As Aventuras de Tintim – O Segredo do Licorne

Steven Spielberg se encontrou num verdadeiro impasse recentemente. Filmados entre um curto intervalo de tempo, “Cavalo de Guerra” e “As Aventuras de Tintim – O Segredo do Licorne” chegaram aos cinemas americanos no mesmo dia, criando um fenômeno talvez inédito: a concorrência entre duas obras assinadas pelo mesmo diretor. Nesta estratégia em tornar ambos elegíveis para o Oscar e também verdadeiros sucessos de bilheteria, “As Aventuras de Tintim – O Segredo do Licorne” representou o lado de Spielberg que se deu mal. Afinal, “As Aventuras de Tintim – O Segredo do Licorne” só garantiu bons números na bilheteria mundial e obteve apenas uma indicação ao Oscar, na categoria de melhor trilha-sonora.

Apesar da desanimadora recepção dos americanos, “As Aventuras de Tintim – O Segredo do Licorne” traz um Spielberg em melhor forma comparado a “Cavalo de Guerra”. O destaque está na sábia decisão em conceber “As Aventuras de Tintim – O Segredo do Licorne” com a tecnologia de captura de performance, aproximando-o aos quadrinhos animados do belga Hergé.

Tintim (Jamie Bell) é um jovem e intrépido repórter que adquire numa feira de rua a réplica de um navio. O objeto, cobiçado pelo perigoso Sakharine (Daniel Craig), contém um mapa do tesouro. A descoberta fará Tintim e o seu inseparável companheiro canino Milu se esbarrarem com o Capitão Haddock (Andy Serkis), um autêntico beberrão que rapidamente se tornará um forte aliado de Tintim.

Contando com a colaboração de Peter Jackson como produtor, Steven Spielberg se mantém fiel a criação de Hergé na maior parte do tempo (os quadrinhos também inspiraram a criação de duas séries animadas, feitas em 1961 e 1991). Os personagens estão bem caracterizados e a trama investigativa preserva a inteligência e envolvimento esperados. Há também extraordinárias sequências de ação, com destaque para a perseguição em plano-sequência no Marrocos. Resta apenas o ritmo de “As Aventuras de Tintim – O Segredo do Licorne” como seu principal problema, pois a impressão de que o filme termina mais longo do que deveria é bem forte assim que os créditos finais invadem a tela, especialmente para os espectadores acostumados com a agilidade com que eram concluídas as aventuras da série animada antes tão reprisada no canal Cultura.

Título Original:
Ano de Produção: 2011
Direção: Steven Spielberg
Roteiro: Edgar Wright, Joe Cornish e Steven Moffat, baseado na série em quadrinhos “As Aventuras de Tintim”, de Hergé
Vozes de: Jamie Bell, Andy Serkis, Daniel Craig, Nick Frost, Simon Pegg, Daniel Mays, Gad Elmaleh, Toby Jones, Joe Starr, Enn Reitel, Mackenzie Crook, Tony Curran, Sonje Fortag, Cary Elwes e Sebastian Roché
Cotação: 3 Stars

4 Comments

  1. Avatar de Desconhecido

    Eu gostei muito desse filme no que diz respeito à ação e a história, que prendem muito a atenção. Entretanto, acho que Spielberg cometeu o mesmo erro que o Robert Zemeckis comete nos filmes dele nessa seara: os personagens dele parecem artificiais demais e não passam emoção. O olhar deles, enfim, é muito vazio.

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    1. Avatar de Desconhecido

      Kamila, acredita que achei o contrário? Sem dizer que acho os personagens bem próximos daqueles criados por Hergé, há bastante fidelidade neste sentido. Neste aspecto que você citou, não tenho do que reclamar.

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