Resenha Crítica | Copiar Colar Deletar (2017)

Copy Paste Delete, de Christoph Rahm

.:: 7º Panorama do Cinema Suíço Contemporâneo ::.

Na velocidade de um estalar de dedos, a nossa relação com a imagem mudou drasticamente. Hoje, ter um smartphone no bolso é o suficiente para registrar qualquer cena do cotidiano, de uma selfie ao flagra de alguma fatalidade que consequentemente viralizará em plataformas de compartilhamento de vídeos e redes sociais. Um progresso ou uma banalização?

“Copiar Colar Deletar”, longa-metragem experimental de Christoph Rahm, é todo concentrado no personagem de Moritz Wyss, um homem fazendo um inventário de sua vida e que se perde em um emaranhado de arquivos na busca pela última foto de sua vida. A partir disso, a narrativa se apresenta em cinco capítulos: infância, juventude, adolescência, vida adulta e morte iminente.

A desorganização da vida do protagonista é refletida em uma estrutura narrativa confusa, com a opulenta voz de Wyss, que é mais conhecido pela sua atuação como músico, operando como devaneios sobre o poder da imagem. Reflexo da relação de Rahm com a abundância de equipamentos e capturas que o rondaram em sua articulação prévia como realizador e montador de seus próprios projetos na empresa de comunicação que gerencia.

A inquietação com o relacionamento entre as pessoas e as imagens que são autores ou que recepcionam gera um filme enfadonho, entretanto. Afora os raros instantes em que há alguma cadência, com sequências que mais parecem videoclipes, a sensação é a mesma de visitar um arquivo morto com registros aleatórios que devem surtir algum efeito somente em seu egocêntrico realizador.

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