★★★★ Rebobinar o Futuro, de Justin Stoneham
★★★★ A Batalha de São Romano, de Georges Schwizgebel
★★★ No Ritmo, de Johannes Bachmann
★★ Ao Largo, de Natalia Ducrey
★★ Entre Terras, de Lore Rinsoz
★ Casa Son Duno, de Vanessa Rüegger
.:: 7º Panorama do Cinema Suíço Contemporâneo ::.
Em sua sétima edição, o Panorama do Cinema Suíço Contemporâneo inseriu na programação oito curtas-metragens, todos responsáveis por expandir um pouco mais a variedade de uma cinematografia que, afora em festivais, não ganha muita chance no nosso circuito comercial exibidor. Há ficção, documentário e até mesmo animação. Entre todos, apenas “Encontro às Cegas” e “Parzival” não foram assistidos.
O melhor do recorte é o registro muito pessoal de Justin Stoneham em “Rebobinar o Futuro”, em que vemos a reaproximação do realizador com a sua mãe, que do dia para a noite sofreu um acidente vascular cerebral, transformando-a em uma mulher muito diferente daquela que viu no resgate das gravações caseiras em VHS de seu pai. Comove porque Stoneham não camufla o egoísmo como um filho que agora busca uma reparação, bem como ao não manipular uma situação suficientemente dramática. Em Locarno do ano passado, venceu a categoria Golden Pardino – Leopards of Tomorrow.
É igualmente bom a breve animação de Georges Schwizgebel, “A Batalha de São Romeno”. Com apenas três minutos de duração, o artista faz um looping por uma pintura emblemática de Paolo Uccello, parte de uma “trilogia” concebida no século XV. Também mostra a que veio “No Ritmo”, em que Johannes Bachmann conta a história de um pai que se propõe a um desafio para que o seu filho não reprise a sua vida como operário.
Somente regulares, “Ao Largo” e “Entre Terras” têm uma conexão, ainda que o primeiro seja ficção e o segundo, a realidade nua e crua: o sentimento de se sentir estrangeiro. No curta de Natalia Ducrey, duas amigas que vivem em uma ilhota ao largo da costa da França passam por situações que remodelam as suas personalidades. O problema é a sensação de que não estamos indo para lugar algum. A coisa se repete em “Entre Terras”, que flagra sem novidades a condição de duas meninas refugiadas na Grécia.
Por fim, sabe aquele filme que pouco evoca com as suas imagens e que usa letreiros informativos mais como muletas do que qualquer outra coisa? É o que acontece em “Casa Son Duno”. A câmera de Vanessa Rüegger vagueia pelos espaços de um abrigo suíço hoje abandonado sem nenhuma narrativa ou atmosfera obter, sendo totalmente dependente de um histórico de costumes e ocorrências do ambiente exibidos no prólogo e epílogo. Um pastel de vento.
