Tudo é Irrelevante, Helio Jaguaribe, de Izabel Jaguaribe e Ernesto Baldan
Hoje com 95 anos, Helio Jaguaribe desafiou o conservadorismo e censura de sua época propondo por meio da escrita e da presença em instituições de ensino debates que avaliavam não apenas a evolução humana, como também o contexto político que ali viviam. Trata-se de um intelectual querido tanto por seus pares quanto por nomes públicos que exercem outras atividades, como mostra o documentário “Tudo é Irrelevante, Helio Jaguaribe”.
Filha de Helio, Izabel Jaguaribe assume a responsabilidade de dirigir a realização, buscando às vezes um passo de distância seguro e estabelecido após uma carreira com o envolvimento em outros projetos, de comerciais a séries televisivas. Além do mais, encontra em Ernesto Baldan aquela segunda perspectiva que dita a estética de seu registro e que aqui se apresenta como codiretor.
Personalidades como Antonio Cícero, Fernando Henrique Cardoso, Marcus Azambuja, Maria Alice Rezende de Carvalho e Sérgio Paulo Rouanet são algumas a darem depoimentos, mas não necessariamente sobre Helio Jaguaribe, mas sim sobre questões que tanto refletiu ao longo de sua vida. No clima filosófico, há a narração de Fernanda Montenegro como quebra, embora ela também surja em cena para falar brevemente sobre o ofício do ator em sua origem no teatro da Grécia Antiga.
Mesmo com o inegável fascínio pela figura em destaque e de um prólogo dedicado a exibir as suas interessantes impressões sobre a falta de sentido do universo e da concepção humana, o documentário imediatamente sucumbe a um formato extremamente tradicional, mesmo com as intervenções visuais. Faltou também se atentar a questões mais contemporâneas, o que certamente ampliaria a curiosidade de iniciados por Helio Jaguaribe.
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+ Entrevista com a diretora Izabel Jaguaribe
