Resenha Crítica | O Sacrifício do Cervo Sagrado (2017)

The Killing of a Sacred Deer, de Yorgos Lanthimos

Bem como nomes como Lars von Trier e Michael Haneke, o cineasta grego Yorgos Lanthimos costuma não abrir concessões para encenar as suas narrativas nada lisonjeiras sobre o caráter humano, com uma perspectiva bem negativa das coisas. Por isso mesmo, causa, assim como os seus colegas, uma recepção por vezes divisiva, quando não controversa.

Em “O Sacrifício do Cervo Sagrado”, Yorgos parte de uma dinâmica muito estranha entre um médico interpretado por Colin Farrell e um adolescente vivido por Barry Keoghan, de quem você conhece em “Dunkirk“. Não à toa, ela ganha um desdobramento fantasioso, levando a história para um caminho angustiante.

Para tanto, é o filme a inaugurar a série Filmes Peculiares no canal do Cine Resenhas no Youtube, em que pretendo tratar sobre títulos que desafiam o público a sair de sua zona de conforto a partir da proposta ou da forma como são concebidos. Assista o comentário na íntegra a seguir e, se curtir, não se esqueça de se inscrever.

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Resenha Crítica | Eu, Tonya (2017)

I, Tonya, de Craig Gillespie

Tonya Harding entrou para a história ao ser a primeira patinadora americana a tentar e completar em 1991 o triple axel em competição no gelo, movimento quase impossível em que a atleta faz três giros e meio no ar e o completa com uma aterrizagem perfeita. É um feito tão maravilhoso que nem o cineasta Craig Gillespie consegue reproduzir com o mesmo brilhantismo em sua ficção “Eu, Tonya”.

Menos notória é a sua conexão com um crime ocorrido três anos depois, em que seu marido e um palerma contratado como seu guarda-costa conspiraram contra a sua principal oponente, Nancy Kerrigan. É uma história inacreditável contada com muita habilidade por Gillespie, mas que também se revela nos desdobramentos finais eticamente questionável.

Com esse filme em particular, retomo as atualizações do canal do Cine Resenhas no YouTube com vídeo comentários, desta vez inaugurando inclusive com ele a categoria Histórias Reais, em que pretendo dar destaque para filmes que contam na ficção com fatos do lado de cá da tela.

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Resenha Crítica | mãe! (2017)

mother!, de Darren Aronofsky

Não se pode dar muita credibilidade aos casos de vaias no Festival de Veneza, com parte de seu corpo de imprensa local sempre entusiasmado em desdenhar dos filmes em seleção. No entanto, é possível compreender perfeitamente quem urrou contra “mãe!”, bem como aqueles que foram mais cordiais ao aplaudi-lo.

“mãe!” é a obra mais divisiva da carreira de Darren Aronofsky e surpreende que um grande estúdio tenha bancado um projeto underground em proposta. A mim, não me agradou bem um pouco. Isso até surgir um ponto de virada a partir de sua metade final que definitivamente ressignifica muitas coisas. Bem como em “Fonte da Vida” e “Noé“, Aronofsky versa sobre conceitos bíblicos e os subverte para algo contestador. Comento um pouco mais sobre isso no vídeo a seguir, com o alerta de spoiler marcado para você que prefere embarcar na experiência totalmente no escuro.

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Resenha Crítica | It: A Coisa (2017)

It, de Andy Muschietti

Em matéria de cinema, desde “O Nevoeiro”, produzido há 10 anos, que o cinéfilo estava órfão de uma excelente adaptação de um romance/conto assinado por Stephen King. Consequência da venda desenfreada de direitos para qualquer pessoa física ou jurídica. Felizmente, o jejum é quebrado com “It: A Coisa”, que lá atrás, exatamente em 1990, já havia sido adaptado como minissérie e telefilme.

Há até ecos de “Conta Comigo”, pois o diretor Andy Muschietti recebeu de mão beijada um tratamento que trás um viés mais denso da história, no qual os jovens protagonistas vivem uma realidade cruel de abusos, preconceitos e as perdas prematuras. “It: A Coisa” é um filmaço e comento um pouco mais sobre a realização no vídeo a seguir.

