Matadores de Vampiras Lésbicas

Matadores de Vampiras Lésbicas | Lesbian Vampire KillersNão existe filme que mais desperte curiosidade do que horrores com os roteiros mais bizarros já imaginados. Se neste ano poucos foram aqueles que hesitaram na hora de descarregar “A Centopeia Humana” em seus computadores, ano passado tivemos nos cinemas “Matadores de Vampiras Lésbicas”. De tão trash, o trailer antecipava algo no mínimo hilário. Afinal, como a narração informava, o filme tinha tudo: matadores, vampiras e lésbicas – e tudo embalado com refinado humor britânico. Que decepção!

O magrelo Jimmy e o gordinho Flecht (interpretados respectivamente por Mathew Horne e James Corden, dupla famosa na Inglaterra pelo seriado “Gavin & Stacey”) são solteiros frustrados e com uma viagem de férias acredita que tirarão a sorte grande de conhecer novas garotas. No cair da noite, hospedam-se em uma cabana que dividem com quatro simpáticas amigas. O problema é que o vilarejo que os rodeia tem uma maldição que transforma todas as mulheres acima de dezoito anos em vampiras lésbicas.

Renderia uma boa comédia se soubesse manusear bem alguns padrões do gênero com outras brincadeiras inusitadas. O problema é que nada funciona. De piada boa somente aquela que satiriza um dos costumes dos dentuços, que jamais entram em uma residência sem que sejam convidados pelo próprio dono. Para fortalecer a comédia, há inúmeros efeitos especiais bem toscos e uma direção que prima pelo exagero. A impressão final é de que perdemos uma hora e meia assistindo a apresentação com direito a muitos palhaços. E todos sem provocar um pingo de graça e sem qualquer noção do ridículo.

Título Original: Vampire Killers | Lesbian Vampire Killers
Ano de Produção: 2009
Direção: Phil Claydon
Elenco: James Corden, Mathew Horne, MyAnna Buring, Vera Filatova, Paul McGann, Silvia Colloca, Lucy Gaskell, Louise Dylan, Ashley Mulheron, Tiffany Mulheron, Emer Kenny e Travis Oliver
Cotação: bomba

Vigaristas

Vigaristas | The Brothers BloomEm 2005, Rian Johnson fez um daqueles pequenos filmes que soma um número grande de admiradores na medida em que é descoberto. Este título foi “A Ponta de Um Crime”, rodado ao valor de quatrocentos e setenta e cinco mil dólares e lançado diretamente em DVD no Brasil. Em termos de orçamento, o seu segundo trabalho, “Vigaristas”, é mais ambicioso. Os vinte milhões usados para produção do filme, uma grana bem modesta para os padrões atuais no mercado de cinema americano, pôde render a presença de uma turma de intérpretes famosos.

Há um trabalho caprichado, especialmente no que se diz respeito à direção de arte. Existe a suspeita de que a ação dos irmãos Bloom (papéis de Adrien Brody e Mark Ruffalo) enquanto mais velhos se passa nos dias atuais. Porém, cenários e figurinos deliciosos de se apreciar remetem a uma época bem distante. Não foi o suficiente para prender a atenção, pois a história dos vigaristas Bloom e a excêntrica parceira Bang Bang (Rinko Kikuchi, que foi indicada ao Oscar de melhor atriz coadjuvante por “Babel“) planejando um último golpe contra a milionária Penelope (a aguada Rachel Weisz) tem inúmeras reviravoltas que ao invés de criar um efeito de surpresa mais parecem trapacear o espectador.

Título Original: The Brothers Bloom
Ano de Produção: 2008
Direção: Rian Johnson
Elenco: Adrien Brody, Mark Ruffalo, Rachel Weisz, Rinko Kikuchi, Robbie Coltrane, Maximilian Schell, Zachary Gordon, Max Records, Andy Nyman, Noah Segan, Joseph Gordon-Levitt, Lukas Haas e narração de Ricky Jay
Cotação: 2 Stars

Novidades no Amor

Novidades no Amor | The ReboundSandy (a charmosa Catherine Zeta-Jones) se depara no início da história de “Novidades no Amor” com um vídeo onde seu marido a trai. Abalada, abandona sua bela residência para viver com os dois filhos em Nova York. Na Big Apple somos apresentados a Aram (o simpático Justin Bartha, que fez o noivo desaparecido de “Se Beber, Não Case“) sujeito que trabalha em uma cafeteria com seu melhor amigo. Há um magnetismo entre ele e os filhos de Sandy ao se conhecerem, considerando assim a possibilidade de contratá-lo como “babá” enquanto assimila sua dura rotina como profissional em um canal esportivo.

