Resenha Crítica | À Procura de Eric (2009)

À Procura de Eric | Looking for EricAssistir a um filme associado a algum esporte dá um medo danado. Ainda mais se a competição em questão for o futebol. Em “À Procura de Eric” temos o ex-futebolista francês Eric Cantona como um personagem de destaque. Entretanto, o nome de Ken Loach na direção vai contra a maré e poucas vezes se prende para sequências onde uma partida de futebol  ou mesmo os feitos de Cantona em campo se tornam a protagonista.

O prestigiado jogador aqui faz ele mesmo e aparece como um conselheiro imaginário de Eric Bishop (Steve Evets, excelente), o verdadeiro protagonista de “À Procura de Eric”. Trabalhando como carteiro, sua vida não poderia estar pior. Se arrependeu de abandonar sua primeira esposa Lily e a filha recém-nascida Sam e atualmente convive com os enteados (papéis de Gerard Kearns e Stefan Gumbs) de seu segundo casamento, jovens indisciplinados que jamais o respeitam. O aparecimento de Sam (Lucy-Jo Hudson) com um bebê agitará a vida de Eric. Ela está se preparando para o TCC de sua faculdade e precisa do apoio de Eric e Lily (Stephanie Bishop) para que cuidem de sua filha. Como ainda está apaixonado por Lily, Eric não sabe como encarar esta situação.

Com uma filmografia extensa que inclui títulos conhecidos como “Ventos da Liberdade”, “Pão e Rosas”, “Terra e Liberdade” e “Uma Canção Para Carla”, o britânico Ken Loach transforma “À Procura de Eric” em seu trabalho mais acessível. Não que Loach faça aqui um filme leve. Pelo contrário, a situação de Eric toma rumos dramáticos inesperados. Há aqui um diferencial, que é o bom uso que faz do que há de melhor no futebol. E nem estamos falando de vitória, mas do processo de se criar o time ideal. No caso de honesto Eric Bishop, uma caravana de amigos com máscaras de Eric Cantona que amedrontarão um perigoso traficante que ameaça um dos seus filhos.

Título Original: Looking for Eric
Ano de Produção: 2009
Direção: Ken Loach
Elenco: Steve Evets, Eric Cantona, Stephanie Bishop, Gerard Kearns, Stefan Gumbs, Lucy-Jo Hudson, Cole Williams, Dylan Williams, Matthew McNulty, Laura Ainsworth e John Henshaw

Resenha Crítica | A Trilha (2009)

A Trilha | A Perfect GetawayImpossível se falar sobre cinema B sem mencionar o nome de David Twohy. Isto porque este americano de cinquenta e quatro anos fez obras modestas totalmente dignas. Sua estreia na direção aconteceu com “Fugindo do Futuro”, mas foi com o ótimo “A Invasão” que se destacou, um filme produzido em 1996 onde Charlie Sheen convence totalmente num de seus raros personagens sérios. Também revelou Vin Diesel na ficção “Eclipse Mortal”, de 2000. Já em 2002 rodou “Submersos”, cujo roteiro tinha o nome do celebrado Darren Aronofsky. Tropeçou apenas com “A Batalha de Riddick”, sequência de “Eclipse Mortal” e seu único blockbuster, um fracasso de bilheteria. Em “A Trilha”, David Twohy volta ao seu ambiente natural.

Com apenas catorze milhões de dólares, “A Trilha” propõe um enigma muito interessante. O casal Anderson (interpretados por Steve Zahn e Milla Jovovich) celebram a lua de mel planejando uma trilha em um lugar exótico. O problema é que ao chegarem ao destino descobrem que um casal de assassinos em série está atuando pela floresta. Os suspeitos: Kale e Cleo (Chris Hemsworth e Marley Shelton), namorados de condutas estranhas e Nick e Gina (Timothy Olyphant e Kiele Sanchez), também um casal, que acompanharão os Anderson como guias.

A tensão se intensifica a cada instante que fatos aparecem na tela para aumentar o número de suspeita em torno desses personagens. Não vamos entrar em muitos detalhes, mas vamos antecipar que a resolução é a pior que poderia ser elaborada. Não se trata de quem David Twohy aponta o dedo, só que ele poderia se dedicar mais na criação das motivações, culminando até mesmo na criação de um diálogo presunçoso que o diretor e roteirista aplica para um personagem para provar o quão original pretendia ser com seu filme. Ao menos o diretor não perde a mão no comando da ação, um destaque maior do que a frustração que provoca os rumos de seu roteiro.

