
Desconhecido entre os leitores brasileiros, Jack Ketchum tem uma carreira relativamente bem-sucedida como autor de histórias de horror. Até então, entre as suas obras já levadas para o cinema, apenas “Rastros de Vingança” não é inédita no Brasil. Daí a falta de referências de um nome notório entre os americanos pela violência que impõe em suas histórias, a exemplo de “The Girl Next Door”, uma versão ficcional para a trágica história de Sylvia Likens, uma jovem assassinada em Indianapolis em 1965 – além da adaptação cinematográfica de Gregory Wilson, o mesmo fato originou “Um Crime Americano”, com Ellen Page e Catherine Keener.
Um dos títulos a compor o segundo volume da Ghost House Underground, “Offspring” é uma adaptação para lá de barata escrita pelo próprio Jack Ketchum e dirigida por Andrew van den Houten que mostrava um grupo de canibais atacando cidadãos de um pequeno minicípio em busca de um bebê. Mal conduzida, a história mostrava que os protagonistas tinham instintos tão primitivos quanto os ameaçadores canibais. Tendo uma integrante desse grupo como único elo com “Offspring”, “The Woman – Nem Todo Monstro Vive na Selva” é, surpreendentemente, uma sequência superior em todos os aspectos. Aliás, sequer é necessário assistir “Offspring” para embarcar em “The Woman”, que recebeu lançamento discreto por aqui em homevideo em dezembro de 2012.
Creditada como A Mulher, essa personagem selvagem interpretada por Pollyanna McIntosh vive no meio de uma floresta frequentada por Chris Cleek (Sean Bridgers) em períodos de caça. A princípio um sujeito de boa índole e profissionalmente bem-sucedido, Chris se revela um monstro a partir do instante em que captura A Mulher, mantendo-a presa em seu porão somente para saciar os seus desejos mais perversos, como humilhá-la para convertê-la em alguém que possa viver na sociedade. Além do mais, Chris é capaz de destroçar a própria família. Além de incentivar o seu filho Brian (Zach Rand) a praticar atos violentos, ele abusa sexualmente da filha adolescente Peggy (Lauren Ashley Carter) e agride a esposa Belle (Angela Bettis).
Diretor do ótimo “May – Obsessão Assassina”, Lucky McKee lida aqui com uma moral bem distinta daquela trabalhada por Andrew van den Houten em “Offspring”. Sim, o protagonista se revela tão primitivo quanto A Mulher, mas a violência contra o sexo feminino é o tema mais forte desta vez. Muito bem conduzido, “The Woman” apresenta muitos instantes em que visualizamos a brutalidade física. Porém, o efeito nas personagens e, consequentemente, na audiência é psicológico, havendo até mesmo um sentimento de cumplicidade entre A Mulher e Peggy, a única que agirá quando a situação de passividade atingir o limite do suportável. Por culpa da previsibilidade, a violência gráfica que invade o último ato da história é contemplada com um impacto menor do que o aguardado. Até aí, “The Woman” já cumpriu sua missão de compreender a sociedade selvagem em que vivemos.
The Woman, 2011 | Dirigido por Lucky McKee | Roteiro de Jack Ketchum e Lucky McKee | Elenco: Pollyanna McIntosh, Sean Bridgers, Lauren Ashley Carter, Angela Bettis, Zach Rand, Rsyla Molhusen, Chris Krzykowski, Marcia Bennett, Gordon Vincent, Shelby Mailloux, Amanda Daryczyn e Carlee Baker

Como não sou a maior fã do gênero de horror e terror, sempre fico alheia a esses lançamentos.
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Pois não deveria, Kamila. O gênero produz muita coisa boa, basta se deixar levar.
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Surpreendente! Muito bom o filme.
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simplesmente lindo…
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Edu, mesmo sendo um filme de terror, há sim sua beleza.
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vai passa sexta (25|10|13) no Space hd achu que vai começa 21 ou 22 hr ^^ caso alguem queira ver!!!
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Valeu pelo toque, HellD!
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ai gostaria de saber quem canta as musicas do filme ou o nome delas
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Luciano, não sei se ajuda, mas este aqui é o track list do filme:
01. What Really Hurts (3:06)
02. Freak Sean Spillane (3:12)
03. Distracted (5:00)
04. Jh2 (3:15)
05. Wild Rabbit (3:17)
06. Places You Go (4:51)
07. The War At Night (2:46)
08. Patient Satellite (3:11)
09. Complicated Woman (3:37)
10. Dear Darlin’ (1:23)
11. Time to Die (4:08)
12. Deeper than an Unmuddied Lake (1:51)
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qual musica toca no final,quando a mulher pega a irmã da peggy e vai embora junto com a outra menina?
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Felipe, acho que é “Deeper than an Unmuddied Lake”: http://www.youtube.com/watch?v=UjLjvNMsM_Y
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valeu alex!essa e muito boa,mas a que eu tava procurando era patient satellite e achei graças a sua lista.
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Fico muito feliz por ter ajudado, Felipe. Volte sempre!
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Obrigada
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Alguém sabe o nome da música da trilha sonora do filme?
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Marta, você precisaria ser um pouco mais clara. A música incidental é composta por Sean Spillane. Já as canções ouvidas ao longo do filme você pode consultar através do track list que informei acima para o Luciano.
