Ano passado, o Cine Resenhas elaborou a lista dos piores filmes lançados nos cinemas e direto em DVD ao longo de 2010. A lista, publicada no início de junho de 2011, saiu do forno bem atrasada. Desta forma, o blog tenta reverter um pouco a situação neste ano, divulgando os piores filmes do ano passado antes de nos atermos apenas as publicações dos melhores do mesmo ano. Também poderá ser conferido a lista das piores interpretações, que não segue uma ordem de preferência. Mesmo assim, é possível deduzir qual é o pior entre todos os selecionados através da imagem em destaque postada ao lado das relações, separadas em piores desempenhos masculinos e piores desempenhos femininos.
O Cine Resenhas espera que todos vocês gostem (ou não, vendo o teor do tema) do resultado. Não deixem de comentar! ;-)
01. “O Noivo da Minha Melhor Amiga”, de Luke Greenfield
Falar mal de comédia romântica é a mesma coisa que chutar cachorro morto. Por isso muitos já sabem o que esperar quando investem tempo e dinheiro num filme do gênero: casal de protagonistas bonitos e caretas que após uma dúzia de adversidades simples viverão felizes ao final da história. Pois a fórmula é repetida em “O Noivo da Minha Melhor Amiga”, mas da maneira mais insuportável possível. O que se vê na tela são dois protagonistas egoístas, canalhas mesmo, que são capazes de cometerem as maiores atrocidades emocionais para ficarem juntos. O primeiro desejo que surge assim que os créditos finais na tela é que o destino nos ajude a manter distância máxima de pessoas como Rachel e Dex, interpretados por Ginnifer Goodwin e Colin Egglesfield. O que mais assusta, entretanto, é ver o nome de uma competente atriz como Hilary Swank como produtora de um filme tão abominável.
02. “Cilada.com“, de José Alvarenga Jr.
Se não fosse por burocracia de cunho virtual, esse filme de José Alvarenga Jr. se justificaria melhor sendo chamado apenas de “Cilada”. Baseado na atração televisiva criada por Bruno Mazzeo, “Cilada.com” condensa em uma hora e meia tudo o que há de pior não apenas na comédia, mas no cinema brasileiro em geral. E é impossível descrever esses erros sem cair na redundância: péssima direção, interpretações fora do tom, situações apelativas, moralismo torto etc. O mestre do humor Chico Anysio, que lamentavelmente apresenta um estado de saúde grave, não deve estar nem um pouco orgulhoso do filhinho Bruno Mazzeo.
03. “A Casa dos Sonhos”, de Jim Sheridan
O que esperar de um filme do qual seu próprio diretor considerou tão ruim ao ponto de recorrer ao Sindicado dos Diretores para remover seu nome dos créditos? Nem Daniel Craig e Rachel Weisz, dois intérpretes com talentos para lá de questionáveis, se moveram para divulgar “A Casa dos Sonhos”, que ao menos parece ter sido o estopim para a cerimônia secreta de casamento dos dois. Amparado pelos elementos mais manjados do gênero, o filme ainda tem duas resoluções previsíveis e hilárias. É de dar medo tamanha incompetência.
04. “A Árvore“, de Julie Bertuccelli
Julie Bertuccelli foi elogiada pela sua estreia como cineasta em “Desde que Otar Partiu” e se inspirou em um próprio episódio de luto para conceber “A Árvore”. Pois o caldo entorna assim que ela opta em misturar o romance de Elizabeth J. Mars com elementos particulares, resultando em um drama que não convence nem como exemplo de superação do luto e muito menos pelos elementos sobrenaturais introduzidos a partir de seu segundo ato. Esperta, Charlotte Gainsbourg engatou nova parceria com Lars von Trier em “Melancolia” após protagonizar esse vexame.
05. “Não Se Preocupe, Nada Vai Dar Certo!”, de Hugo Carvana
Não há dúvidas de que Hugo Carvana é uma grande personalidade tanto na tevê como no cinema. No entanto, nas suas últimas investidas como cineasta os resultados foram decepcionantes. Talvez seja a vontade de trazer para hoje todos os elementos das chanchadas, tão populares até a década de 1950. Carvana não primou pelo bom gosto em “A Casa da Mãe Joana” e se mostra ainda pior em “Não Se Preocupe, Nada Vai Dar Certo!”. Além de focar a parceria complicada entre pai e filho capengas há ainda uma trama de mistério que não faz feio diante daqueles romances vagabundos que encontramos em sebos por apenas R$1,00. Como disse um espectador frustrado ao sair da sala de cinema, “não se preocupe, esse filme não deu certo!”.