Título Original: A Perfect Getaway
Ano de Produção: 2009
Direção: David Twohy
Elenco: Steve Zahn, Milla Jovovich, Timothy Olyphant, Kiele Sanchez, Marley Shelton e Chris Hemsworth
Cotação: 2 Stars

Resenha Crítica | Planeta 51 (2009)

Planeta 51 | Planet 51Os diretores Javier Abad, Jorge Blanco e Marcos Martínez ganharam um grande empurrão para promover a animação “Planeta 51”. Isto porque o longa-metragem espanhol foi adquirido pelos americanos e lançado em um circuito para lá de respeitável. Além do apelo que suas referências aos filmes de ficção-científica que pipocam na tela a exemplo de “Alien – O Oitavo Passageiro”, “Vampiros de Almas”, a trilogia “De Volta Para o Futuro”, “O Dia em que a Terra Parou”, “Plano 9 do Espaço Sideral”, entre outros, foi convocado um elenco de dublagem de nomes celebrados como de Dwayne Johnson, Jessica Biel, Justin Long e Gary Oldman.

O trailer exibido nos cinemas era promissor. O astronauta conhecido como Capitão Charles T. Baker (voz de Dwayne Johnson) está em uma nave que pousa no Planeta 51. Mas o sujeito, um ser humano como todos nós, rapidamente é dado como alienígena por estranhas criaturas verdes daquele lugar. Ele precisará se esquivar de todos para que possa fazer os ajustes necessários em sua nave e voltar ao planeta Terra. Contará com o atrapalhado Lem (voz de Justin Long) para cumprir esta tarefa.

Enquanto conta essa aventura tediosa, “Planeta 51” nem compreende o público que deseja conquistar. Para sacar a sua homenagem ao gênero é preciso ser um pouco velho. Já as piadas soltadas na tela são bobas demais para os adultos. Não passa de uma tentativa frustrada de fazer sucesso com um produto importado de quinta que não vale o investimento.

Título Original: Planet 51
Ano de Produção: 2009
Direção: Javier Abad, Jorge Blanco e Marcos Martínez
Vozes de: Dwayne Johnson, Jessica Biel, Justin Long, Gary Oldman, Seann William Scott, John Cleese, Freddie Benedict, Alan Marriott, Mathew Horne e James Corden

2012

2012Sabe aquele filme catástrofe que é, na realidade, uma catástrofe de filme? A associação é mais do que batida, mas a cada “fim do mundo” imaginado pelo alemão Roland Emmerich fica impossível não recorrer a ela. Quem se aventurou em bobagens mais recentes como “O Patriota”, “O Dia Depois de Amanhã” e “10.000 A.C.” nem deve imaginar que tais exemplares são bem inofensivos perto do desastre cinematográfico que é “2012”.

Para quem não sabe sobre o fenômeno 2012, ele se baseia em uma profecia do calendário Maia, que aponta a data vinte e um de dezembro de dois mil e doze como o fim do mundo. No filme, é o cientista Adrian Helmsley (Chiwetel Ejiofor) que revela para Carl Anheuser (Oliver Platt), assistente do presidente americano Thomas Wilson (Danny Glover), que o mundo logo acabará. Sua informação preciosa é encaminhada em 2009. Já no final de 2012, a narrativa encontra como fio condutor Jackson Curtis (John Cusack), escritor divorciado fracassado que ganha a vida como chofer. O caos vem à tona e a luta pela sobrevivência é a maior motivação dos protagonistas.

Longas sobre o fim dos tempos podem ser muito divertidos ou até mesmo levantarem interessantes discussões a respeito de condutas humanas dentro de situações de risco. Ao invés disso, Roland Emmerich mescla tudo o que há de mais insuportável no gênero: um elenco horroroso ancorado por um John Cusack pior do que nunca (como se isso fosse possível), sequências de desastres que jamais impressionam (a exemplo do Cristo Redentor desmoronando apenas de relance em uma notícia televisionada), efeitos especiais desleixados e até intermináveis discursos patrióticos do presidente Thomas. Nem os mínimos personagens que o público se esforça para torcer são poupados. É mesmo o fim do mundo!

