Sempre ao Seu Lado

O cineasta sueco Lasse Hallström é bem conhecido pela frequência com que trabalha. Nos últimos dez anos, foram seis o total de obras que levam a sua assinatura. Mais do que isso, Hallström carrega ao longo de sua carreira diversos títulos que marcaram pela simplicidade de suas histórias e o talento para contá-las. É verdade que com esta característica o diretor nem sempre encantou, a exemplo da mediana comédia romântica “O Poder do Amor”, com Julia Roberts e Dennis Quaid. Aliás, “Casanova” e “O Vigarista do Ano” também oferecem propostas distintas de outras já vistas nos filmes de Hallström. Felizmente, “Sempre ao Seu Lado”, realizado antes do surpreendente sucesso de estreia nas bilheterias americanas “Dear John”, é um acerto, e dos mais comoventes.
Trata-se de uma nova versão de “Hachikô monogatari” que, por sua vez, foi rodado em 1987 e se baseia em uma história verídica ocorrida no Japão em meados da década de 1920. A história e das mais simples e é exatamente por isto que é um drama tão bom. Parker Wilson (Richard Gere, que está muito à vontade no papel e que também se encontra na função de produtor) é um professor universitário que ao voltar para a sua casa e família encontra na estação de trem um cãozinho da raça Akita. Sem saber o que fazer com o animal, decide levá-lo consigo por uma noite. Embora a sua filha Andy (Sarah Roemer) adore a ideia de ter um novo animal de estimação, Cate (Joan Allen) não permite que tenha dentro de seu lar uma nova companhia. O tempo corre, Parker tenta em vão encontrar o dono ou alguém que queira adotar o cão, que passa a chamar de Hachi, e Cate acaba aceitando a presença dele que, diariamente e pontualmente, aguarda o seu dono na estação que sempre pega para ir ao trabalho e voltar para casa.
Para aqueles com corações mais sensíveis, não vale revelar o drama que abaterá a história em seu segundo ato. Basta dizer que por trás do roteiro que se desenvolve através de situações rotineiras, como as idas e vindas de Parker, as conversas com os colegas que trabalham próximos à estação de trem e o casamento de Andy, há um retrato poderoso sobre a vida e a morte. O objetivo de “Sempre ao Seu Lado” é sim arrancar lágrimas de seu público, mas ele não o faz manipulando os nossos sentimentos. Mas do que um filme de cachorro com final que faz chorar (a última cena de Joan Allen é devastadora), “Sempre ao Seu Lado” trata com sinceridade a lealdade de seu protagonista canino para com o seu dono é o quão é doloroso a perda, cuja superação somente poderá chegar quando, finalmente, chegar a nossa hora de partir.
Título Original: Hachiko: A Dog’s Story
Ano de Produção: 2009
Direção: Lasse Hallström
Elenco: Richard Gere, Joan Allen, Sarah Roemer, Jason Alexander, Cary-Hiroyuki Tagawa, Erick Avari, Davenia McFadden, Kevin DeCoste e Tora Hallstrom.
Cotação:
Sempre ao Seu LadoO cineasta sueco Lasse Hallström é bem conhecido pela frequência com que trabalha. Nos últimos dez anos foram seis o total de obras que levam a sua assinatura. Mais do que isso, Hallström carrega ao longo de sua carreira diversos títulos que marcaram pela simplicidade de suas histórias e o talento para contá-las. É verdade que com esta característica o diretor nem sempre encantou, a exemplo da mediana comédia romântica “O Poder do Amor”, com Julia Roberts e Dennis Quaid. Aliás, “Casanova” e “O Vigarista do Ano” também oferecem propostas distintas de outras já vistas nos filmes de Hallström. Felizmente, “Sempre ao Seu Lado”, realizado antes do surpreendente sucesso de estreia nas bilheterias americanas “Dear John”, é um acerto – e dos mais comoventes.
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Trata-se de uma nova versão de “Hachikô monogatari” que, por sua vez, foi rodado em 1987 e se baseia em uma história verídica ocorrida no Japão em meados da década de 1920. O argumento é simples e é exatamente por isto que é um drama tão bom. Parker Wilson (Richard Gere, que está muito à vontade no papel e que também se encontra na função de produtor) é um professor universitário que ao voltar para a sua casa e família encontra na estação de trem um cãozinho da raça Akita. Sem saber o que fazer com o animal, decide levá-lo consigo por uma noite. Embora a sua filha Andy (Sarah Roemer) adore a ideia de ter um novo animal de estimação, Cate (Joan Allen) não permite que tenha dentro de seu lar uma nova companhia. O tempo corre, Parker tenta em vão encontrar o dono ou alguém que queira adotar o cão, que passa a chamar de Hachi, e Cate acaba aceitando a presença dele que, diariamente e pontualmente, aguarda o seu dono na estação que sempre vai para ir ao trabalho e voltar para casa.
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Para aqueles com corações mais sensíveis, não vale revelar o drama que abaterá a história em seu segundo ato. Basta dizer que por trás do roteiro que se desenvolve através de situações rotineiras, como as idas e vindas de Parker, as conversas com os colegas que trabalham próximos à estação de trem e o casamento de Andy, há um retrato poderoso sobre a vida e a morte. O objetivo de “Sempre ao Seu Lado” é sim arrancar lágrimas de seu público, mas ele não o faz manipulando os nossos sentimentos. Mas do que um filme de cachorro com final que faz chorar (a última cena de Joan Allen é devastadora), “Sempre ao Seu Lado” trata com sinceridade a lealdade de seu protagonista canino para com o seu dono é o quão é doloroso a perda, cuja superação somente acontecerá quando, finalmente, chegar a nossa hora de partir.
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Título Original: Hachiko: A Dog’s Story
Ano de Produção: 2009
Direção: Lasse Hallström
Elenco: Richard Gere, Joan Allen, Sarah Roemer, Jason Alexander, Cary-Hiroyuki Tagawa, Erick Avari, Davenia McFadden, Kevin DeCoste e Tora Hallstrom.
Cotação: 4 Stars

