Resenha Crítica | Doce Vingança (2010)

“A Vingança de Jennifer” é um digno exploitation produzido com baixíssimo custo no final da década de 1970. Com teor elevado de violência, a realização assinada por Meir Zarchi provocou polêmica e recebeu censura por onde passou. Hoje, “A Vingança de Jennifer” é um cult dentro do gênero e recebe atualização pelas mãos do americano Steven R. Monroe, cujo trabalho mais célebre até então era “Aprisionados” (fita razoável estrelada por Dennis Hopper e disponível em vídeo em nosso país). Eis uma refilmagem que é capaz de dar uma nova perspectiva ao original sem ofendê-lo.

O primeiro ato de “A Vingança de Jennifer” é refeito em “Doce Vingança” sem maiores modificações. Jennifer Hill (agora vivida por Sarah Butler, em seu primeiro papel no cinema) é uma jovem escritora que se isola em uma cabana para escrever seu segundo romance. Antes de chegar ao seu destino, ela se depara com três homens rudes e cheios de más intenções. Na segunda noite de estada, todos eles, acompanhados por um deficiente mental que faz bicos como encanador, invadem o local e submetem a moça a inúmeras humilhações. A chegada de um novo personagem culminará no estupro de Jennifer.

Desde ponto em diante, o roteirista Stuart Morse arquiteta a vingança de Jennifer. Na versão original, a Jennifer de Camille Keaton (curiosamente, neta de Buster Keaton) usa o poder de sedução para persuadir seus algozes. Em “Doce Vingança”, Jennifer reprisa o episódio da qual foi vítima, agora no papel que pode ou não ser definido como de uma vilã. O resultado são cenas de violência que desconcertam e superiores ao filme de Meir Zarchi. Avaliando que aqui os recursos são tão limitados quanto antes, o mérito é ainda maior para uma história que nos convida a nos deparar com nossas próprias reações numa encenação de justiça com as próprias mãos.

Título Original: I Spit on Your Grave
Ano de Produção: 2010
Direção: Steven R. Monroe
Roteiro: Stuart Morse, baseado no filme “A Vingança de Jennifer”, de Meir Zarchi
Elenco: Sarah Butler, Jeff Branson, Andrew Howard, Daniel Franzese, Rodney Eastman, Chad Lindberg, Tracey Walter, Mollie Milligan, Saxon Sharbino e Amber Dawn Landrum
Cotação: 3 Stars

7 Comments

  1. Avatar de Desconhecido

    Não achei a melhor coisa do mundo, mas também não é de um desastre completo. É interessante a segunda parte e o toque que diz sobre se realmente ela toma como uma vilã ou não. O legal todavia aparece de muitos vibrarem ao que acontece, já que a temática é a famosa, olho por olho …

    Não é memorável, mas vale a conferida aos amantes do gênero.

    Curtir

    Responder

    1. Avatar de Desconhecido

      João, eu não posso negar que fiquei bem empolgado com toda aquela vingança da moça. Se tem uma coisa que gosto de ver na ficção é justiça com as próprias mãos.

      Curtir

      Responder

  2. Avatar de Desconhecido

    Eu assisti esse, e por causa disso, fui assistir o antigo. Gostei de ambos, porque fica aquela mensagem sobre descobrir o real caráter das pessoas quando estão no poder. Um potro filme que tem essa mesma ideia é o “terra fria” com Charlize Theron, mas sem os massacres e apelação sexual non-sense.

    Curtir

    Responder

Deixe um comentário