Ela tem seus quarenta anos e busca resgatar o tempo perdido com o casamento agora em processo de divórcio enquanto ele não passa de um jovem de vinte e quatro anos sem rumo e com um casamento forjado com o intuito de dar um green card a sua parceira. Aí talvez estejam as tais “novidades no amor”, pois não demora para a dupla engatar um relacionamento sério. Marido de Julianne Moore, que é nove anos mais velha, Bart Freundlich parece não saber dirigir. Há uma sensação de que tudo acontece à deriva e há uma longa sequência editado de forma sofrível ao mostrar o amadurecimento de ambos os personagens após um momento de choque. Já no roteiro a realidade é outra. Há situações verdadeiras e um clima de matinê digno de pipoca e refrigerante.

Título Original: The Rebound
Ano de Produção: 2009
Direção: Bart Freundlich
Elenco: Catherine Zeta-Jones, Justin Bartha, John Schneider, Steve Antonucci, Marc Alan Austen, Paul Basile, Robert Bizike Andrew Stephen Bradley
Cotação: 3 Stars

Resenha Crítica | O Desinformante! (2009)

O Desinformante! | The Informant!Ver a assinatura de Steven Soderbergh em um filme considerado bom é tão ou mais difícil do que completar um cubo mágico. Se por um lado ele merece algum crédito como produtor executivo de títulos fundamentais na década passada como “Longe do Paraíso”, “Conduta de Risco”, “Roman Polanski: Wanted and Desired” e “Playground”, este último um documentário que retrata casos de pedofilia, Soderbergh é quase uma tragédia como cineasta, sobressaindo-se apenas em “Erin Brockovich – Uma Mulher de Talento”. E agora com “O Desinformante!”.

O fato de sua comédia, com recriação de época impecável e com clássicos acordes em trilha composta por Marvin Hamlisch, ser uma exceção é porque aqui ele está contido no desenvolvimento da história, livre de caravana de astros de “Onze Homens e um Segredo”, “Doze Homens e Outro Segredo” e – ufa! – “Treze Homens e um Novo Segredo” e sem toda aquela presunção afetada de “Solaris” e “Confissões de uma Garota de Programa“. Defendido por um irreconhecível e excelente Matt Damon, Mark Whitacre, um personagem real, se converte de executivo de uma multinacional a um agente infiltrado. Submetido para levantar evidências na companhia ADM de uma possível formação de cartel, todos notam um inconstante Whitacre na medida que transfere informações ao FBI. Com um peculiar senso de humor, surgem as dúvidas se estamos diante de um típico cidadão americano honesto ou um delator que visa em seu benefício próprio.

Título Original: The Informant!
Ano de Produção: 2009
Direção: Steven Soderbergh
Elenco: Matt Damon, Melanie Lynskey, Lucas McHugh Carroll, Eddie Jemison, Rusty Schwimmer, Tom Papa, Rick Overton, Thomas F. Wilson, Scott Bakula, Scott Adsit, Howie Johnson, Andrew Daly e Clancy Brown

Terror na Antártida

Terror na Antártida | WhiteoutNão é sempre que se vê um filme com uma narrativa que se passa em cenários abaixo de 0º C. Uma das mais recentes produções de Joel Silver e Susan Downey, “Terror na Antártida”, se diferencia de muitos thrillers investigativos exatamente por isto. Mesmo assim, aguardava-se com muitas suspeitas pelo filme dirigido por Dominic Sena e estrelado pela Kate Beckinsale. E nem é por causa do nome envolvido de um diretor sem expressão ou uma bela atriz que ainda não foi lapidada pelo cinemão como deveria.

Pronto desde maio de 2007, “Terror na Antártida” foi modificado durante meses e ganhou circuito apenas em setembro do ano passado nos Estados Unidos. O rendimento de dez milhões na bilheteria americana não abate seu custo de produção estimado em trinta e cinco milhões. O responsável por “A Senha: Swordfish” conduz bem alguns momentos da ação, dando percepção ao público em meio as nevascas e desenhando uma heroina talvez digna do quadrinho independente de Greg Rucka ao qual “Terror na Antártida” se baseia. Fica a dever a história: Carrie Stetko (Kate Beckinsale) é uma policial incumbida em desvendar o culpado pelo primeiro assassinato registrado na Antártida, culminando em um clímax com revelação bocó.

