Mesmo que existam vários títulos que se dedicam em condensar toda a existência de um personagem em duas ou três horas, é muito raro testemunharmos uma experiência extremamente válida, que consiga sublinhar todos os contrastes que há na vida de qualquer um. Com isto, o cineasta Richard J. Lewis e o roteirista Michael Konyves tiveram uma tarefa no mínimo complicada em adaptar o extenso romance do canadense Mordecai Richler. Não apenas conseguem o feito como faz de “A Minha Versão do Amor” um dos filmes mais emocionantes do ano.
Há três mulheres que entraram na vida de Barney Panofsky (Paul Giamatti, vencedor do Globo de Ouro e possivelmente no melhor trabalho em toda sua carreira). A primeira, a bela Clara (Rachelle Lefevre), surgiu quando Barney ainda era jovem e vivia na Itália. Ia construir com ela uma família se não fossem as várias verdades ditas apenas durante e após o casamento, como o seu nome verdadeiro e o filho que carregava não sendo de Barney. A rica judia feita por Minnie Driver é a segunda mulher a se tornar esposa de Barney, mas eis que o destino prega novas peças para o protagonista, com ele se apaixonando à primeira vista por Miriam (Rosamund Pike).
Como a vida não é feita só de amores, a narrativa também foca o relacionamento de Barney com o seu pai Izzy (Dustin Hoffman) e com o seu melhor amigo Boogie (Scott Speedman), cuja morte Barney é dado como responsável. Há outros grandes episódios ao longo de quarenta anos sobre este personagem tão bem construído, mas não cabe aqui revelá-los. Se o sarcasmo tão exaltado no livro de Mordecai Richler não foi mantido, a versão cinematográfica ao menos preserva o caráter errante de Barney, que casado com Mirian é capaz de tomar atitudes imperdoáveis em nome do amor.
A impressionante maquiagem de Adrien Morot foi o único a representar “A Minha Versão do Amor” no Oscar 2011 e a produção não obteve um bom número de espectadores ao chegar nos cinemas. Disponível em DVD há alguns meses, agora existe a chance de desfrutar na telinha essa história maravilhosa.
Título Original: Barney’s Version
Ano de Produção: 2010
Direção: Richard J. Lewis
Roteiro: Michael Konyves, baseado no romance “A Versão de Barney”, de Mordecai Richler
Elenco: Paul Giamatti, Rosamund Pike, Minnie Driver, Rachelle Lefevre, Scott Speedman, Dustin Hoffman, Atom Egoyan, Mark Addy, Macha Grenon, Clé Bennett, Thomas Trabacchi, Saul Rubinek, Howard Jerome, David Cronenberg, Anna Hopkins, Jake Hoffman, Richard J. Lewis e Bruce Greenwood
Cotação: ![]()


Intérpretes já consagrados, Carlos Alberto Riccelli e Bruna Lombardi atingiram um novo ponto em suas carreiras. Ele como diretor e ela como roteirista. A terceira parceria do casal acontece em “Onde Está a Felicidade?”, comédia que se mostra mais acessível que o ainda inédito “Stress, Orgasms, and Salvation” e o drama “O Signo da Cidade”. A evidência disso se vê nos inúmeros elogios que a produção obteve na última edição do Festival de Paulínia.
Em seu quarto longa-metragem, Cláudio Torres parece reforçar a impressão que surgiu desde “Redentor” e transferida para “A Mulher do Meu Amigo” e “
Com uma carreira que se iniciou em 1969, o americano Terrence Malick rodou apenas cinco filmes e um curta-metragem. Mesmo esporádico, é considerado como um dos maiores realizadores ainda vivo, tendo obras cujas cenas parecem ser concebidas com extrema meticulosidade. Atualmente, Malick está muito mais ativo, já que tem vários filmes na agenda após “A Árvore da Vida”. Em estágio de pós-produção, “Voyage of Time” e um drama romântico ainda sem título protagonizado por Rachel McAdams e Ben Affleck devem estrear no ano que vem. “Lawless” e “Knight of Cups” ainda estão em fase de pré-produção.
Martha. Marcy May. Marlene. O que esses três nomes femininos que compõem o título do primeiro longa-metragem de Sean Durkin têm em comum? Mais do que se espera. Provavelmente, trata-se das três identidades em algum momento adotadas por Elizabeth Olsen. Na verdade, ela é Martha, virou Marcy May ao entrar em um estranho culto comandado por Patrick (John Hawkes, indicado ao Oscar de melhor ator coadjuvante por “
Atriz de extraordinário talento, a inglesa Tilda Swinton tem uma agenda cheia de trabalhos em pré-produção ou prestes a serem finalizados, mesmo já tendo passado dos cinquenta anos, uma faixa de idade onde os bons papéis começam a rarear. Com isto, surpreende que ela tenha conseguido conciliar seus compromissos com outros cineastas ao mesmo tempo que auxiliava o levantamento de investimentos para a produção de “Um Sonho de Amor”, dirigido pelo italiano Luca Guadagnino (o mesmo de “100 Escovadas Antes de Dormir”).
Basta surgir alguma história onde o personagem central descobre ter algum câncer terminal para encararmos com pouco entusiasmo o que vem a seguir. Afinal, é raro algum roteiro se esquivar dos velhos padrões, que incluem protagonistas em busca da realização de todos os seus desejos ainda pendentes e permitir que o fim de sua existência seja mais suportável para aqueles que os cercam. “Pronta Para Amar” apresenta esses vícios, mas o que faz a diferença aqui é o tom usado para narrar o drama de Marley.
Um carro em chamas serve para abrir “Corações Perdidos”. A princípio, não se justifica o porquê de visualizarmos esta cena, mas já deduzimos que foi uma tragédia que abateu o casal Riley, Doug (James Gandolfini) e Lois (Melissa Leo).
You is kind. You is smart. You is important.