L’Amant double, de François Ozon
.:: Festival Varilux de Cinema Francês 2018 ::.
Enquanto “O Amante Duplo” segue em exibição nos cinemas brasileiros, François Ozon já finaliza o seu novo trabalho, “Alexandre”. É um hábito na carreira do realizar francês o ritmo acelerado de trabalho, promovendo um projeto quando já pensa no próximo.
Melhor: Ozon trafega por gêneros sem jamais abandonar a sua autoria, proporcionando uma experiência em que quase sempre se desafia ao invés de se conformar com uma zona de conforto. Porém, com “O Amante Duplo” parece chutar o pau da barraca, com a possibilidade de não atender a qualquer uma das expectativas que costumam cercá-lo.
Pode-se considerar até mesmo uma afronta divertida a sua inscrição para concorrer à Palma de Ouro do Festival de Cannes de 2017, onde saiu sem honrarias e com a crítica extremamente divisiva. Aqui, ele se apropria livremente de um romance da americana Joyce Carol Oates, publicado em 1987 e com natureza pro si só misteriosa com sua autoria sob o pseudônimo de Rosamond Smith.
A história é centrada em Chloé (Marine Vacth, revelada pelo próprio Ozon em “Jovem & Bela“). Jovem de 25 anos, trabalha como vigia em um museu parisiense e busca por tratamento terapêutico para aliviar uma dor física provavelmente oriunda de uma desordem psicossomática.
Ela parece encontrar a solução para o problema na forma do atencioso Paul (Jérémie Renier), psicólogo que interrompe as consultas assim que assumem um relacionamento. As dores voltam e, ao acaso, Chlóe descobre a existência do irmão gêmeo de seu amado, Louis (Jérémie Renier, claro), que revela um temperamento transgressivo que confunde as suas certezas.
O que inicia como um jogo de aparências, reforçada por uma cenografia repleta de espelhos e espirais, se transforma em sua segunda metade em um suspense que muitas vezes abandona as suas propriedades psicológicas para materializar em cena mutações associada por muitos com o cinema do canadense David Cronenberg.
As reações serão as mais opostas possíveis. Por um lado, há quem defenderá que a junção de bizarrices eleva “O Amante Duplo” a patamares provocativos e refrescantes. Outros talvez se sintam insultados com algo que parece ter em sua essência um tom de ridicularização. É um ame ou odeie com inegável poder de penetração.
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Lançamento em streaming de “O Amante Duplo”:
Disponível a partir do dia 22 de agosto
iTunes: R$ 19,90 (venda) | R$ 11,90 (aluguel)
Google Play: R$ 29,90 (venda) | R$ 9,90 (aluguel)
Now: R$ 14,90 (aluguel)
Vivo Play: R$ 11,90 (aluguel)

Adoro o cinema de François Ozon e espero ter a oportunidade de conferir este filme.
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