
Há muitas pessoas que em determinado momento de suas vidas ficam confusas ao constatarem que, até então, não cultivaram amizades suficientemente fortes. E isto não é algo impressionante, vendo que está cada vez mais difícil nos dias de hoje contar com uma amizade que sobrevive através da confiança, honestidade e companheirismo. John Hamburg, diretor de “Quero Ficar Com Polly” e roteirista de “Entrando Numa Fria”, não tem o mínimo de sensibilidade para trabalhar de forma envolvente com uma premissa que se desenvolva através desta realidade. Mas até que dá conta do recado ao converter este fato dramático em uma piada.
Peter Klaven (Paul Rudd) é o sujeito que se vê diante dessa situação solitária de não ter amigos quando a sua noiva Zooey (a carismática Rashida Jones) arma os preparativos para o casamento, que inclui todos aqueles convites para madrinhas e padrinhos do casal. Com isto, o filme persegue a busca de Peter por um amigo. Os maridos das amigas de Zooey é o extremo oposto do nosso protagonista e os encontros que marca com estranhos não são bem-sucedidos. É como corretor tentando vender a mansão de Lou Ferrigno (sim, o próprio dá as caras na comédia) que ele conhece Sydney Fife (Jason Segel), aquele que não somente topará ser seu padrinho de casamento, como também o seu companheiro de todas as horas. Literalmente.
Desse momento em diante, “Eu Te Amo, Cara” se resume aos encontros dos personagens. Eles são bem diferentes entre si. Peter é um homem responsável, contido. Já Sydney leva as coisas de maneira desleixada, sem preocupações ou ambições. Mas existe uma sintonia. E ela envolve a plateia. Não há aqui o nome de Judd Apatow envolvido na produção, mas o espírito da realização de John Harburg é praticamente o mesmo, fazendo com que a ausência de personalidade nos faça tratar o seu filme somente como um passatempo esquecível. E é, só que concebido com qualidade. A participação especial da clássica e sensacional banda canadense “Rush” enriquece o resultado.
Título Original: I Love You, Man
Ano de Produção: 2009
Direção: John Hamburg
Elenco: Paul Rudd, Jason Segel, Rashida Jones, Sarah Burns, Jaime Pressly, Jon Favreau, Jane Curtin, J.K. Simmons, Andy Samberg e Lou Ferrigno.
Nota: 7.0

Desde o regular “Miss Simpatia 2 – Armada e Poderosa”, produção de 2005, que Sandra Bullock não protagonizava uma fita da mesma linha. Uma das razões para este afastamento do gênero que elevou seu status se dá pela idade. Hoje com quarenta e cinco anos, a atriz se dedicou em incorporar personagens mais densas. Os resultados foram bem-sucedidos (“Crash – No Limite” e “
Sam Raimi passou praticamente toda a década se dedicando na direção da série cinematográfica “Homem-Aranha”. Mesmo que sejam filmes de natureza fantástica, todos sempre aguardavam por um retorno às suas raízes, dos bons tempos de “Uma Noite Alucinante”. É verdade que, de certa maneira, ele nunca abandonou o gênero que o consagrou, já que antes de “Homem-Aranha” ele dirigiu o esplêndido drama sobrenatural “O Dom da Premonição”. Raimi também é um dos investidores da Ghost House, produtora que bancou projetos como “O Grito”, “
Se há diretores que merecem algum reconhecimento logo em seu trabalho de estreia o britânico Neil Marshall talvez não seja um deles. Vai saber como, seu “Dog Soldiers – Cães de Caça”, produção de 2002 sobre tropa de soldados ingleses em floresta escocesa que aos poucos se transformam em lobisomens, virou cult. Em “Abismo do Medo” o prestígio foi ainda maior, com direito a comentários afirmando que se tratava da melhor produção do gênero desde o distante “Alien – O Oitavo Passageiro”. Mas se o claustrofóbico filme situado quase inteiramente dentro de uma caverna com criaturas sinistras de fato é muito bom, em “Juízo Final”, terceiro trabalho de Marshall, não há quase nada para ser aproveitado.
O cineasta dinamarquês Lars von Trier é considerado por muitos cinéfilos como o diretor mais polêmico em atividade. Não se trata de uma afirmação exagerada, já que cada um de seus filmes sempre é alvo de controvérsia quando lançado. Com o recentemente apresentado “Anticristo” a situação não foi diferente, a exemplo da exibição no Festival de Cannes deste ano. A reação ao término da fita se sucedeu entre vaias e aplausos. Mas o verdadeiro resultado de “Anticristo” atinge um equilíbrio diante desses dois pesos díspares: é interessante o suficiente ao ponto de não ser um projeto desastroso, só que de tão desorientado fica difícil apreciá-lo por completo.
Nascido na Espanha, o diretor Jaume Collet-Serra fez sua estreia na função com o thriller “A Casa de Cera”, produção de 2005. Embora o filme não tenha recolhido nem muitos elogios da imprensa especializada ou do público, o nome do cineasta, que agora tem trinta em cinco anos, entrou em evidência pela sua criatividade ao trabalhar em um curioso cenário. Após, rodou o drama esportivo de fraca repercussão “Gol 2 – Vivendo o Sonho”. Agora, ele está de volta ao gênero com “A Órfã” com uma dupla de respeitáveis protagonistas.
“Atração Fatal”, a obra máxima de Adrian Lyne, continua parindo cópias bem inferiores. E “Obsessiva”, filme de Steve Shill, se diferencia por uma razão: é a pior entre todas já realizadas. Embora de filmografia pequena, Lyne ao longo dela desenvolveu diversos longas onde a temática principal é o adultério e as suas inevitáveis consequências. Mas ele elaborava isto com talento e originalidade, resultando tanto em romances descompromissados como “Proposta Indecente” quanto em polêmicas como a sua versão de “Lolita” e o próprio “Atração Fatal”. Shill só consegue risos involuntários.