Título Original: Whiteout
Ano de Produção: 2009
Direção: Dominic Sena
Elenco: Kate Beckinsale, Gabriel Macht, Tom Skerritt, Columbus Short, Alex O’Loughlin, Shawn Doyle, Joel S. Keller, Jesse Todd, Arthur Holden e Erin Hickock
Cotação: 2 Stars

O Escritor Fantasma

O Escritor Fantasma | The Ghost WriterSe existiu thrillers neste ano em que o público contou os dias para a estreia foram “Ilha do Medo” e “O Escritor Fantasma”. Contando cada um com um dos diretores mais consagrados do cinema, a espera era por um resultado bom o suficiente para ganhar força em uma filmografia cheia de grandes clássicos. Mas se Martin Scorsese cometeu uma bola fora o caso de Polanski é bem distinto, o de uma quase obra-prima. Isto porque Polanski pôde se desdobrar com um orçamento justo editando seu trabalho em prisão domiciliar na Suíça.

Os seus problemas com a justiça americana foram tão noticiados que qualquer espectador que embarque em “O Escritor Fantasma” saberá o que aconteceu em seus bastidores. Porém, o que importa é o entretenimento de alta qualidade que é seu filme. Baseado em um livro de Robert Harris, que por sua vez colabora com Roman Polanski no roteiro, o filme acompanha um ghostwriter (Ewan McGregor, em seu melhor papel como protagonista) contratado para finalizar as memórias em manuscritos do ex-Primeiro-Ministro Adam Lang (Pierce Brosnan, em personagem claramente inspirado em Tony Blair, que auxiliou o ex-Presidente Bush com suas tropas britânicas no Iraque). Ele sabe que teve um precedente. O problema é que inevitavelmente coleta provas que são capazes de provar que ele não cometeu suicídio como divulgado mas sim assassinado. A causa está totalmente ligada ao livro que deve revisar e reparar em duas semanas.

O notável em “O Escritor Fantasma” é a incrível direção de Polanski ao conduzir seu protagonista em uma conspiração política sem jamais soar maçante. Tudo é desenvolvido sem pressa, mas com uma tensão que se amplia e até mesmo há espaço para um inteligente sarcasmo. A ótima sacada de não conferir ao personagem de Ewan McGregor uma identidade (ele é creditado apenas como The Ghost) permite com que o público praticamente interaja com a narrativa. Além destes aspectos e muitos outros, é preciso destacar também a música de Alexandre Desplat, um dos melhores compositores em atividade, e as interpretações. Os papéis masculinos centrais defendidos por Ewan McGregor e Pierce Brosnan são instigantes. A ala feminina, como é de costume em qualquer longa-metragem de Polanski, é quem se sobressai. Olivia Williams novamente está perfeita e Kim Cattrall está inusitada longe da hilariante Samantha de “Sex and the City“. Se não fosse o suficiente exigir tanto fôlego de nós, “O Escritor Fantasma” ainda tem um encerramento brilhante e chocante que impactará a todos. É aguardar para que a temporada de prêmios cinematográficos confira o devido reconhecimento ao trabalho artístico de Polanski.

Título Original: The Ghost Writer
Ano de Produção: 2010
Direção: Roman Polanski
Elenco: Ewan McGregor, Pierce Brosnan, Olivia Williams, Kim Cattrall, Tom Wilkinson, Eli Wallach, James Belushi, Timothy Hutton, Tim Preece e Robert Pugh
Cotação: ****

 

Ilha do Medo

Ilha do Medo | Shutter IslandQue qualquer coisa que leve a assinatura de Martin Scorsese é aguardado com grande ansiedade não é novidade. No caso de “Ilha do Medo” a espera talvez fosse maior por este filme registrar o retorno do cineasta ao gênero thriller, pois sua última investida a se enquadrar neste formato foi “Cabo do Medo”, a celebrada refilmagem de “Círculo do Medo” feita em 1991. Em “Ilha do Medo” tudo deu tudo errado.

Baseado em um romance de Dennis Lehane, cujas obras “Sobre Meninos e Lobos” e “Medo da Verdade” também ganharam versão nos cinemas respectivamente por Clint Eastwood e Ben Affleck, “Ilha do Medo” apresenta Teddy Daniels (Leonardo DiCaprio), detetive que com seu parceiro Chuck Aule (Mark Ruffalo) vai a um hospital situado em uma ilha de Boston para desvendar o desaparecimento de uma paciente, Rachel (Emily Mortimer). Assim como todos, Rachel cometeu crimes e revela ter sérios transtornos psicológicos, tendo matado todos os seus filhos. Ao conduzir as investigações, Teddy suspeita que outras coisas obscuras estão ligadas a este desaparecimento na medida que aproveita para procurar um paciente em especial que acredita piamente ser o responsável por um incêndio que matou sua esposa Dolores (Michelle Williams).

