
Em sua lista anual publicada originalmente na Vulture, John Waters revelou quais foram, para ele, os dez filmes mais importantes de 2025. Como de costume, a seleção reúne obras que resumem a predileção do diretor por obras autorais por vezes pouco vistas ou cercadas por recepções nada unânimes. Esta é a tradução para o português da publicação, que destaca títulos como “Eddington”, “Premonição 6: Laços de Sangue” e “Quando Chega o Outono”.
Para acessar o artigo original, clique aqui.
1. Eddington (Ari Aster)
Meu filme favorito do ano é um conto desagradável, porém altamente divertido, tão exaustivo quanto a política atual, com personagens por quem ninguém conseguiria torcer. Ainda assim, é tão assustadoramente engraçado, tão confusamente casto e perverso, que você vai se sentir meio doido e supercult depois de assistir. Se você não gostar deste filme, eu te odeio.
2. Premonição 6: Laços de Sangue (Adam B. Stein, Zach Lipovsky)
A melhor sequência da franquia cinematográfica mais legal de todas. Feroz, fragmentado e cheio de tantas surpresas assustadoras e retorcidas — este filme vai além do trash e entra em um novo reino de arte exploitation.
3. Trilogia de Oslo: Dreams, Love e Sex (Dag Johan Haugerud)
Três filmes noruegueses excelentes, dirigidos pelo mais novo herdeiro do trono de Ingmar Bergman, explorando como todo amor e desejo homo e hétero são complicados, mas esperançosos, e no fundo muito parecidos. Os diálogos mais inteligentes sobre romance em muito, muito tempo.
4. Sirāt (Oliver Laxe)
Sai da frente, “Mad Max”. Se apresse, “O Salário do Medo”. Esta nova e impressionante road trip cinematográfica rumo a uma festa rave nos desertos devastados pela guerra no Marrocos faz esses clássicos parecerem lerdos. Tragédia após tragédia, de intensidade indescritível, fazem deste roteiro a melhor aventura psicodélica “pra se sentir mal” já filmada. Vai explodir sua mente… [alerta de spoiler] literalmente.
5. Sauna (Mathias Broe)
Como um “Trash” moderno de Andy Warhol, este primeiro longa sexy e bem atuado fala de um caso entre um gay sarado e estiloso que trabalha em uma sauna de Copenhague limpando glory holes e um homem trans que agora se identifica como gay. Cunilíngua torta — um novo território a considerar?
6. Room Temperature (Dennis Cooper, Zac Farley)
Um filme poeticamente enigmático, propositalmente tedioso e terno, focado em uma família preparando sua casa no bairro para uma atração de terror de Halloween. Justo quando você começar a odiar o filme, de repente vai se pegar pensando — hã? Eu gostei. É estranho, perturbador e talvez… só talvez, ótimo.
7. Misericórdia (Alain Guiraudie)
Um thriller impossivelmente perverso em que assassinato, incesto enrustido e a atração inadequada por um homem culpado colidem, deixando o público atônito com reviravoltas sexuais e um final maluquíssimo. Socorro! Este saiu totalmente dos trilhos!
8. Quando Chega o Outono (François Ozon)
Um drama comovente (e quando você já me ouviu usar essa palavra?), sem julgamentos, sobre uma prostituta aposentada e seu filho gay, gentil mas cheio de raiva, que sai da prisão e a ensina que talvez matar seja a coisa certa a se fazer.
9. Jayne Mansfield, Minha Mãe (Mariska Hargitay)
Um documentário de primeira linha que revela segredo após segredo sobre Jayne Mansfield e sua família, deixando você na ponta da cadeira e, possivelmente, às lágrimas.
10. The Empire (Bruno Dumont)
Não sou fã de ficção científica, mas quando uma nave brutalista pousa no norte da França neste filme, caí de joelhos para adorar as divindades mutantes a bordo. Não percebi que o roteiro era para ser engraçado até ler o release depois da sessão. É engraçado. De certo modo. Não engraçado “haha”. Não engraçado “esquisito”. Mas engraçado “haha esquisito”, exatamente como o diretor.
