Um cineasta que lança uma média de um filme por ano nem sempre está livre de assinar um projeto que certamente será selecionado como o menor de seus trabalhos. Não são muitos profissionais que trabalham tão ativamente por trás das câmeras. Woody Allen é um deles e atualmente apresenta uma filmografia dividida entre altos e baixos. François Ozon, o diretor francês mais interessante e talentoso em atividade, é outro. Seu currículo é cheio de personalidade, alternando entre gêneros como musical (“8 Mulheres”), comédia (“Sitcom – Nossa Linda Família”), romance de época (“Angel”) e suspense (“Swimming Pool – À Beira da Piscina”) de maneira impecável. Entretanto, não entrega o melhor de si em “O Refúgio”.
O novo drama do diretor abre com uma sequência de intensidade habitual. Foca o casal Mousse (Isabelle Carré, de “Medos Privados em Lugares Públicos”) e Louis (ponta de Melvil Poupaud, ator que trabalhou com Ozon em “O Tempo Que Resta”) se drogando em um quarto vazio. Ele tem uma overdose e não resiste. Ela quase tem o mesmo destino. O que lhe perturba é saber que está grávida de algumas semanas de seu parceiro. Os pais de Louis não querem que Mousse tenha o bebê, mas ela recebe consolo do irmão dele, Paul (Louis-Ronan Choisy). O refúgio do título se refere à casa na praia onde a protagonista se isola para passar por todo o processo de gestação e Paul, homossexual assumido, passa a dividir a residência com ela.
Ao contrário do que sugere seus primeiros minutos de metragem, “O Refúgio” desenvolve sua narrativa em um tom bem ameno. Não faltam momentos para François Ozon exibir toda a sua sensibilidade de autor, como nas cenas de amor ou aquelas onde se vê Mousse acariciando o seu ventre. É importante também elogiar o desempenho de Isabelle Carré, que iniciou as filmagens grávida de seis meses. Parece um processo importante para a atriz e ela monstra verdade em cena. Louis-Ronan Choisy, um cantor em seu primeiro papel para cinema, também não fica muito atrás. O problema é que “O Refúgio” jamais arrebata, frustrando as expectativas dos fãs de François Ozon.
Título Original: Le refuge
Ano de Produção: 2009
Direção: François Ozon
Roteiro: François Ozon e Mathieu Hippeau
Elenco: Isabelle Carré, Louis-Ronan Choisy, Pierre Louis-Calixte, Claire Vernet, Jean-Pierre Andréani, Dominique Jacquet e Melvil Poupaud
Cotação: ![]()

Em uma resenha publicada neste espaço em 2007 sobre o fraco “
O britânico Arthur Conan Doyle entregou ao mundo o famoso Sherlock Holmes no final do século XIX. Auxiliado pelo Dr. Watson, Holmes sempre foi notório na literatura pelas formas engenhosas nas quais desvendava mistérios para lá de complexos. Foi protagonista de muitos contos e romances e fez dezenas de aparições ao longo do século passado em filmes e produções televisivas. Meio esquecido na década passada, os produtores Joel Silver, Susan Downey, Dan Lin e Lionel Wigram estudaram a possibilidade de conferir uma roupagem acessível para a nova geração. Com o roteiro pronto, convocaram Guy Ritchie para a direção e Robert Downey Jr., marido de Susan, como protagonista. O resultado deu certo.
Conforme uma informação que pode ser lida no comentário de “Rocky Horror Picture Show”, tive a oportunidade de conhecer o Luiz, editor do blog
Contatos Imediatos do Terceiro Grau, de Steven Spielberg (1977, Close Encounters of the Third Kind)
Gandhi, de Richard Attenborough (1982, Gandhi)
Dr. Fantástico, de Stanley Kubrick (1964, Dr. Strangelove)
Rocky Horror Picture Show, de Jim Sharman (1975, The Rocky Horror Picture Show)
E.T. – O Extraterrestre, de Steven Spielberg (1982, E.T. the Extra-Terrestrial)
A morte da jovem atriz Brittany Murphy deixou muitas pessoas chocadas. Isto porque a atriz revelada em “As Patricinhas de Beverly Hills” era talentosa e tinha um carisma contagiante. Talvez nunca seja confirmada a veracidade de boatos que confirmam que seus últimos dias de vida não foram fáceis, mas só mesmo problemas particulares poderiam justificar os rumos lamentáveis de sua carreira. Devastadora no drama misterioso “
A cineasta nascida em Nova York Nicole Holofcener é responsável por uma filmografia pequena de grande prestígio entre a crítica. Forte colaboradora do cinema americano independente, Nicole se destaque ao desenvolver personagens que são seres humanos como nós, enfrentando anseios realistas que causam empatia. Foi algo que aconteceu no ótimo “Amigas com Dinheiro”, um dos poucos filmes a desenvolver de maneira nada caricata a vida de mulheres de classe média alta, e que novamente é testemunhado no pequeno “Sentimento de Culpa”.
Não há filme pior do que aquele que tenta se destinar para dois ou mais gêneros de público e não é capaz de satisfazer nenhum deles. Esta é uma preocupação grande no musical “Nine”. Não se trata exatamente de uma versão direta do clássico “8½”, uma espécie de fantasia dramática conduzida em 1963 por Federico Fellini, mas sim do musical da Broadway apresentado pela primeira vez em 1982 com Raul Julia na pele de Guido Contini. Em um revival de 2003, Antonio Banderas interpretou o personagem.
Quando um filme é produzido com aquelas pretensões de fazer bonito na lista de indicados a uma edição do Oscar todo mundo fica atento a cada fase de filmagem até o seu lançamento. O problema é quando as expectativas se frustram. No último ano não houve melhor exemplo de mau êxito do que o novo trabalho da cineasta indiana Mira Nair. Tendo trabalhado em muitas ocasiões com investidores americanos em títulos como “Tudo Por Um Sonho” e “Feira das Vaidades”, “Amelia” estava assegurando ao menos uma nova indicação ao Oscar para a notável atriz Hilary Swank. Não foi o que aconteceu. No entanto, o seu fracasso é totalmente injusto.
Uma sátira sempre chama a atenção do espectador, independente do veículo onde ela é destinada. Quando é no cinema, as primeiras paródias que são lembradas eram aquelas conduzidas pelo trio ZAZ, representado por David Zucker, Jim Abrahams e Jerry Zucker. São deles comédias clássicas como “Apertem os Cintos… O Piloto Sumiu”, “Top Gang! – Ases Muito Loucos” e “Corra Que a Polícia Vem Aí!”. Pena que a recordação desses bons tempos também ofereça uma grande decepção, pois atualmente quem comanda esse tipo de sátira é a dupla Aaron Seltzer e Jason Friedberg. Embora tenham auxiliado na criação dos hilariantes personagens de “Todo Mundo em Pânico”, na direção eles são um desastre, como provou “Uma Comédia Nada Romântica”, “