
Pedro Diógenes foi um dos nomes principais do coletivo Alumbramento, em muito inspirado pelo tom anárquico do cinema de invenção para promover uma série de experimentos estéticos e narrativos. Feito para audiências bem específicas, decretou o seu fim com “O Último Trago”, produzido em 2016 e lançado comercialmente apenas em 2019.
Com o afável “Inferninho”, Diógenes parecia ter se reinventado como cineasta, sem que para isso tivesse traído em nenhum momento as raízes que o notabilizaram. Avançou algumas casas apenas para voltar para o início do tabuleiro com o enfadonho “Pajeú”.
Interpretada por Fatima Muniz, a protagonista Maristela é simplesmente jogada nesta história com uma série de preocupações ecológicas que se dão mais por sonhos e consequentes reações de seu corpo a eles e muito menos por uma bagagem de vida que nos faça comprar a causa que ela passa a defender.
Professora, ela se vê empenhada em conscientizar anônimos de seu entorno a se preocupar com o riacho Pajeú, antes berço de Fortaleza e de aldeias indígenas e hoje uma correnteza de lixo.
Há circunstâncias aqui em que parecemos assistir a uma peça de propaganda de uma organização não governamental, com Maristela até mesmo ensaiando o papel de agente acompanhada por uma câmera quase documental com questionamentos sobre a existência para jovens em uma praia. ★