06. “Pacific”, de Marcelo Pedroso
Assim que chega sexta-feira, acesso alguns portais de cinema para saber o que está chegando ao circuito e, claro, ler o que a crítica tem para dizer. Quando “Pacific” foi exibido em salas alternativas de São Paulo, os comentários foram unânimes, afirmando que o documentário de Marcelo Pedroso vem com o propósito de registrar o comportamento humano através de uma família classe média que desfruta um cruzeiro nas festas de final de ano. Porém, o que vi foi uma representação frustrada dessa intenção, que faz um documentário insuportável e com uma precariedade técnica inadmissível. Faz cinema parecer uma brincadeira.
07. “Deu a Louca na Chapeuzinho 2”, de Mike Disa
Quando lançado nos cinemas, “Deu a Louca na Chapeuzinho” rendeu uma boa bilheteria por se distanciar um pouco do modelo de animações que eram lançados naquele período. Claro, a sátira a famosos contos infantis já havia sido praticado na franquia “Shrek”. Porém, o humor de “Deu a Louca na Chapeuzinho” colava bem no público adulto. Porém, nada que justificasse a Weinstein Company fazer uma sequência. Embora o orçamento seja o dobro do filme original, faltou investimento artístico para fazer uma história decente, pois não demoramos a questionar em “Deu a Louca na Chapeuzinho 2” a razão dele existir. Ótimo sonífero para crianças tão malvadas quanto o João e Maria criado aqui.
08. “Cowboys & Aliens”, de Jon Favreau
A ideia de fazer um filme de faroeste misturado com ficção-científica parecia muito boa. Mas ela ficou apenas no papel. Ou nos quadrinhos de Scott Mitchell Rosenberg. Com a moral lá em cima com o sucesso (bem infundado, aliás) dos dois episódios de “Homem de Ferro”, Jon Favreau conduz “Cowboys & Aliens” do seu jeito inconfundível: sem ritmo, criatividade ou inteligência. O mais absurdo é ver que este lixo cinematográfico precisou de nada menos que cinco roteiristas para dar conta de tanta incompetência. Triste fim para Harrison Ford, que antes fora Indiana Jones, Jack Ryan e Rick Deckard e que atualmente pena para trabalhar como coadjuvante de projetos aborrecidos.
09. “A Vida e a Morte de Charlie“, de Burr Steers
Não tenho absolutamente nada contra jovens intérpretes que fazem de tudo para se desvincularem de um papel marcante dentro do público infantojuvenil É o que Zac Efron tentou fazer após encerrar seus compromissos com “High School Musical”. Como ninguém o viu em “Me and Orson Welles” (filme de Richard Linklater rodado em 2008 que permanece inédito no Brasil), Zac Efron apostou todas as suas fichas em “A Morte e Vida de Charlie”, que pode ser definido como uma versão genérica e espírita dos draminhas adaptados dos romances baratos de Nicholas Sparks. Em tempo: a próxima investida num papel sério de Zac será em “Um Homem de Sorte”, baseado num best-seller de… Nicholas Sparks!
10. Natimorto, de Paulo Machline
Um dos grandes escritores brasileiros no cenário atual, Lourenço Mutarelli investiu em cinema em ocasiões bem discretas, seja através de pontas em filmes como “É Proibido Fumar”, seja através do romance que inspirou “O Cheiro do Ralo”. Não se sabe quem teve a ideia infeliz de dizer que Lourenço Mutarelli poderia render como ator. Provavelmente o diretor Paulo Machline, que através do roteiro de Andre Pinho adapta “O Natimorto”, romance de Lourenço Mutarelli publicado pela Companhia de Letras. A presunção só não é pior do que a encarnação cinematográfica do texto encenado na maior parte do tempo em um único cenário. É uma confusão de linguagens (ora parece cinema, ora parece teatro) e um filme que, assim como a do perturbado protagonista, parece ter a sorte lançada a partir da repulsiva campanha contra tabagismo impressa em maços de cigarros. Se a sua intenção é embarcar num programa alternativo que ressalte toda a necessidade de isolamento de anônimos numa sociedade cruel, prefira “Possuídos”.
