Diretora de “A Natureza das Coisas Invisíveis”, Rafaela Camelo recebe o principal prêmio do 33º Festival Mix Brasil de Cultura da Diversidade, o Coelho de Ouro de Melhor Longa-Metragem, Prêmio concedido pelo Júri de Longas, que também premiou o drama em Melhor Interpretação para Laura Brandão e Serena.
Formado pela multiartista Andrezza Czech, pelo ator João Pedro Mariano e pelo especialista em indústria cinematográfica Wiktor Morka, o júri justificou a escolha: “Trata-se de um filme que aborda temas profundos com leveza e sensibilidade, guiado pela potência de um olhar infantil que transforma dor em delicadeza. A narrativa convida o espectador a um território íntimo, onde silêncio e emoção falam mais que palavras. Cada gesto revela afeto, poesia e um modo de ver o mundo que resgata a capacidade de sentir como pela primeira vez“.
No filme, Glória tem 10 anos e passa as férias no hospital onde sua mãe trabalha como enfermeira. Lá ela conhece Sofia, uma menina que está convencida de que a piora na saúde da bisavó é causada pela internação no hospital. Unidas pelo desejo de sair dali, as crianças encontram conforto na companhia uma da outra. Quando a partida se torna inevitável, as meninas e suas mães seguem para um refúgio no interior de Goiás para passar os últimos dias de um verão inesquecível.
Com distribuição da Sessão Vitrine Petrobras, “A Natureza das Coisas Invisíveis” estreia comercialmente na próxima quinta-feira, 27 de novembro.
“Apolo”, documentário dirigido por Tainá Müller e Isis Broken, recebeu dois importantes reconhecimentos no 33º Festival MixBrasil de Cultura da Diversidade, com cerimônia de premiação realizada na Biblioteca Mário de Andrade, em São Paulo, nesta quarta-feira. A produção conquistou o Coelho de Prata (Prêmio do Público) de Melhor Longa Nacional e uma Menção Honrosa do Júri na categoria de Melhor Longa-Metragem, reforçando sua força, relevância social e impacto emocional.
A justificativa do júri para a Menção Honrosa ressalta a profundidade e a urgência do filme: “Um filme que emociona por transbordar resistência, mas, principalmente, amor, respeito e cuidado. Com uma narrativa que expõe a intimidade de forma corajosa para denunciar violências institucionais, mas é amarrada pelo amor entre o casal e o acolhimento da família de ambos, este trabalho firma sua relevância pela riqueza de imagens e a potência não apenas de levantar o debate acerca das famílias transcentradas, mas de trazer esperanças para o que há por vir. No país que, no presente, mais mata pessoas trans no mundo, este filme reescreve a história por meio de uma carta para o futuro. Um futuro no qual a existência e o afeto entre famílias LGBTQIAPN+, e principalmente entre pessoas trans, deverá ser não apenas respeitado, mas celebrado. O filme é um registro histórico, uma carta de amor e um poético manifesto do futuro que é escrita como uma carta para esta vida tão aguardada e que tanto merece ser celebrada.”
Presente na cerimônia, Tainá Müller subiu ao palco para receber o certificado de Menção Honrosa do Júri na categoria de Melhor Longa-Metragem, afirmando ser “uma emoção recebermos esses prêmios por um filme que foi uma batalha fazermos. Mas principalmente uma batalha de Isis Broken e Lourenzo Gabriel. Hoje vemos Apolo tão lindo, tão saudável, e essa família brasileira, transcentrada, tão maravilhosa. Acho que é a maior satisfação que a gente pode ter. É isso, o amor supera tudo”.
Os prêmios no 33º Festival MixBrasil de Cultura da Diversidade (onde o filme recebe reprise nesta sexta-feira, 21/11, no Instituto Moreira Salles – IMS Paulista, às 19h), chegam após a forte recepção do filme no Festival do Rio deste ano, onde “Apolo” fez sua première nacional e venceu nas categorias Melhor Longa-Metragem Documentário e Melhor Trilha Sonora Original, composta pelo músico Plínio Profeta.
“Apolo” acompanha a jornada de uma família formada por um casal transgênero revelando as nuances do amor. Enquanto acompanhamos a gestação de Apolo, refletimos sobre os diferentes dramas de um casal transgênero: Isis Broken e Lourenzo Gabriel. O pai está dando à luz e a sociedade não está preparada para isso.
“Apolo” é produzido pela Capuri, Puro Corazón e Biônica Filmes, esta última também distribuidora do filme, e tem apoio do Grand Mercure Copacabana. Realização Governo do Estado de São Paulo, Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, Governo Federal, Ministério da Cultura e Lei Paulo Gustavo. O lançamento comercial acontecerá no dia 27 de novembro de 2025.