Embora não seja um fenômeno inédito, não dá para compreender o que se passa na cabeça de um diretor que decide refilmar a própria obra. Alguns casos são compreensíveis, como um que envolve Alfred Hitchcock: não satisfeito com a versão inglesa de “O Homem Que Sabia Demais”, o mestre do suspense decidiu rodar a mesma história novamente, mas inserindo novos elementos que transformaram a versão americana protagonizada por James Stewart e Doris Day em algo totalmente inédito. Isto não se repete ao falarmos sobre a escolha de Lisa Azuelos em refilmar “Rindo à Toa”, sucesso francês produzido em 2008 que agora recebe uma nova versão. Se o motivo não foi dinheiro, então podemos alegar insanidade.
Se “Rindo à Toa” já era horrível, o que aguardar da adaptação americana, que não tira e nem põe absolutamente nada? Pois não é preciso nem trinta minutos para antecipar que, ao final de “Lola”, Lisa Azuelos teve apenas o trabalho de traduzir o seu roteiro do francês para o inglês. A desaprovação que “Lola” recebeu foi tão polêmica que nem a distribuidora Lionsgate oficializou os números obtidos pelo filme na bilheteria dos Estados Unidos, algo em torno de 40 mil dólares para uma produção que levantou 11 milhões de dólares para acontecer.
Logo no início da história, Lola (Miley Cyrus) compartilha com o público que seu apelido é LOL, abreviação para laughing out loud muito usada na Internet para indicar que alguém está dando “altas risadas” com algo. Trata-se de um indicativo do universo que hoje jovens e adultos experimentam, com valores atuais que se distanciam daqueles cultivados por outras gerações. Como espelho deste cenário, visualizamos as interações entre Lola e a sua mãe Anne (Demi Moore).
Apesar das diferenças de pensamentos, Lola e Anne são pessoas bem parecidas quando o assunto é amor. Lola está arrasada com a traição de seu recente namorado e encontra no melhor amigo dele, Kyle (Douglas Booth), um parceiro ideial. Já Anne se passa por mulher responsável e dona da razão, mas sequer esqueceu o ex-marido (Thomas Jane), com quem ainda sai e transa.
Ir adiante serviria apenas para confirmar o quão rasa é a história e os seus personagens. Seja em francês ou americano, Lisa Azuelos se mostra apaixonada pelas suas criaturas ao ponto de conduzi-los com muita ternura do início ao fim de “Rindo à Toa”/”Lola”. O problema é querer que tenhamos empatia por indivíduos tão fúteis e imaturos. Se de um lado há adolescentes desinteressados em crescer e que compartilham em um diário futilidades como se fossem verdadeiras tragédias gregas, os adultos são incapazes de assumirem as rédeas de qualquer situação, sendo despreparados especialmente para cumprirem os papéis de pais. Trata-se, enfim, de um mundo habitado por seres medíocres que Lisa Azuelos celebra sem qualquer cerimônia.
Título Original: LOL
Ano de Produção: 2012
Direção: Lisa Azuelos
Roteiro: Kamir Aïnouz e Lisa Azuelos, baseado no filme “LOL – Rindo à Toa”, escrito por Lisa Azuelos
Elenco: Miley Cyrus, Demi Moore, Ashley Hinshaw, Lina Esco, Ashley Greene, Douglas Booth, Thomas Jane, Gina Gershon, Adam G. Sevani, Austin Nichols, Michelle Burke, Jay Hernandez, Fisher Stevens, Jean-Luc Bilodeau, Nora Dunn e Austin Nichols

Em 2007, Robert Rodriguez e Quentin Tarantino se reuniram para fazerem “
Se não fossem alguns velhos grupos ainda na ativa e outros independentes, o rock n’ roll poderia ser decretado como gênero musical morto. Estamos presos em uma geração inclinada a consumir porcarias sonoras e as bandas que surgem são moldadas por apelos comerciais. Há poucas letras compostas que rendem a fúria de outrora ou capazes de sobreviverem ao tempo. Se a intenção de “Rock of Ages – O Filme” é encher de nostalgia aqueles que viveram nos tempos áureos do rock, o efeito é totalmente oposto.
Dado o surpreendente sucesso de “
Recentes produções como “

O francês Christophe Honoré despontou como diretor de longa-metragem em 2002, mas só veio chamar a atenção dois anos depois com “Ma mère”, drama estrelado por Isabelle Huppert e Louis Garrel e de um mau gosto gritante. A seguir, não foi capaz de se desprender de personagens que vivem romances que não tendem a darem certo como o esperado. Felizmente, talvez com exceção de “Homme au bain” (filme ainda inédito no Brasil protagonizado pelo ator pornô François Sagat), Christophe Honoré criou obras mais envolventes, como o musical “Canções de Amor” e agora “Bem Amadas”.