Se Beber, Não Case

O diretor americano Todd Phillips tem uma filmografia com comédias que não fizeram feio nas bilheterias. Porém, com exceção da divertida adaptação “Starsky & Hutch – Justiça em Dobro”, nada do que foi feito é digno de qualquer relevância. Com essa baixa, Todd Phillips talvez tenha se empenhado um pouco mais ao realizar “Se Beber, Não Case”. E a moral do sujeito foi às alturas com a vitória na última edição do Globo de Ouro, cuja cerimônia de entrega de prêmios prestigiou mais as cifras obtidas pelos títulos indicados do que a qualidade artística, como bem comprova “Se Beber, Não Case”.
O início da história é a mesma já vista dezenas de vezes. Quarteto de grandes amigos vai comemorar a despedida de solteiro de um deles, Doug Billings (Justin Bartha), em Las Vegas. Depois da primeira noite de bebedeira, o dia seguinte vem com o desaparecimento do noivo. Agora um trio, Phil (Bradley Cooper), Stu (Ed Helms) e Alan (Zach Galifianakis), que não se lembram de absolutamente nada do que aconteceu, tentarão juntar as mórbidas peças do quebra-cabeça, entre elas um bebê, um tigre, uma galinha, um dente quebrado de Stu, um carro de polícia, entre outros.
A comédia tenta ser original através desse aspecto “misterioso” do roteiro, que só se tornará claro quando os protagonistas descobrirem a origem de cada uma das pistas que levarão a encontrar Doug. Mas isto nem deve ser levado em consideração, pois o que faz de “Se Beber, Não Case” um trabalho moderadamente eficaz é o seu elenco. Os atores centrais, especialmente Ed Helms (que fez uma participação divertida em “Os Delírios de Consumo de Becky Bloom, interpretando o sujeito que persegue a protagonista de Isla Fischer), dão conta do recado, se desviando muitas vezes do humor vulgar. Alguns coadjuvantes também merecem destaque, como Mike Tyson interpretando ele mesmo e o impagável Ken Jeong, que faz aqui um vilão bem afetado. Contudo, o mesmo não pode ser dito de Heather Graham, que faz aqui uma garota de programa. A atriz deveria arrumar um novo emprego tamanho número de escolhas (e interpretações) ruins.Título Original: The Hangover
Ano de Produção: 2009
Direção: Todd Phillips
Elenco: Bradley Cooper, Ed Helms, Zach Galifianakis, Justin Bartha, Heather Graham, Sasha Barrese, Jeffrey Tambor, Ken Jeong, Rachael Harris, Mike Epps, Todd Phillips e Mike Tyson.
Cotação:

Se Beber, Não CaseO diretor americano Todd Phillips tem uma filmografia com comédias que não fizeram feio nas bilheterias. Porém, com exceção da divertida adaptação “Starsky & Hutch – Justiça em Dobro”, nada do que foi feito é digno de qualquer relevância. Com essa baixa, Todd Phillips talvez tenha se empenhado um pouco mais ao realizar “Se Beber, Não Case”. E a moral do sujeito foi às alturas com a vitória na última edição do Globo de Ouro, cuja cerimônia de entrega de prêmios prestigiou mais as cifras obtidas pelos títulos indicados do que a qualidade artística, como bem comprova “Se Beber, Não Case”.

O início da história é a mesma já vista dezenas de vezes. Quarteto de grandes amigos vai comemorar a despedida de solteiro de um deles, Doug Billings (Justin Bartha), em Las Vegas. Depois da primeira noite de bebedeira, o dia seguinte vem com o desaparecimento do noivo. Agora um trio, Phil (Bradley Cooper), Stu (Ed Helms) e Alan (Zach Galifianakis), que não se lembram de absolutamente nada do que aconteceu, tentarão juntar as mórbidas peças do quebra-cabeça, entre elas um bebê, um tigre, uma galinha, um dente quebrado de Stu, um carro de polícia, entre outros.

A comédia tenta ser original através desse aspecto “misterioso” do roteiro, que só se tornará claro quando os protagonistas descobrirem a origem de cada uma das pistas que levarão a encontrar Doug. Mas isto nem deve ser levado em consideração, pois o que faz de “Se Beber, Não Case” um trabalho moderadamente eficaz é o seu elenco. Os atores centrais, especialmente Ed Helms (que fez uma participação divertida em “Os Delírios de Consumo de Becky Bloom“), dão conta do recado, se desviando muitas vezes do humor vulgar. Alguns coadjuvantes também merecem destaque, como Mike Tyson interpretando ele mesmo e o impagável Ken Jeong, que faz aqui um vilão bem afetado. Contudo, o mesmo não pode ser dito de Heather Graham, que faz aqui uma garota de programa. A atriz deveria arrumar um novo emprego tamanho número de escolhas (e interpretações) ruins.

Título Original: The Hangover
Ano de Produção: 2009
Direção: Todd Phillips
Elenco: Bradley Cooper, Ed Helms, Zach Galifianakis, Justin Bartha, Heather Graham, Sasha Barrese, Jeffrey Tambor, Ken Jeong, Rachael Harris, Mike Epps, Todd Phillips e Mike Tyson.
Cotação: 3 Stars

Monstros Vs. Alienígenas

Monstros Vs. AlienígenasMais do que uma grande produção lançada em formato 3D e celebrada como o maior filme do início até maio de 2009, “Monstros Vs. Alienígenas” surge como uma corajosa investida no cinema de animação que deve ser apreciada. Por que? As justificativas são encontradas nas saborosas referências as produções do cinema B. Há citações de “Museu de Cera”, “A Mosca”, “O Monstro da Lagoa Negra”, “Alien – O Oitavo Passageiro”, entre outros.

