Muitos escritores contemporâneos parecem despreparados para contarem uma história que se desenvolve em um grupo juvenil. Os avanços da tecnologia permitem que todos os adolescentes sejam capazes de interagirem entre si com a distância de um clique. Porém, isto não significa que a vida desses indivíduos em processo de formação se resuma a vícios por redes sociais ou aparelhos móveis. Ao contrário de nomes como Lisa Azuelos, realizadora da versão francesa e americana de “Rindo à Toa”, Stephen Chbosky entende este recado, pois “As Vantagens de Ser Invisível” mostra a nada mole vida de um adolescente.
Mesmo que a narrativa de “As Vantagens de Ser Invisível” não transcorra nos dias atuais (a ausência de objetos tão corriqueiros como computadores e celulares indica que ela acontece durante os anos 1990), Stephen Chbosky apresenta os elementos corretos para nos fisgar nesta adaptação do seu próprio romance de tom autobiográfico.
Sem recorrer aos velhos padrões que definem e separam os colegiais populares dos loosers, “As Vantagens de Ser Invisível” foca o introvertido Charlie (Logan Lerman) sendo introduzido a uma nova escola. Ao invés de ser hostilizado pelo simples fato de não ter com quem conversar (o seu melhor amigo cometeu suicídio recentemente), Charlie é rapidamente acolhido pelos meios-irmãos Patrick (Ezra Miller) e Sam (Emma Watson) e o professor de literatura Anderson (Paul Rudd).
Os três serão responsáveis por transformarem Charlie em um adolescente mais preparado para enfrentar alguns dilemas que o perseguem. Homossexual assumido, mas com um relacionamento mantido em segredo com o líder de um time de futebol (Johnny Simmons), Patrick torna Charlie mais sociável. Já Sam é a garota pela qual ele se apaixona perdidamente. O problema é que ela se envolve com outros garotos que não a respeitam. Como confessa em uma ocasião, ela aceita o amor que ela acha que merece. Por fim, Anderson, como bom profissional, trará sabedoria ao jovem ao incentivá-lo a mergulhar na leitura e escrita.
Na relação do protagonista com estes e outros personagens, “As Vantagens de Ser Invisível” levanta temas como amizade, depressão, paixão, orientação sexual e futuro com sutileza. O feito é obtido devido ao gosto apurado de Stephen Chbosky para as escolhas. A escalação dos jovens Logan Lerman, Emma Watson (provando que há vida após “Harry Potter“) e Ezra Miller não poderia ser mais impecável e a nostalgia invade a tela através da seleção de músicas como “Asleep” (“The Smiths”), “Heroes” (David Bowie) e “Temptation” (“New Order”), que traduzem os tormentos internos de Charlie. Imperdível, inclusive para o público que já passou por esta fase tão conturbada da existência humana.
Título Original: The Perks of Being a Wallflower
Ano de Produção: 2012
Direção: Stephen Chbosky
Roteiro: Stephen Chbosky, baseado no livro homônimo de sua autoria
Elenco: Logan Lerman, Emma Watson, Ezra Miller, Nina Dobrev, Paul Rudd, Mae Whitman, Melanie Lynskey, Kate Walsh, Dylan McDermott, Johnny Simmons, Nicholas Braun, Zane Holtz, Reece Thompson, Julia Garner, Erin Wilhelmi, Adam Hagenbuch, Owen Campbel, Brian Balzerini, Tom Kruszewski, Rick Dawson, Emily Marie Callaway e Tom Savini

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Com “Os Excêntricos Tenembaums”, Wes Anderson passou a ser reconhecido como um cineasta americano de estilo muito particular e criador de personagens para lá de incomuns. Infelizmente, com exceção da animação “O Fantástico Sr. Raposo”, tantas excentricidades transformaram Anderson em um cineasta desinteressante de se acompanhar, resultado da resposta pouco entusiasmada de público e crítica diante das experiências proporcionadas por “Viagem a Darjeeling” e especialmente “A Vida Marinha com Steve Zissou”. Com “Moonrise Kingdom”, Wes Anderson volta a filmar com fôlego renovado.
Não há dúvidas de que “Glee” inovou a televisão americana ao se apresentar como um musical contemporâneo. No entanto, a superficialidade com que os roteiristas lidavam com os personagens estereotipados e seus dramas particulares se revelou algo exaustivo para aqueles que acompanharam com interesse o seriado no início de 2009. Porém, até que isto se estabelecesse, o público-alvo de “Glee”, justamente os adolescentes, já estava dando replay nas versões moderninhas de canções como “Don’t Stop Believin’”, do “Journey”.
Demorou para o sonho de Tim Burton em transformar “Frankenweenie” em longa-metragem se tornar realidade. Outrora realizado em formato de curta-metragem, o cineasta aguardava pelo momento em que a tecnologia se mostrasse avançada o suficiente, bem como a chance de viabilizá-lo através de um grande estúdio. Eis que a hora chegou para Tim Burton fazer “Frankenweenie” do jeito que sempre visualizou em sua mente.
Diante da tecnologia que o cinema atualmente tem ao seu dispor, surpreende a ausência de filmes de ficção-científica que construam realidades paralelas ou universos inimagináveis com autenticidade. Lamentavelmente, o que se vê são atualizações de obras bem-sucedidas no passado, resultando agora em espetáculos barulhentos e visualmente confusos.
Mesmo sendo um episódio encenado brevemente, Clint Eastwood fez uma impactante recriação do tsunami que atingiu alguns países da Ásia em 2004 no filme “
Mesmo que “
Vencedor de três prêmios Oscar, Oliver Stone teve um momento em que foi considerado um dos mais brilhantes cineastas americanos em atividade. Politizado e polêmico, Stone teve uma fase brilhante entre os anos 1980 e 1990. Porém, a vontade em circular entre gêneros que não lhe são muito reconhecíveis a partir de “Reviravolta” o fez perder a inspiração e o ritmo com que era habituado a trabalhar (ele já fez dois longas-metragens em apenas um ano, como foi o caso de “Salvador – O Martírio de um Povo” e “Platoon”, ambos produzidos em 1986).
Mesmo que o tempo condene, há coisas que não envelhecem jamais, especialmente aquilo que tornou nossa infância tão especial. Embora “Os Três Patetas” fosse exibido na tevê aberta, pude conhecer este clássico seriado graças ao meu falecido pai. Semanalmente, gargalhávamos com as trapalhadas de Moe, Larry e Curly. Craque da comédia física, o trio simulava golpes que rendiam efeitos sonoros hilários. Já sou um jovem crescido, mas me divirto como uma criança em todas as ocasiões em que posso rever alguns curtas de “Os Três Patetas”.