
Diretor de um dos filmes de terror mais reverenciados neste jovem século, Neil Marshall se provou alguém que consegue ir além de um grande sucesso, se destacando outras vezes além de “Abismo do Medo”. Um dos primeiros filmes protagonizados por Michael Fassbender antes de estourar, “Centurião” é igualmente ótimo, uma aventura medieval extremamente violenta e sem meias palavras. E ainda foi indicado ao Emmy por dirigir aquele que é o episódio favorito de muitos fãs de “Guerra dos Tronos”.
No entanto, o fracasso monumental de “Hellboy”, uma versão que hoje renega, parece ter afetado o seu talento nos projetos subsequentes, hoje se confundindo com um diretor de aluguel fazendo filmes de ação que se perdem no volume de ofertas em um catálogo de streaming.
“A Duquesa Vingadora” é um desses bolas foras, onde absolutamente nenhuma das virtudes do diretor em seus melhores momentos se faz presente aqui. A começar pela protagonista, Charlotte Kirk, que parece uma modelo aspirante a atriz que Luc Besson sequer aprovaria após a primeira etapa de um processo de escalação. Bonita e só, ela não nos convence de forma alguma como a Duquesa, uma sobrevivente de violência doméstica que se refaz como o amor do chefe de uma gangue, Robert (Philip Winchester, o único minimamente carismático do elenco).
Pior do que ela, é a ação claudicante, sem nenhuma noção de ritmo e que nos estorva por duas horas que parecem não acabar. Com tanto filme na praça desafiando o trabalho de dublês com uma coreografia complexa, é inadmissível ver algo em 2025 em que tudo não passa de um compilado de tiroteios onde nenhum personagem consegue acertar uma mera bala no outro, apresentando um rendimento pior do que crianças com armas de espoleta.
★
Direção de Neil Marshall
Disponível no Adrenalina Pura