A história também não poderia se inspirar em outras fontes. A bela Susan Murphy (voz de Reese Witherspoon) está prestes a se casar quando é atingida por um meteorito que a faz crescer de forma assustadora. Com muitos testemunhando o fenômeno não demora para uma instituição secreta do governo americano capiturá-la. Reclusa, logo ela se depara com outras criaturas que também sofreram estranhas mutações.

São elas: o dr. Barata (voz de Hugh Laurie), um cientista maluco que, claro, se transformou em uma barata; B.O.B. (Seth Rogen), ser gelatinoso sem cérebro; Elo Perdido (Will Arnett), que é meio macaco, meio peixe; Insetossauro, um monstro peludo ainda maior que Susan.

Com esta apresentação, “Monstros Vs. Alienígenas” prossegue ainda mais divertido ao focar esses monstros exercendo os papéis de heróis da humanidade ao enfrentarem uma ameaça alienígena. Embora animada, as sequências de ação, especialmente uma que termina em um confronto na ponte Golden Gate, são de tirar o fôlego de tão bem elaboradas. Como bom exemplar do gênero, não pode faltar aquela velha lição de moral para toda a família. Até neste sentido “Monstros Vs. Alienígenas” se destaca entre os demais, fazendo-o de forma descolada. Afinal, qual graça há em ser um humano com características comuns quando os metros a mais são suficientes para ter coragem tanto para salvar o dia quanto para dar um fora no namorado egocêntrico? Divertidíssimo!

Título Original: Monsters vs Aliens
Ano de Produção: 2009
Direção: Conrad Vernon e Rob Letterman
Vozes: Reese Witherspoon, Seth Rogen, Hugh Laurie, Will Arnett, Kiefer Sutherland, Rainn Wilson, Stephen Colbert, Paul Rudd, Julie White, Jeffrey Tambor, Amy Poehler, Ed Helms, Renée Zellweger e John Krasinski.
Cotação: 4 Stars

Os Cinco Filmes Prediletos de Pedro Henrique

Pedro HenriqueCom o Cine Resenhas ausente por dois meses e com inúmeras resenhas atrasadas a seção Cinco Filmes estava com sua terceira edição pronta para ser publicada. Desta vez, conto com a ilustre colaboração do Pedro Henrique, autor do blog Tudo é Crítica, que iniciou a publicação de críticas na rede um pouco depois de mim. É desde 2007 que visitamos o blog um do outro, além de também existir um bom bate papo nas horas livres no Messenger.

Bastante diversificado, o Tudo é Crítica trás atualizações de análises de filmes das mais diversas épocas e realizadores. E essa qualidade também é vista no bom gosto do cinéfilo Pedro, que destaca a seguir os seus cinco filmes favoritos.


dvd_17259O Poderoso Chefão, de Francis Ford Coppola (1972, The Godfather)

É fácil falar sobre O Poderoso Chefão, basta repetir os clichês que vêm sendo ditos há mais de 30 anos. Obra-prima. O melhor de todos os tempos. Uma obra atemporal. É verdade tudo isso, mas existe algo mais nesse filme, aquele elemento que capta a essência da arte. Quando assisti pela primeira vez fiquei embasbacado com o que vi, e esse filme maravilhoso do Coppola só melhorou na minha concepção com o passar dos anos. É o cinema em estado puro. A mistificação da ética, do amor, da família. É um vislumbre que não me canso de rever. O Marlon Brando batizou o padrão interpretativo com esse filme, atingiu o limite da personificação cinematográfica. São tantos detalhes registrados por Coppola que fazem este filme perfeito que fica difícil citar somente um, tamanha a coleção de momentos inesquecíveis. É o melhor de todos e o meu filme de cabeceira.