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Um filme surpreendente e atemporal!! Abraços com sabor de Pequi!
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Valeu alex ajudou muito essa musica ( Patient Satellite ) e demais muito Legal obrigado.
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Quem era a menina-cachorro que apareceu no final do filme?
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A menina-cachorro era filha do casal, ela nasceu com anoftalmia (doença ocular onde a criança nasce sem olho), foi rejeitada pelos pais, por isso o homem repetiu por duas vezes a frase: “você sabe o que é anoftalmia?”. Acredito que a criança tenha sido jogada para ser comida pelos cães, mas foi adotada por eles, por isso agia como um cachorro. Da mesma maneira a garota selvagem era filha do casal e foi jogada na selva para servir de alimento para os lobos, mas também foi adotada por eles. Por isso que no final do filme a garota selvagem mata a mulher. Acredito que foi uma maneira do criador do filme punir todos os monstros e suas perversidades.
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Ta ,mas a Peg estava gravida do proprio pai então??? E pq a garota selvagem disse -canibal-quando colocou a mao na barriga de Pegg ? E pq elas foram embora com a Darlin e deixaram a Pegg ? Não consegui entender muito esse final .
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Acabei de assistir esse filme pelo SPACE, e confesso que não entendi e não gostei do final desse filme!!! realmente ele prende a nossa atenção, mas deixa muitas pontas, nao gostei! é aquele filme que acaba e vc diz: AFF!
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Não é um filme que acaba e vc fala aff, deixa pontas abertas sim, mas é pra parar e pensar ué. Creio que a mulher não seja filha do casal pela idade rsrs.
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A menina cachorro era filha do casal mas a mulher da selva não.
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A menina que se comporta como cachorro foi de fato rejeitada pelo pai ,porém “A Mulher”,protagonista,é remanescente de um grupo de selvagens canibais da primeira obra do escritor: “Offsprig”.
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Valeu Tatiane! Eu tbm nao entendi a parte da menina cachorro… Na verdade não entendi bem o final.
Graças a vc ficou tudo mais claro agora.
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a garota selvagem ,não levou a outra porque estava gravida daquele monstro
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Oi Alex,que música toca quando eles estão dando banho na mulher selvagem?
Presciso muito dessa musica
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Nedils, eu realmente não lembro. Sugiro que consulte a resposta que dei para o Luciano, onde acrescento a trilha sonora completa do filme.
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Já vi o filme, é bem forte mesmo.
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Entendi a questão da menina-cachorro ser filha deles, ter anoftalmia e ter sido jogada aos cães que acabaram cuidando dela e ficou sendo tratada desta forma.
Quando a mulher da selva, pelo que entendi percebeu, mesmo selvagem, a grande atrocidade que as filhas do casal também estava sujeitas.
Nas cenas finais, quando a mulher selvagem arranca o estômago (acho que era) do algoz, para mim foi simbólica. Ela come parte, e dá o restante para a menina-cachorro. Quando a filhinha do casal oferece a água, após ela oferece a mão com sangue, e a menina lambe e sorri. Quando ela oferece a Peggy, ela não aceita, e o gesto da mulher selvagem colocando a mão sobre a barriga da Peggy, pelo que entendi foi a forma que explicou ser sangue da barrida do algoz, do pai da Peggy. Como que dizendo que estavam todas livres dele.
Para mim, pelo menos no meu entendimento, a saída das duas selvagens, sendo que a mulher selvagem levou a pequena pela mão, foi para salvar ela da selvageria dos homens, que foi o que conheceram. E a escolha da Peggy em seguí-las, foi a decisão que tomou em relação a toda aquela selvageria que tinha vivido até então.
Simbolicamente, a liberação das mulheres em relação a toda a violência a que todas 4 tinham sido submetidas.
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Notei por alguns comentários que houve muito interesse pela trilha sonora. Para quem tiver interesse, eis um link direto para download: http://uploaded.net/file/9rque15r
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ei mano o link ta quebrado,,posta outro aí cara valew….
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Vandin, veja novamente. Fiz o teste e está descarregando normalmente.
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filme extremamente bom super recomendo como disse o crítico nem todo monstro vive na selva e a trilha sonora é ótima, aliás alguém conhece a banda? Pelo que entendi todas a sua músicas são de uma mesma banda.
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Obrigado Alex Gonçalves por ter disponibilizado a trilha sonora.
o/
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Disponha, Thiago. :-)
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Um filme bem interessante, é um drama assustador e perverso. Recomendo!
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o link ta quebrado
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Filme fraco,porem bem criativo.Nao é de fato uma obra prima do genero horror,que seguindo este contexto acabará a ter um desfecho mediano .O que intriga é a maneira na qual o autor transpareceu o tema central,profundo,surreal e canibalesco…bem legal neste quesito
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Sem dúvida é um filme perturbador.
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Acho-o muito mais perturbador quando a violência é mais psicológica que física.
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Eu assistir ontem e lendo aqui tirei. Muitas duvidas… O que eu não entendi foi a cena que ela mata mãe das meninas e mostra uma cena de duas mulheres na cama abraçadas… Uma era a mãe da família e a outra? Quem era?
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