Título Original: 2012
Ano de Produção: 2009
Direção: Roland Emmerich
Elenco: John Cusack, Amanda Peet, Chiwetel Ejiofor, Thandie Newton, Oliver Platt, Thomas McCarthy, Woody Harrelson, Danny Glover, Liam James, Morgan Lily, Zlatko Buric, Beatrice Rosen, Alexandre Haussmann, Philippe Haussmann e Johann Urb
Cotação:

(500) Dias com Ela

Tendo se destacado ainda novo como o filho de Demi Moore no thriller “A Jurada”, Joseph Gordon-Levitt foi amadurecendo assim que protagonizava projetos tipicamente indies. Já Zooey Deschanel, musa deste cinema e que estreou com “Dr. Mumford: Inocência ou Culpa?”, volta a trabalhar com Joseph Gordon-Levitt após “Maníaco”, filme produzido em 2001 lançado diretamente em DVD no nosso país. Tendo essa dupla de peso, Marc Webb não poderia contar com melhor apoio na sua estreia como diretor de longa-metragem, alcançando um resultado tão satisfatório ao ponto de defini-lo como aquele que se responsabilizará pela difícil tarefa que será o reboot de “Homem-Aranha”, atualmente em pré-produção e com Andrew Garfield (protagonista do aguardado “Não Me Abandone Jamais”) no papel do herói Peter Parker.
A Summer do título original é a personagem de Zooey Deschanel. A garota hipnotiza Tom (Joseph Gordon-Levitt) desde o instante que ela se atenta a música “There is a Light That Never Goes Out”, do “The Smiths”, que ele ouve no elevador. A partir deste momento, “(500) Dias Com Ela” conta a história deste casal com uma duração de quinhentos dias. Se enganam aqueles que acham que isto se tornará maçante. Com uma edição esperta, temos aqui os acontecimentos mais importantes de Tom e Summer desvendado sem ordem cronológica.
Nada de açúcar ou muito menos vulgaridade aqui. “(500) Dias com Ela” constrói uma história romântica da maneira mais autêntica possível. Mesmo assim, é preciso apontar dois grandes incômodos que não tornam a produção brilhante. A primeira é como Tom fica tão obcecado por Summer. Deus sabe o quanto aqueles olhos azuis de Zooey Deschanel me levam às alturas, mas que personagem mais insossa! Não basta curtir “The Smiths” para fazer qualquer homem explodir de felicidade ao ponto de coreografar uma dança em público ao som de “You Make My Dreams” (o melhor momento do filme). Menos resolvido ainda é o fim da relação, com justificativas que não condizem com a proposta original da fita. Não relevando tanto esses pontos, é uma ótima diversão.
Título Original: (500) Days of Summer
Ano de Produção: 2009
Direção: Marc Webb
Elenco: Joseph Gordon-Levitt, Zooey Deschanel, Geoffrey Arend, Chloe Moretz, Matthew Gray Gubler, Clark Gregg, Patricia Belcher, Rachel Boston e Minka Kelly

(500) Dias com Ela | (500) Days of SummerTendo se destacado ainda novo como o filho de Demi Moore no thriller “A Jurada”, Joseph Gordon-Levitt foi amadurecendo assim que protagonizava projetos tipicamente indies. Já Zooey Deschanel, musa deste cinema e que estreou com “Dr. Mumford: Inocência ou Culpa?”, volta a trabalhar com Joseph Gordon-Levitt após “Maníaco”, filme produzido em 2001 lançado diretamente em DVD no nosso país. Tendo essa dupla de peso, Marc Webb não poderia contar com melhor apoio na sua estreia como diretor de longa-metragem, alcançando um resultado tão satisfatório ao ponto de defini-lo como aquele que se responsabilizará pela difícil tarefa que será o reboot de “Homem-Aranha”, atualmente em pré-produção e com Andrew Garfield (protagonista do aguardado “Não Me Abandone Jamais”) no papel do herói Peter Parker.

A Summer do título original é a personagem de Zooey Deschanel. A garota hipnotiza Tom (Joseph Gordon-Levitt) desde o instante que ela se atenta a música “There is a Light That Never Goes Out”, do “The Smiths”, que ele ouve no elevador. A partir deste momento, “(500) Dias Com Ela” conta a história deste casal com uma duração de quinhentos dias. Se enganam aqueles que acham que isto se tornará maçante. Com uma edição esperta, temos aqui os acontecimentos mais importantes de Tom e Summer desvendados sem ordem cronológica.

Nada de açúcar ou muito menos vulgaridade aqui. “(500) Dias com Ela” constrói uma história romântica da maneira mais autêntica possível. Mesmo assim, é preciso apontar dois grandes incômodos que não tornam a produção brilhante. A primeira é como Tom fica tão obcecado por Summer. Deus sabe o quanto aqueles olhos azuis de Zooey Deschanel me levam às alturas, mas que personagem mais insossa! Não basta curtir “The Smiths” para fazer qualquer homem explodir de felicidade ao ponto de coreografar uma dança em público ao som de “You Make My Dreams” (o melhor momento do filme). Menos resolvido ainda é o fim da relação, com justificativas que não condizem com a proposta original da fita. Não relevando tanto esses pontos, é uma ótima diversão.