2001: Uma Odisséia no Espaço, de Stanley Kubrick (1968, 2001: A Space Odyssey)2001: Uma Odisséia no Espaço, de Stanley Kubrick (1968, 2001: A Space Odyssey)

Se eu fosse parar para pensar quantas vezes já assisti 2001 certamente perderei as contas. Junto de Titanic, talvez seja o filme que mais assisti na vida. Por motivos diferentes. Em Titanic, sempre busquei a emoção e o prazer gigantesco (com trocadilho, por favor) do espetáculo que o Cameron proporciona. No filme do Kubrick (ainda) vou atrás da compreensão de certos planos. É o filme chave para compreendermos o poder da imagem. Não muito do som, apesar da elegante trilha lírica, pois é do silêncio que Kubrick retira o caule da sensibilidade deste filme genial. O estudo do duelo entre homem e máquina que torna a experiência fascinante e indescritível. HAL 9000 é o personagem não-humano mais bem desenvolvido no cinema, e Kubrick nos convida a travar um embate feroz com este supercomputador. É uma experiência única.


O Grande Ditador, de Charles Chaplin (1940, The Great Dictator)O Grande Ditador, de Charles Chaplin (1940, The Great Dictator)

Talvez este libelo pacífico de Charles Chaplin seja o meu filme preferido. Vai do genial viés cômico do ator ao poderio intelectual do artista. É o frescor e o sufoco. Um filme completo, feito por um verdadeiro artista. Há um momento conhecido por todos, que talvez tenha tornado esse filme tão especial. Cara, aquele discurso! Não é lição de moral, é a realidade da vida, sem artificialismos. Nunca consegui não me emocionar com aquilo. Acredito que seja a cena mais linda que já vi no cinema. Imagina você lá, em pleno início da mais destruidora das guerras, ouvindo aquele homenzinho dizer aquilo, naquele contexto todo de horror e destruição. Dizem que até Hitler viu o filme e se divertiu rindo de si mesmo. Pois é, Chaplin fez Hitler sorrir.


Blow Up – Depois Daquele Beijo, de Michelangelo Antonioni (1966, Blowup)Blow Up – Depois Daquele Beijo, de Michelangelo Antonioni (1966, Blowup)

Até hoje me surpreendo com essa obra-prima do Antonioni. Cara, o que são aqueles movimentos, aqueles diálogos, a mise en scène com aqueles personagens fantásticos. A cada corte uma nova surpresa. Algumas das imagens mais fantásticas que eu já vi no cinema estão projetadas neste maravilhoso filme do mago da imagem. É um filme poderoso. A conjugação da imagem estática com o movimento de câmera como nunca vista. Sendo o protagonista um fotógrafo, Antonioni pode brincar com os planos, com os enquadramentos. A encenação dos atores dentro dos quadros parece pintado à mão, tamanha elegância e propriedade. Nunca tinha visto. Belíssimo filme.


O Sétimo Selo, de Ingmar Bergman (1957, Det sjunde inseglet)O Sétimo Selo, de Ingmar Bergman (1957, Det sjunde inseglet)

Talvez o cineasta que mais aproximou o cinema do espírito artístico tenha sido o Bergman. Por isso ele entra fácil nessa minha listagem. Poderia colocar Morangos Silvestres e foi difícil deixá-lo de fora, mas O Sétimo Selo foi o filme quem mais marcou a minha visita ao cinema dele. Sempre que assisto ao filme me deparo com um novo plano desconcertante. Se a mise em scène existe é porque Bergman a exercitou com perfeição, com uma colocação de personagens que ainda favorecia os tour de force. Sempre que recomendo um diretor para alguém que quer estudar cinema digo para começar pelo primeiro filme. No caso de Bergman, isso é irrelevante, pois desde seus primeiros trabalhos o gênio só fez obras-primas.