Tão habilidoso em seus trabalhos com premissas que focam mafiosos, Scorsese se mostra um zero à esquerda a cada minuto de “Ilha do Medo”. Previsível, a narrativa leva praticamente duas horas para revelar seu mistério. Além dessa frustração, a maior que pode ser considerada em qualquer suspense que se preze, “Ilha do Medo” é apático, com uma atmosfera com a qual jamais encontra conexão com o público diante de sua história e seus personagens, estes encarados por atores secundários excelentes e desperdiçados. A descrição sobre o desempenho de Leonardo DiCaprio nem merece ganhar espaço, ainda mais quando divide as cenas com Mark Ruffalo, um intérprete que talvez se encaixasse muito melhor em Teddy Daniels, um personagem de lances muito complexos. O único atrativo dentro de tantos tropeços é o trabalho de Robert Richardson. Vencedor do Oscar por “O Aviador” e “JFK – A Pergunta que Não Quer Calar”, os flashbacks ganham realce com sua fotografia até mesmo quando efeitos especiais predominam.

Título Original: Shutter Island
Ano de Produção: 2010
Direção: Martin Scorsese
Elenco: Leonardo DiCaprio, Mark Ruffalo, Ben Kingsley, Max von Sydow, Michelle Williams, Emily Mortimer, Patricia Clarkson, Jackie Earle Haley, Ted Levine, John Carroll Lynch e Elias Koteas
Cotação: **

 

Resenha Crítica | É Proibido Fumar (2009)

É Proibido FumarMesmo que a última realização do diretor Sergio Rezende, “Salve Geral“, tenha obtido o reconhecimento neste espaço como o melhor filme nacional lançado no ano passado havia outro título, assistido após nossa premiação, que também se revela forte. Este título é “É Proibido Fumar”, novo filme da cineasta Anna Muylaert após os anos que a afastam de “Durval Discos”. O que surpreende em seu trabalho é que a partir de uma proposta leve o roteiro se desloca em reviravoltas totalmente inesperadas.

Baby (Glória Pires, talvez em seu melhor desempenho para cinema, premiada como melhor atriz no Festival de Brasília), é uma solitária professora de violão, fumante compulsiva e cheia de atritos com as irmãs que não lhe dão um sofá herdado pela mãe. A chegada de um morador no apartamento vizinho chama sua atenção. Ele é Max (Paulo Miklos, vocalista do grupo “Titãs”), simpático ao ponto de fazer com que Baby abandone seus cigarros somente para impressioná-lo. O clima de romance e comédia começa a ser quebrado quando surge uma mulher que foi casada com Max, interpretada por Alessandra Colassanti.

Usando muitas referências musicais, como mesmo a presença de Paulo Miklos no elenco e uma ponta da cantora Pitty, “É Proibido Fumar” revela na fantástica personagem Baby uma pessoa presa ao passado, como denota alguns acontecimentos de grande potência dramática. Passando por isto, o filme de Anna Muylaert se dedica a criar suspense em seus instantes finais. Após  uma invejável viagem por gêneros, um ápice atingido com um desfecho que gerará interpretações e corajoso no aspecto de que pode desagradar a muitos pela falta de uma resposta.

Título Original: É Proibido Fumar
Ano de Produção: 2009
Direção: Anna Muylaert
Elenco: Glória Pires, Paulo Miklos, Marisa Orth, Paulo César Peréio, André Abujamra, Antonio Abujamra, Marcelo Mansfield, Alessandra Colassanti, Rafael Raposo, Marat Descartes, Lourenço Mutarelli e Pitty

Flordelis – Basta Uma Palavra Para Mudar

Flordelis - Basta Uma Palavra Para MudarO inferno está cheio de boas intenções e “Flordelis – Basta Uma Palavra Para Mudar” seria um título perfeito para representá-lo caso a afirmação não entrasse em um grande desacordo com a personagem real Flordelis. Respeitando então esta mulher guerreira, vamos nos limitar dizendo que nada mais é do que uma das produções nacionais mais equivocadas já vistas.

Para quem não a conhece, Flordelis é uma evangélica que moveu montanhas para retirar do mundo das drogas, prostituição e marginalidade crianças e adolescentes que passou a adotar como filhos. Com fé inabalável, Flordelis mudou a vida de aproximadamente cinqüenta pessoas. De modo documental, a dupla de cineastas Anderson Correa e Marco Antonio Ferraz se empenham em mostrar os resultados em depoimentos de cada um desses “filhos de Flordelis”. É aí que a coisa fica ridícula.

