Há vários exemplos de encenações dramáticas entre alunos e professores no cinema que buscam comprovar a importância que um tem para o outro através de um relacionamento inicialmente conturbado, mas que chega ao final com alguma mensagem edificante. Aqueles que esperam que a fórmula se repita em “O Substituto” ficarão estarrecidos, entretanto.
O inglês Tony Kaye não conseguiu distribuição para nenhum dos seus projetos após “A Outra História Americana”, mas a fúria com que conduz sua obra permanece intacta. Em “O Substituto”, Adrien Brody vive Henry Barthes, um professor substitutivo que consegue a oportunidade de trabalhar temporariamente na escola dirigida por Carol Dearden (Marcia Gay Harden). A sua vida privada é tão desmotivadora quanto a profissional, investindo o tempo entre visitar o avô moribundo (Louis Zorich) e habitar o seu apartamento vazio e melancólico.
Henry é o personagem central de “O Substituto”, mas a história sempre registra o íntimo dos profissionais que o cercam, todos igualmente infelizes. São professores presos em um ambiente em que claramente não há alunos interessados em avançarem em suas vidas, enfraquecendo qualquer intenção de se inserirem como figuras exemplares na memória de indivíduos tão jovens e que desconhecem o mundo cão presente fora da salas de aula.
Qualquer diretor que se dedique em fazer um drama que não console o espectador ao mostrar um registro tão próximo do nosso dia a dia automaticamente se garante como um artista de olhar autêntico. Se Tony Kaye não conquista outros méritos é porque a todo o momento notamos a sua mão pesada em “O Substituto”.
Com uma câmera agressiva e o texto feroz de Carl Lund, o cineasta parece interessado apenas na desgraça que ronda a existência dos seus personagens, sem oferecer qualquer oportunidade para que isto seja revertido. Não parece suficiente atordoar-nos ao mostrar o passado e presente horrendos de Henry, é preciso também destacar a insignificância do professor interpretado por Tim Blake Nelson diante dos outros ou o efeito nulo provocado pelas palavras ditas pela psicóloga incorporada por Lucy Liu.
Se “O Substituto” não é mais doloroso de se ver é porque há ao menos algum indício de otimismo neste limbo, algo que se vê na presença de Erica (a excelente Sami Gayle), garota de programa e menor de idade que cruza o caminho de John. Se mantivesse o equilíbrio que se vê no relacionamento entre ambos em todas as outras passagens da história, “O Substituto” provavelmente não nos marcaria apenas pelos motivos errados.
Título Original: Detachment
Ano de Produção: 2011
Direção: Tony Kaye
Roteiro: Carl Lund
Elenco: Adrien Brody, Marcia Gay Harden, James Caan, Christina Hendricks, Lucy Liu, Blythe Danner, Tim Blake Nelson, William Petersen, Bryan Cranston, Sami Gayle, Betty Kaye, Louis Zorich e Isiah Whitlock Jr.

Realizador de filmes superestimados como “Snatch – Porcos E Diamantes” e “Rock’n’Rolla – A Grande Roubada”, o inglês Guy Ritchie parecia uma escolha inadequada para dar uma nova roupagem a Sherlock Holmes, celebre detetive criado por Arthur Conan Doyle. Provou o contrário quando lançou “
Publicado em 1847, “Jane Eyre”, romance da inglesa Charlotte Brontë, tem conseguido força para sobreviver a cada nova geração. Embora muitos apontem similaridades com as obras de Jane Austen, o segredo do sucesso de “Jane Eyre” está em sua história cercada por uma atmosfera gótica, assim como na sua fórmula romântica infalível.
Recentemente, admiti que manter um blogue de cinema era mais divertido ou mesmo construtivo no passado. Especificamente, em 2007, ano em que nasceu o Cine Resenhas. Penso que foi um momento em que tudo era mais interativo, onde postar uma impressão sobre um filme sempre rendia um debate saudável, permitindo conhecer amigos que compartilham a mesma paixão pelo cinema. De lá para cá, a blogosfera ficou saturada. Muitos blogues encerraram suas atividades e um texto bem produzido rende mais comentários vazios sobre a avaliação (numérica ou com estrelas) que você deu do que a relevância da obra analisada, o que acaba sendo bem desmotivador.
As Horas, de Stephen Daldry (The Hours, 2002)
Cinema Paradiso, de Giuseppe Tornattore (Nuovo Cinema Paradiso, 1988)
Orgulho e Preconceito, de Joe Wright (Pride & Prejudice, 2005)
O Mágico de Oz, de Victor Fleming (The Wizard Of Oz, 1939)
Crepúsculo dos Deuses, de Billy Wilder (Sunset Blvd., 1950)
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No início de “Apenas Uma Noite”, Joanna (Keira Knightley) inicia uma séria discussão sobre infidelidade com o marido Michael (Sam Worthington). A motivação foi a desconfiança que surgiu quando ela o flagrou conversando com Laura (Eva Mendes), uma companheira de trabalho. Ambos decidiram viver juntos em um apartamento em Nova York ainda muito jovens e a sensação de que foram precipitados nesta escolha é clara. Porém, é na noite seguinte que será realmente testado não apenas a fidelidade de Michael, mas também de Joanna.
Todos nós estabelecemos ou iremos estabelecer uma idade na qual temos que estar com a nossa vida devidamente nos eixos. Engravidar, sair da casa dos pais, se formar na faculdade ou formar uma família são apenas alguns dos planos que acompanham qualquer indivíduo. Lola (Greta Gerwig) é assim como nós e quer se casar antes de se tornar trintona. Porém, a vida é cheia de pegadinhas e Lola cairá em várias delas.
O diretor alemão Dominik Moll tem uma filmografia pequena, mas nela há dois títulos que confirmam sua aptidão para histórias obscuras. São deles “Harry Chegou Para Ajudar” e “Lemming – Instinto Animal”, ambos bem avaliados quando foram lançados em homevideo no Brasil. Em “O Monge”, Dominik Moll lida com o mesmo gênero ao contar uma história religiosa sob estética gótica. Infelizmente, quando o filme consegue causar algum incômodo não é por mérito do diretor, mas sim pelo trabalho musical do compositor Alberto Iglesias aliado aos tons obscuros da fotografia de Patrick Blossier. Também falta ao filme um maior equilíbrio narrativo, com mistérios ganhando respostas ora banais, ora antes do tempo.
O inglês Sacha Baron Cohen trabalha como ator desde 1995, mas levou dez anos para ser reconhecido mundialmente. A conquista foi alcançada com “
Exibido ano passado no circuito nacional, o uruguaio “