Geralmente se vê em filmes de sequestro mais a obstinação de uma vítima em sair da enrascada em que foi submetida, ignorando a complexidade que envolve as negociações para a sua própria liberdade ou mesmo as motivações de sequestradores com interesses ligados não apenas ao dinheiro. Uma decisão que pode render thrillers cheios de tensão, porém repetitivos. Por isto é feliz a opção do diretor Lucas Belvaux em apresentar uma nova perspectiva sobre o assunto ao inspirar-se no rapto verídico de um executivo franco-belga em 1978.
Em “O Sequestro de Um Herói”, a ação se passa em tempos atuais. Stanislas Graff (Yvan Attal, marido de Charlotte Gainsbourg) é apresentado em uma sucessão de situações onde é visto com a família, a amante e como presidente de uma poderosa indústria, comportando-se sempre de modo automático. Num dia comum, é sequestrado por um grupo que exige uma fortuna como resgate. As negociações não saem como previstas e rapidamente é vinculada na imprensa a vida dupla de Stanislas. Com a reputação manchada, o personagem tem sua libertação retardada com a intervenção mal-sucedida de policiais.
Se por um lado não há como antecipar outros acontecimentos da narrativa para não estragar as surpresas, por outro é preciso exaltar o resultado intenso para o qual eles se movem. Com uma mudança de tom inesperada, “O Sequestro de Um Herói” convida o espectador a refletir sobre os dilemas enfrentados por um protagonista questionável. Pós-sequestro, Stanislas deverá tomar uma atitude radical e resta para nós imaginarmos a sua escolha.
Em tempo: uma refilmagem hollywoodiana já foi encomendada, cuja direção ficará a cargo da dinamarquesa Susanne Bier.
Título Original: Rapt
Ano de Produção: 2009
Direção: Lucas Belvaux
Roteiro: Lucas Belvaux
Elenco: Yvan Attal, Anne Consigny, André Marcon, Françoise Fabian, Alex Descas, Michel Voïta, Gérard Meylan, Maxime Lefrançois, Christophe Kourotchkine, Sarah Messens, Julie Kaye, Marc Rioufol, Patrick Descamps, Bertrand Constant, Tania Torrens e Lucas Belvaux
Cotação: ![]()

Talvez o cineasta mais transgressor em atividade, o dinamarquês Lars von Trier não perde a oportunidade de criar polêmica com intenção de se promover. Especialmente no festival de Cannes, tendo em coletivas para a imprensa se declarado o melhor diretor do mundo e, em ocasião recente no evento onde virou persona non grata, simpatizante de Hitler. Traço incômodo na personalidade de um artista compensado pela linguagem cinematográfica nada usual de sua filmografia, capaz de discutir o comportamento de uma sociedade sem salvação através de personagens martirizadas tanto sob um tablado delineado com giz (“Dogville”) quanto flertando com o musical (“Dançando no Escuro”). O mesmo faz em “Melancolia”, mesmo com o caráter, digamos, mais acessível.![[5star.jpg]](https://blogcineresenhas.files.wordpress.com/2008/10/5star.jpg?w=67)
Mesmo com o apelo que qualquer chick flick tem com o público feminino, “Uma Manhã Gloriosa” não fez bonito em seu lançamento, obtendo recepção neutra da crítica especializada e enfrentando filmes nas bilheterias americanas voltado ao público masculino, como “
John Waters em “Hairspray – Em Busca da Fama”
Há um famoso mito de que todo ser humano utiliza apenas 10% de toda sua capacidade mental. Embora muitos especialistas discordem, é difícil encontrar outra justificativa que comprove, por exemplo, as informações que parecem ser descartadas involuntariamente de nossa memória. Se há pontos do nosso cérebro que ficam ou não inativos será uma questão que ficará para outra oportunidade, pois o eletrizante thriller “Sem Limites” está interessado em tratar de outras coisas através de Eddie Morra.
Secretariat permanece consolidado como o cavalo mais veloz do mundo, apesar dos anos que se passaram desde sua morte. Vencedor da Tríplice Coroa e com recorde mundial de distância em prova disputada em Belmont Stakes, Secretariat não é o verdadeiro protagonista desta realização de Randall Wallace, embora seu nome lhe dê título. É para Penny Chenery que a câmera do cineasta dirige toda a atenção.
Mais do que a dificuldade em superar o luto, o maior desafio para quem perdeu uma pessoa querida está em se adaptar a um novo cotidiano sem sua presença. Isto se intensifica quando é uma mulher com quatro filhos a pessoa que não partiu. Como a cineasta Julie Bertuccelli deixa bem claro na cena inicial de “A Árvore”, Dawn (Charlotte Gainsbourg, de “