Título Original: (500) Days of Summer
Ano de Produção: 2009
Direção: Marc Webb
Elenco: Joseph Gordon-Levitt, Zooey Deschanel, Geoffrey Arend, Chloe Moretz, Matthew Gray Gubler, Clark Gregg, Patricia Belcher, Rachel Boston e Minka Kelly
Cotação: 3 Stars

Resenha Crítica | The King of Fighters – O Filme (2010)

Na minha pré-adolescência um dos meus maiores divertimentos era ir todas as manhãs de sábado e domingo jogar fliperama nos bares próximos da minha casa. Mesmo não tendo coordenação motora alguma para fazer comandos dos personagens, meu jogo favorito de luta sempre foi “The King of Fighters”. Como me deixava feliz comprar aquelas fichas com o dinheiro que implorava para o meu pai e minha mãe me darem!

Os anos passaram, alguns desses bares fecharam ou se livraram das “máquinas” (como o pessoal chamava as fliperamas) e eu só tive a oportunidade de jogar nas minhas últimas férias em casa, com emulador do PlayStation One no computador.

De repente, vejo um filme adaptado do game “The King of Fighters”. Olhem só:

Mature, Rugal e Vice

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Mai Shiranui

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Kyo Kusanagi

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Iori Yagami

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Terry Bogard

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Eu preciso dizer mais alguma coisa?
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Título Original: The King of Fighters
Ano de Produção: 2010
Direção: Gordon Chan
Elenco: Maggie Q, Sean Faris, Will Yun Lee, Ray Park, David Leitch, Françoise Yip, Bernice Liu, Monique Ganderton e Hiro Kanagawa
Cotação: bomba

Os Fantasmas de Scrooge

Os Fantasmas de Scrooge | A Christmas CarolCom carreira consolidada através do Oscar de melhor diretor por “Forrest Gump – O Contador de Histórias”, Robert Zemeckis parece se preocupar mais nos últimos anos em criar experimentos do que histórias com personagens de carne e osso. O primeiro foi “O Expresso Polar”, notável pelo seu trabalho de captura de performance. Posteriormente, rodou “A Lenda de Beowulf”, uma aventura épica apenas regular. Agora, em “Os Fantasmas de Scrooge”, Robert Zemeckis foi mais ambicioso, levantando altos duzentos milhões de dólares para um filme que, no fim das contas, não fez o público esperado.

“Os Fantasmas de Scrooge” impressiona. Também não decepcionará aqueles que o selecionarem para integrar uma sessão de filmes natalinos na data comemorativa, mas é exatamente isto a sua maior desvantagem: ele já nasceu com um gosto de coisa datada. Escrito por Charles Dickens (o mesmo de “Oliver Twist”) e adaptado para cinema pelo próprio Robert Zemeckis, “Os Fantasmas de Scrooge” nos apresenta ao rabugento Scrooge (Jim Carrey, que também se desdobra em outros personagens a exemplo do elenco de apoio). O velho Scrooge, rico e administrador do seu próprio negócio, definitivamente odeia o natal e alguns fantasmas se materializam para mostrar as pessoas que ele magoou no passado por causa de sua ganância. A atmosfera em certos instantes é bem soturna para uma produção Disney e será possível identificar sentimentos humanos no meio de tanta tecnologia. O resultado, mesmo, é apenas correto.

Título Original: A Christmas Carol
Ano de Produção: 2009
Direção: Robert Zemeckis
Elenco: Jim Carrey, Robin Wright, Colin Firth, Gary Oldman, Bob Hoskins, Fionnula Flanagan, Steve Valentine, Daryl Sabara, Julian Holloway, Cary Elwes, Jacquie Barnbrook, Lesley Manville, Molly C. Quinn, Fay Masterson e Leslie Zemeckis
Cotação: 3 Stars

O Solista

O Solista | The Soloist Afeito aos romances de época como “Orgulho e Preconceito” e “Desejo e Reparação”, o britânico Joe Wright investiu pesado em uma mudança de ares já em seu terceiro longa-metragem. “O Solista”, drama verídico rodado nos Estados Unidos, é um filme caro (para efeito de comparação, seu orçamento de sessenta milhões de dólares duplica o custo de “Desejo e Reparação”) e adota um estilo de narrativa que os fãs do jovem cineasta não reconhecerão.