Ao invés de convidarem cada um deles, “Flordelis – Basta Uma Palavra Para Mudar” convocou uma caravana de atores globais para dar conta do recado. Pense no caos que é ver atores como Reynaldo Gianecchini, Guilherme Berenguer e Letícia Sabatella incorporando estas figuras reais. Mais: eles, como moradores de favela, aparecem atrás de cenários improvisados trajando vestimentas modestas e com português e maquiagem intactos, realizando declarações com uma falsidade vexaminosa. Se comentarmos os aspectos de montagem e seleção musical a coisa fica ainda mais feia.

Pobre Flordelis, que além de aparecer em cores falando para o público usando um descarado teleprompter ainda é totalmente desvalorizada. Após letreiros de sua luta o público visualiza um único dado em caixa alta:  de que os atores não cobraram cachê.

Título Original: Flordelis – Basta Uma Palavra Para Mudar
Ano de Produção: 2009
Direção: Anderson Correa e Marco Antonio Ferraz
Elenco: Flordelis, Patrícia França, Alinne Moraes, Fernanda Machado, Fernanda Lima, Deborah Secco, Cauã Reymond, Cris Vianna, Erik Marmo, Ana Furtado, Guilherme Berenguer, Bruna Marquezine, Isabel Fillardis, Thiago Rodrigues, Eduardo Galvão, Thiago Martins, Marcello Antony, Rodrigo Hilbert, Letícia Spiller, Graziella Schimitt, Pedro Neschling, Júlia Mattos, Carol Oliveira, Letícia Sabatella, Gisele Itié, Sérgio Marone e Reynaldo Gianecchini
Cotação:  bomba

Cartas Para Julieta

Cartas Para Julieta | Letters to JulietApós o frustrante “Noivas em Guerra” ,Gary Winick volta a satisfazer o público com o simpático “Cartas Para Julieta”. Não que este romance feito sob medida para deixar ainda mais evidente a jovem estrela Amanda Seyfried conta com a contagiante nostalgia presente em “De Repente 30” ou mesmo os inteligentes diálogos no roteiro de “Um Jovem Sedutor”, filme independente que praticamente fez com que Hollywood o notasse. Mesmo assim, a impressão que se tem é que estamos diante de um romance diferente, com alguma personalidade. Isto porque temos aqui dois romances se formando, um juvenil e outro maduro.

Amanda Seyfried é Sophie, garota que trabalha no ramo jornalístico e que está noiva do chef Victor (o mexicano Gael García Bernal, cuja presença talvez se justifique pelo filme ser roteirizado, além de Tim Sullivan, por Jose Rivera, o mesmo de “Diários de Motocicleta”). Eles planejam uma viagem para Verona para curtir uma lua de mel. Quase tudo dá certo, pois Victor agenda compromissos a todo o momento com fornecedores para abrir um negócio próprio. Curtindo os dias livres como se fosse uma solteira, Sophie se interessa pelo trabalho de algumas senhoras que se dedicam a responder cartaz deixadas em um muro de tijolos por mulheres apaixonadas endereçadas à Julieta de Shakespeare. Eis que a remetente de uma das cartas respondidas por Sophie, Claire (a extraordinária Vanessa Redgrave), decide aparecer. O problema é que o conteúdo foi escrito há cinquenta anos e nele consta o desejo incondicional de Claire em rever o seu primeiro grande amor, Lorenzo Bartolini.

Estando presente nesta história com características de road-movie o neto inglês de Claire, Charlie (Christopher Egan), fica muito fácil adivinhar no que dará “Cartas Para Julieta”. Não é o que deve ser considerado ou que o roteiro mais se preocupa em valorizar. É um romance sobre descobertas e perseverança e que ganha realce todo especial com a presença de Vanessa Redgrave. Não há dúvidas de que a protagonista Amanda Seyfried exalta muita simpatia, mas a busca de Claire pelo seu amor antigo é expresso com tanta ternura por parte de Redgrave, divina com seus setenta e três anos, que é impossível não torcer por um final feliz. Ainda mais na companhia de Franco Nero, cujo relacionamento desde 1967 culminou em casamento no último dia de dezembro de 2006.

Título Original: Letters to Juliet
Ano de Produção: 2010
Direção: Gary Winick
Elenco: Amanda Seyfried, Vanessa Redgrave, Christopher Egan, Gael García Bernal, Franco Nero, Marcia DeBonis e Oliver Platt
Cotação: 3 Stars