Kurt Cobain – Retrato de Uma Ausência

Marido, pai, rico e o nome responsável pela revolução do grunge. A pessoa dona dessas características e muitas outras mais era Kurt Cobain. É daí que fica difícil imaginar o por quê do próprio cantor e compositor chegar ao ponto de cometer suicídio quando, aparentemente, tinha tudo aos seus pés. Porém, o documentário “Kurt Cobain – Retrato de Uma Ausência” nos faz compreender que o tormento de Kurt era si mesmo.
Dirigido por AJ Schnack, “Kurt Cobain – Retrato de Uma Ausência” se move com uma entrevista cedida pelo próprio Kurt Cobain para o jornalista Michael Azerrad um ano antes de seu suicídio. Na entrevista, marcada por várias gravações em áudio em dias diferentes, Cobain relembra a sua vida desde a infância. Na vida escolar, relembra quando um professor o incentivou a investir em suas habilidades artísticas. A seguir, a pós-adolescência, marcada por empregos que não eram fixos, os pequenos shows, as drogas e as lamentações particulares.
Ao contrário do que é visto em muitos documentários acerca de grandes nomes da música, “Kurt Cobain – Retrato de Uma Ausência” é totalmente alternativo. Com exceção dos créditos finais, nunca é visto o rosto de Kurt ou do “Nirvana”, sendo tudo representado por imagens de lugares e pessoas de Aberdeen, Olympia e Seattle, cidades onde Kurt viveu. Já as músicas são raras de serem apreciadas, sendo ouvidas mais o trabalho instrumental de Benjamin Gibbard e Steve Fisk, o que é o maior pecado do trabalho. Mas há algum mérito no registro. Com um suicídio que resulta em dúvidas até hoje (há fortes evidências de que Kurt Cobain tenha sido assassinado, como a letra do último parágrafo da carta de adeus deixada que difere da sua e as substâncias encontradas em seu sangue que não o fariam ter a força mínima de disparar o gatilho da espingarda usada), a entrevista deixa claro que por trás de toda a fama havia um jovem com uma vida vazia por razões que somente ele seria capaz de se justificar.
Título Original: Kurt Cobain About a Son
Ano de Produção: 2006
Direção: AJ Schnack
Elenco: Kurt Cobain, Michael Azerrad e Courtney Love.
Cotação:

Kurt Cobain - Retrato de Uma AusênciaMarido, pai, rico e o nome responsável pela revolução do grunge. A pessoa dona dessas características e muitas outras mais era Kurt Cobain. É daí que fica difícil imaginar o por quê do próprio cantor e compositor chegar ao ponto de cometer suicídio quando, aparentemente, tinha tudo aos seus pés. Porém, o documentário “Kurt Cobain – Retrato de Uma Ausência” nos faz compreender que o tormento de Kurt era si mesmo.

Dirigido por AJ Schnack, “Kurt Cobain – Retrato de Uma Ausência” se move com uma entrevista cedida pelo próprio Kurt Cobain para o jornalista Michael Azerrad um ano antes de seu suicídio. Na entrevista, marcada por várias gravações em áudio em dias diferentes, Cobain relembra a sua vida desde a infância. Nos anos escolares, diz quando um professor o incentivou a investir em suas habilidades artísticas. A seguir, a pós-adolescência marcada por empregos que não eram fixos, os pequenos shows, as drogas e as lamentações particulares.

Ao contrário do que é visto em muitos documentários acerca de grandes nomes da música, “Kurt Cobain – Retrato de Uma Ausência” é totalmente alternativo. Com exceção dos créditos finais, nunca é visto o rosto de Kurt ou mesmo o “Nirvana”, sendo tudo representado por imagens de lugares e pessoas de Aberdeen, Olympia e Seattle, cidades onde Kurt viveu. Já as músicas são raras de serem apreciadas, sendo ouvidas mais o trabalho instrumental de Benjamin Gibbard e Steve Fisk, o que é o maior pecado do trabalho. Mas há algum mérito no registro. Com um suicídio que resulta em dúvidas até hoje (há fortes evidências de que Kurt Cobain tenha sido assassinado, como a letra do último parágrafo da carta de adeus deixada que difere da sua e as substâncias encontradas em seu sangue que não o fariam ter a força mínima capaz de disparar o gatilho da espingarda usada), a entrevista deixa claro que por trás de toda a fama havia um jovem com uma vida vazia por razões que somente ele seria capaz de justificar.

