O único romance escrito pelo irlandês Oscar Wilde foi “O Retrato de Dorian Gray”. Com conteúdo que gerou rebuliço na ocasião de lançamento, hoje é consagrado como um dos maiores clássicos da literatura. Há mais de uma dezena de adaptações cinematográficas da obra, mas a única versão considerada relevante é de 1945, dirigida e roteirizada por Albert Lewin. Ciente disto, o britânico Oliver Parker produz agora aquela que tenta se impor como “O Retrato de Dorian Gray” definitivo da mais recente geração.
Com bom olho para reconstituição de época, Oliver Parker situa seu Dorian Gray (Ben Barnes) no século retrasado onde predomina a luxúria e cobiça. Há a adição de cenas eróticas ousadas, mas a história permanece como é conhecida. Dorian, rapaz de origem humilde arremessado para a alta sociedade inglesa ao ganhar uma herança, pousa para o pintor Basil Hallward (Ben Chaplin). A beleza contida em seu próprio retrato o seduz tanto que um pacto é feito. O tempo passa, mas Dorian Gray prossegue com a mesma aparência. O contrário é visto em seu retrato pintado, que toma uma forma assustadora.
Revelado em uma das versões mais recentes da peça “Othelo”, de William Shakespeare, Oliver Parker é um diretor que não é capaz de fazer filmes que deixam fortes impressões no espectador. Isto não muda em “O Retrato de Dorian Gray”, versão que nada tem a acrescentar ao que já se conhece sobre o romance de Oscar Wilde. Faz um filme apático e protagonizado por um Ben Barnes que jamais é capaz de imprimir a sensualidade que o papel lhe exige.
Título Original: Dorian Gray
Ano de Produção: 2009
Direção: Oliver Parker
Roteiro: Toby Finlay, baseado no romance de Oscar Wilde
Elenco: Ben Barnes, Colin Firth, Ben Chaplin, Fiona Shaw, Rebecca Hall, Lily Garrett, Hugh Ross, Max Irons, Louise Rose, Rachel Hurd-Wood, Emilia Fox, Caroline Goodall, Maryam d’Abo, Jeff Lipman, Douglas Henshall e Johnny Harris
Cotação: ![]()

Famoso conto de fadas dos irmãos Jacob e Wilhelm Grimm, “Rapunzel” ainda não havia ganhado uma grande produção com o selo Walt Disney. Pois a donzela com longos fios de cabelo finalmente tem um filme para si, com leves modificações na história originalmente publicada em 1698 e um clima de autoparódia que quase remete à “Shrek”. A recente investida do estúdio deu certo, apesar de ter sido ignorado na categoria de melhor animação no Oscar 2011 e tido um desempenho nas bilheterias aquém das expectativas.
Os mais desavisados podem acreditar que “Cópia Fiel” seja um romance aos moldes daquele vivenciado por Jesse (Ethan Hawke) e Celine (Julie Delpy), casal central de “Antes do Amanhecer” e “Antes do Pôr-do-sol”, produções conduzidas pelo americano Richard Linklater. Porém, o filme de Abbas Kiarostami não está muito preocupado em registrar o nascer do amor e as reviravoltas que este forte sentimento sempre faz acontecer. Em “Cópia Fiel”, o diretor iraniano arma um jogo que poderá deixar muitos espectadores com alguns pontos de interrogação.
Com as carreiras em baixo, o diretor Dominic Sena e o ator Nicolas Cage planejaram um reencontro cinematográfico com a realização de “Caça às Bruxas”. A dupla é responsável pelo sucesso de “60 Segundos”, um carsploitation razoável que não compromete a carreira de nenhum dos envolvidos. Porém, os constantes adiamentos levantavam as suspeitas de que a parceria não teria dado muito certo, pois a produção estava concluída desde 2009.
Após entregar “O Fabuloso Destino de Amélie Poulain”, um dos filmes franceses de maior prestígio na história do cinema, público e crítica não depositaram o mesmo entusiasmo nas produções seguintes de Jean-Pierre Jeunet. Foi acusado de americanizar o romance de guerra “Eterno Amor” e solenemente ignorado em vários países com o recente “Micmacs – Um Plano Complicado”, sem passagem pelas salas brasileiras e lançado recentemente em DVD pela Sony Pictures. Pena, pois Jean-Pierre Jeunet, um dos cineastas mais inventivos e com extremo domínio da linguagem cinematográfica, não merece tal desprezo.
O cineasta sueco Mikael Håfström fez boa carreira em seu país natal. No momento de maior brilho na carreira (a indicação ao Oscar por “Evil – Raízes do Mal”), garantiu para si uma passagem só de ida para Hollywood. Só entregou thrillers afetados, incluindo o mais recente “O Ritual”. Uma pena, pois o material consultado pelo roteirista Michael Petroni, o livro de relatos reais do jornalista Matt Baglio, tinha potencial para se tornar um grande filme do gênero.
No passado, muitas pessoas pegaram os tempos áureos da programação da tevê aberta. Afinal, ao contrário da acessibilidade que a tecnologia atualmente oferece, a telinha era o meio de transmissão mais popular. Por isso, é normal muitas pessoas apontarem que há clima de sessão da tarde em fantasias, comédias e aventuras nostálgicas. Já a maioria das fitas de ação era exibida no Domingo Maior. E no programa, Charles Bronson se consolidou como “muso”. Basta confirmar isto com o seu pai ou simplesmente ter mais de trinta anos e uma boa bagagem cinematográfica. Não há dúvidas que Charles Bronson sempre foi uma porta interpretando, mas não é absurdo o afeto que muitos fãs têm por este americano que partiu em 2003 deixando como herança um currículo que soma mais de cento e cinquenta trabalhos no cinema e na tevê. Guardadas as devidas proporções, podemos dizer que o britânico Jason Statham é o Charles Bronson da nova geração, um brucutu simpático que dá sangue em produções cheias de adrenalina. Algumas muito legais, como a franquia “Carga Explosiva” e “Efeito Dominó”. Outras bem medíocres, como “Assassino a Preço Fixo”, produção que será comparada a seguir com sua versão original, protagonizada em 1972 por ninguém menos que Charles Bronson.
ASSASSINO A PREÇO FIXO – 1972
ASSASSINO A PREÇO FIXO – 2011
Mesmo sendo uma das franquias de maior sucesso do cinema contemporâneo, havia três nomes que quase impossibilitaram mais sequências de “Piratas do Caribe”: do diretor Gore Verbinski, do ator Orlando Bloom e da atriz Keira Knightley. Afinal, Verbinski conferiu uma marca pessoal em “A Maldição do Pérola Negra”, “O Baú da Morte” e “