. É uma pena que a beleza dessa mensagem seja mostrada somente através de imagens, onde paisagens parecem ser verdadeiras pinturas artísticas. Há encanto em “Austrália” quando abre espaço para referências da fantasia “O Mágico de OZ” para fortalecer ainda mais essa idéia, mas o restante se resume a uma obra ancorada por um casal sem um pingo de química e que se atrapalha ao se articular com tantos temas.

Título Original: Australia
Ano de Produção: 2008
Direção: Baz Luhrmann
Elenco: Nicole Kidman, Hugh Jackman, Bryan Brown e Brandon Walters