Título Original: Kurt Cobain About a Son
Ano de Produção: 2006
Direção: AJ Schnack
Elenco: Kurt Cobain, Michael Azerrad e Courtney Love.
Cotação: 3 Stars

Waldick – Sempre no Meu Coração

Morto em 4 de setembro de 2008 aos setenta e cinco anos, o cantor Waldick Soriano teve como trabalho mais célebre antes de partir o documentário “Waldick – Sempre no Meu Coração”, documentário dirigido por Patrícia Pillar em 2007. A trajetória musical de Waldick certamente conquistou milhares de fãs, mas há aqueles que consideram cafonas as suas composições. Porém, nem eles devem deixar de apreciar o trabalho da atriz que recentemente brilhou como a vilã da novela “A Favorita” e que se diz fã incondicial de Waldick.
A vida pessoal de Eurípedes Waldick Soriano, seu nome de batismo, é digna de virar história de cinema. Antes de morar em São Paulo, sua existência foi marcada pelo abandono da mãe. Antes da ascensão profissional na década de 1950 se virou como pôde trabalhando como engraxate, garimpeiro e lavrador. Com o tempo, colecionou muitos amores.
Abatido pelo câncer de próstata diagnosticado em 2006, Waldick fala abertamente sobre os percursos de sua vida marcado por tropeços ao longo de aproximadamente sessenta. O cantor confessa que, mesmo com o sucesso, nunca foi feliz como desejava. Sem receios, Patrícia Pillar faz de seu ídolo uma pessoa admirável pelo carinho dos fãs e detestável por desprezar uma de suas mulheres que, em lágrimas, diz nunca ter sido amada verdadeiramente. Um registro que merece ser visto.
Título Original: Waldick – Sempre no Meu Coração
Ano de Produção: 2007
Direção: Patrícia Pillar
Elenco: Waldick Soriano
Cotação:

Waldick - Sempre no Meu CoraçãoMorto em 4 de setembro de 2008 aos setenta e cinco anos, o cantor Waldick Soriano teve como trabalho mais célebre antes de partir “Waldick – Sempre no Meu Coração”, documentário dirigido por Patrícia Pillar em 2007. A trajetória musical de Waldick certamente conquistou milhares de fãs, mas há aqueles que consideram cafonas as suas composições. Porém, nem eles devem deixar de apreciar o trabalho da atriz que recentemente brilhou como a vilã da novela “A Favorita” e que se diz fã incondicional de Waldick.

A vida pessoal de Eurípedes Waldick Soriano, seu nome de batismo, é digna de virar história de cinema. Foi morar em São Paulo depois do abandono da mãe. Antes da ascensão profissional na década de 1950 se virou como pôde trabalhando como engraxate, garimpeiro e lavrador. Com o tempo, colecionou muitos amores.

Diagnosticado em 2006 com câncer na próstata, Waldick fala abertamente sobre os percursos de sua vida marcado por tropeços ao longo de aproximadamente sessenta minutos de metragem. O cantor confessa que, mesmo com o sucesso, nunca foi feliz como desejava. Sem receios, Patrícia Pillar faz de seu ídolo uma pessoa admirável pelo carinho dos fãs e detestável por desprezar uma de suas mulheres que, em lágrimas, diz nunca ter sido amada verdadeiramente. Um registro que merece ser visto.