10 PIORES DESEMPENHOS MASCULINOS
Bruno Mazzeo, por “Cilada.com”
Daniel Craig, por “A Casa dos Sonhos”
Daniel Craig, por “Cowboys & Aliens”
Jack Black, por “As Viagens de Gulliver”
Logan Lerman, por “Os Três Mosqueteiros”
Lourenço Mutarelli, por “Natimorto”
Ryan Gosling, por “Amor a Toda Prova”
Seth Rogen, por “Besouro Verde”
Tim Robbins, por “Lanterna Verde”
Tom Hanks, por “Larry Crowne – O Amor Está de Volta”
10 PIORES DESEMPENHOS FEMININOS
Angela Bassett, por “Lanterna Verde”
January Jones, por “Desconhecido”
January Jones, por “X-Men – Primeira Classe”
Jessica Alba, por “Entrando Numa Fria Maior Ainda Com A Família”
Jessica Alba, por “O Assassino em Mim”
Odette Annable, por “Você de Novo”
Rachel Weisz, por “A Casa dos Sonhos”
Rosie Huntington-Whiteley, por “Transformers – O Lado Oculto da Lua”
Vanessa Gerbelli, por “As Mães de Chico Xavier”
Vanessa Hudgens, por “A Fera”

Considerado o melhor ator em atividade no cinema brasileiro ao lado de Wagner Moura, Selton Mello encabeçou na maioria das vezes projetos que tinham grande apelo diante do público, a exemplo de “O Auto da Compadecida”, “Lisbela e o Prisioneiro” e “
Não há dúvidas de que 2011 foi um ano muito desapontador para o gênero animação. Fazendo um rápido balanço e excetuando filmes como “
Em 2009, o Museu de Arte Moderna abrigou uma exposição que registrou um dos maiores números de visitas em toda a história do espaço. Era o trabalho do artista plástico Vik Muniz, brasileiro radicado em Nova York que criou belos retratos usando materiais recolhidos no Jardim Gramacho, o maior aterro sanitário do mundo. Porém, visualizar de perto a criatividade e beleza das imagens não seria suficiente para nos aproximarmos da experiência que elas representaram para Vik Muniz e todos os envolvidos. “Lixo Extraordinário”, indicado ao Oscar de melhor documentário e vencedor do prêmio de público no Festival de Sundance, surge para criar este vínculo.![[5star.jpg]](https://blogcineresenhas.files.wordpress.com/2008/10/5star.jpg?w=67)
Quando lançou em 1982 a refilmagem do pequeno clássico de ficção “O Monstro do Ártico”, John Carpenter, um mestre do horror, recebeu críticas pouco entusiasmadas. Muitos alegaram que em “O Enigma de Outro Mundo” há poucas sutilezas, especialmente nos efeitos especiais explícitos. Não é mesmo a obra-prima do cineasta, mas “O Enigma de Outro Mundo” virou cult e agora ganhou até um prequel. Trata-se de “O Enigma de Outro Mundo” (2011), que reprisa atualmente o mesmo histórico de “O Enigma de Outro Mundo” original de péssima recepção de público e crítica, mas que futuramente poderá também ser redescoberto por aficionados pelo gênero com um olhar mais apurado.
Seis vezes indicado ao Oscar, o australiano Peter Weir se mostrou mais do que nunca um realizador de filmes contemplativos nos últimos anos de sua carreira. Algo perceptível com apenas duas obras: “Mestre dos Mares – O Lado Mais Distante do Mundo” e agora “Caminho da Liberdade”. Em ambos, Peter Weir tenta com sua câmera se aproximar na imensidão dos ambientes que se passam os conflitos entre seus personagens.
Ao estrear como diretor em “A Hora do Pesadelo”, Tom Holland não esperava fazer uma importante contribuição ao gênero de terror dos anos 1980. Trata-se de recolocar os famosos vampiros naquele cenário de horror dominado por assassinos em série indestrutíveis como Michael Myers (“Halloween”) e Freddy Krueger (“A Hora do Pesadelo”) através de uma roupagem moderna e cheia de humor. Já Craig Gillespie refilma “A Hora do Pesadelo” aproveitando a popularidade dos sanguessugas dentro do cenário atual.
Os Muppets são tão famosos que até a mais recente geração provavelmente reconhece personagens como Miss Piggy e Caco, o sapo. São apenas dois de vários fantoches que entraram no imaginário popular. Irônico, entretanto, é ver que os Muppets pareciam não ser mais sinônimo de bom faturamento. Em matéria de cinema, temos “Muppets do Espaço” como o último longa-metragem protagonizado pelos fantoches – esta produção de 1999 foi um fracasso no circuito estadunidense. Entra aí Jason Segel, um ator afeito a comédias que aos poucos faz seu nome diante do público americano e que oferece para os Muppets uma nova chance na tela grande através da sua colaboração como protagonista, roteirista e produtor.
Uma das coisas mais comuns de acontecerem no cotidiano é algum desentendimento com o vizinho. Ora pela algazarra em horário inoportuno, ora por se intrometer demais em assuntos particulares. Os realizadores argentinos Gastón Duprat e Mariano Cohn, através do roteiro escrito por Andrés Duprat, iniciam o drama “O Homem ao Lado” discutindo este conflito previsível, mas que receberá desdobramentos inesperados.