Cada vez melhor, o astro tardio Robert Downey Jr. incorpora aqui o jornalista da Los Angeles Times Steve Lopez. Dias após sofrer um acidente ao pedalar de bicicleta conhece o morador de rua Nathaniel Anthony Ayers Jr. (Jamie Foxx, que aqui parece estar desesperado para entregar um desempenho tão arrebatador quanto em “Ray”, produção que lhe rendeu o Oscar de melhor ator), um solista talentoso. Steve fica tão impressionado pela habilidade do sujeito que passa a segui-lo com certa obsessão. Em flashbacks, “O Solista” vai mostrando como este personagem chegou a condição de vagar pelas ruas mais sórdidas de Los Angeles.

O grande destaque de “O Solista” é fazer da música um elemento em desenvolvimento na narrativa e uma razão de mudança de comportamentos em seus protagonistas, algo que o notável compositor Dario Marianelli sempre mantém em evidência usando músicas de Beethoven. Uma bela cena que merece ser destacada é quando Steve e Nathaniel compõem o único público a prestigiar um concerto, com uma montagem que substitui as reações dos personagens por fortes explosões de cores que tomam a tela. “O Solista” também é um bonito drama sobre amizade. A roteirista Susannah Grant, que adaptou o livro “O Solista” escrito pelo próprio Steve Lopez, entretanto, erra na forma superficial como retrata a esquizofrenia de Nathaniel.

Título Original: The Soloist
Ano de Produção: 2009
Direção: Joe Wright
Elenco: Robert Downey Jr., Jamie Foxx, Catherine Keener, Tom Hollander, Lisa Gay Hamilton, Stephen Root, Nelsan Ellis, Justin Martin, Rachael Harris, Lorraine Toussaint, Kokayi Ampah e Patrick Tatten
Cotação: 3 Stars

Resenha Crítica | Código de Conduta (2009)

Código de Conduta | Law Abiding CitizenO nova-iorquino Felix Gary Gray (ou melhor, F. Gary Gray) passou a ser valorizado em 1998 quando trabalhou em “A Negociação” com um investimento de cinquenta milhões de dólares, o maior até então para um diretor negro. Além do ótimo filme protagonizado por Samuel L. Jackson e Kevin Spacey, sua filmografia também contemplam o espetacular “Uma Saída de Mestre” (a famosa refilmagem de “Um Golpe à Italiana”) e o denso “Até as Últimas Consequências”. Mas há também o patético “O Vingador” (com Vin Diesel) e o insosso “Be Cool – O Outro Nome do Jogo”. “Código de Conduta” é uma junção do melhor e pior do cinema de F. Gary Gray.

A premissa é muito boa. Clyde (Gerard Butler, finalmente em um bom papel após “300“) tem sua mulher e filha mortas quando dois bandidos invadem sua residência. A Justiça se mostra falha ao libertar um dos culpados com um acordo estabelecido pelo promotor Nick (Jamie Foxx) após poucos anos cumprindo pena. A vingança neste caso se torna justificável e o pacato Clyde logo mostra sua fúria elaborando planos perfeitos para executá-la. O problema é que, estando morto os dois criminosos, Clyde arma novos planos cuja finalidade é executar a todos os envolvidos neste processo judicial, incluindo o próprio Nick.

Mesmo sendo puro entretenimento de ação, “Código de Conduta” emite uma interessante denúncia ao sistema judiciário americano. Um dos melhores momentos do filme é uma envolvendo Clyde e a Juíza Laura Burch (papel Annie Corley), uma prova do que é um roteiro bem escrito. Infelizmente, é na narrativa de Kurt Wimmer que há o ponto comprometedor. Há tantos esforços para potencializar a ação e gerar novas surpresas para tudo desmoronar na meia hora final. A partir deste instante, o “Código de Conduta” acumula muitos furos e converte de herói para vilão o personagem de Gerard Butler. Lamentável!

Título Original: Law Abiding Citizen
Ano de Produção: 2009
Direção: F. Gary Gray
Elenco: Jamie Foxx, Gerard Butler, Colm Meaney, Bruce McGill, Leslie Bibb, Michael Irby, Gregory Itzin, Regina Hall, Emerald-Angel Young, Christian Stolte, Annie Corley, Richard Portnow, Roger Bart, Josh Stewart e Viola Davis
Cotação: 3 Stars