Título Original: Waldick – Sempre no Meu Coração
Ano de Produção: 2007
Direção: Patrícia Pillar
Elenco: Waldick Soriano
Cotação: 3 Stars

17 Outra Vez

Mesmo que o público esteja cansado pela repetição excessiva de premissas, algumas delas, quando concebidas com inspiração, ainda conseguem conferir algum frescor. A história de “17 Outra Vez”, do diretor Burr Steers (do regular “A Estranha Família de Igby”) tem um argumento parecido com obras como “De Repente 30” e “Quero Ser Grande”. Só que às avessas.
Enquanto nessas comédias populares o protagonista não vê a hora de atingir a maioridade, o personagem Mike O’Donnell quer é voltar ao passado glorioso. Com o casamento em ruínas, bem como a vida profissional,. Mike (que é vivido por Matthew Perry nesta fase adulta) acredita que retornando aos desessete anos poderá repensar as escolhas que foram definitivas em sua vida. Um inconvincente passe de mágica faz esse seu desejo particular ganhar vida, com Zac Efron sendo Mike neste momento.
Matthew Perry, imortalizado como o Chandler Bing do seriado “Friends”, não passa de escada para Zac Efron, a verdadeira estrela do filme. Mesmo com inegável carisma, os melhores momentos do filme ficam por conta do hilariante Thomas Lennon. Coadjuvante discreto de outras fitas do gênero, o ator eleva a graça de “17 Outra Vez” vivendo o amigo ricaço do protagonista que ainda não amadureceu. As sequências onde ele canta uma bela e aparentemente séria diretora de um colégio são as melhores. Também vale a pena ficar antenado aos divertidos créditos finais, que trás fotos de toda a equipe e elenco na adolescência.
Título Original: 17 Again
Ano de Produção: 2009
Direção: Burr Steers
Elenco: Zac Efron, Leslie Mann, Thomas Lennon, Tyler Steelman, Allison Miller, Sterling Knight, Michelle Trachtenberg, Adam Gregory, Hunter Parrish e Matthew Perry.
Cotação:

17 Outra VezMesmo que o público esteja cansado pela repetição excessiva de premissas, algumas delas, quando concebidas com inspiração, ainda conseguem conferir algum frescor. A história de “17 Outra Vez”, do diretor Burr Steers (do regular “A Estranha Família de Igby”) tem um argumento parecido com obras como “De Repente 30” e “Quero Ser Grande”. Só que às avessas.

Enquanto nessas comédias populares o protagonista não vê a hora de atingir a maioridade, o personagem Mike O’Donnell quer é voltar ao passado glorioso. Com o casamento em ruínas, bem como a vida profissional, Mike (que é vivido por Matthew Perry nesta fase adulta) acredita que retornando aos dezessete anos poderá repensar as escolhas que foram definitivas em sua vida. Um inconvincente passe de mágica faz esse seu desejo particular ganhar vida, com Zac Efron sendo Mike neste momento.

Matthew Perry, imortalizado como o Chandler Bing do seriado “Friends”, não passa de escada para Zac Efron, a verdadeira estrela do filme. Mesmo com inegável carisma, os melhores momentos do filme ficam por conta do hilariante Thomas Lennon. Coadjuvante discreto de outras fitas do gênero, o ator eleva a graça de “17 Outra Vez” vivendo o amigo ricaço do protagonista que ainda não amadureceu. As sequências onde ele canta uma bela e aparentemente séria diretora de um colégio são as melhores. Também vale a pena ficar antenado aos divertidos créditos finais, que trás fotos de toda a equipe e elenco na adolescência.

Título Original: 17 Again
Ano de Produção: 2009
Direção: Burr Steers
Elenco: Zac Efron, Leslie Mann, Thomas Lennon, Tyler Steelman, Allison Miller, Sterling Knight, Michelle Trachtenberg, Adam Gregory, Hunter Parrish e Matthew Perry.
Cotação: 3 Stars