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Resenha Crítica | Onde Está Segunda? (2017)

What Happened to Monday, de Tommy Wirkola

Noomi Rapace foi apresentada ao mundo com o impacto de um furacão da espetacular trilogia sueca de “Millennium“, iniciada com “Os Homens que Não Amavam as Mulheres” e procedida por “A Menina que Brincava com Fogo” e “A Rainha do Castelo de Ar”. Apesar da facilidade para conseguir novos papéis em língua inglesa, “Onde Está Segunda?”, desde a quinta-feira no catálogo da Netflix, é definitivamente a primeira grande oportunidade que recebe para fazer algo tão memorável e sem precedentes como aconteceu ao viver Lisbeth Salander.

O filme é todinho dessa sueca de apenas 1,63 m de altura, que se desdobra em nada menos que sete papéis. Veja o comentário na íntegra que preparamos exclusivamente no canal do Cine Resenhas no YouTube no vídeo a seguir. Aproveite e, caso curta o conteúdo, não deixe de se inscrever.

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Resenha Crítica | O Estranho Que Nós Amamos (2017)

The Beguiled, de Sofia Coppola

Desde a exibição no último Festival de Cannes, a imprensa tem propagado que “O Estranho que Nós Amamos” de Sofia Coppola é uma resposta feminina e feminista para a versão aparentemente machista do original dirigido por Don Siegel em 1971. Comparado os filmes, ambos adaptados do romance de Thomas Cullinan (até hoje não traduzido no Brasil), a afirmação parece não encontrar respaldo, sendo somente um caso de uma mesma história que recebe tons distintos pelas personalidades distintas de seus realizadores.

No vídeo a seguir, dou destaque para a versão atualmente em cartaz nos cinemas, mas também reservo uma parte para descrever o impacto ainda causado pelo clássico que traz Clint Eastwood como John McBurney, soldado inimigo resgatado por um grupo de mulheres abandonadas à própria sorte em plena Guerra Civil.

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Resenha Crítica | Annabelle 2: A Criação do Mal (2017)

Annabelle: Creation, de David F. Sandberg

Não se pode depositar expectativas que não correspondam a um filme que tem como premissa o inferno vivido por um casal atormentado por uma boneca de porcelana possuída por uma entidade diabólica. Dito isso, John R. Leonetti entregou o que prometeu com “Annabelle”, o primeiro filme solo da “personagem” que roubou a cena em “Invocação do Mal“.

Uma boa porcentagem não concorda e, ouvindo ela, o roteirista Gary Dauberman decidiu seguir uma boa saída já experimentada recentemente em “Ouija: O Jogo dos Espíritos”: se o original fez sucesso e foi massacrado pela crítica e público, investe-se em um prequel que tenha uma abordagem totalmente diferente. Pois deu certo outra vez e David F. Sandberg, vindo do desapontador “Quando as Luzes se Apagam“, surpreende ao compreender o fascínio pelo medo ao dominar os mecanismos para se criar cenas verdadeiramente apavorantes.

Assista o meu comentário na íntegra no vídeo a seguir. Aproveite para também se inscrever no canal, semanalmente atualizado com análises e entrevistas.

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Resenha Crítica | De Canção em Canção (2017)

Song to Song, de Terrence Malick

Antes um cineasta bissexto, Terrence Malick é agora um sujeito que filma sem parar. Quem vê um filme com a sua assinatura não precisará mais aguardar quase uma década por mais. Na verdade, nem precisa esperar por um ano. Mas algo se perdeu, pois o que antes parecia ser algo confeccionado com muito cuidado e delicadeza hoje não passa de repetição. De engodo mesmo, para ser bem franco.

“De Canção em Canção” é ambientado na cena musical de Austin, Texas, mas bem poderia ser uma reunião de recortes abandonados na ilha de edição de outras obras igualmente insípidas de Malick, como “Amor Pleno” e “Cavaleiro de Copas”. Veja no vídeo abaixo um apanhado da carreira do cineasta e a minha impressão geral sobre “De Canção em Canção”.

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Resenha Crítica | Gatos (2016)

Kedi, de Ceyda Torun

Os admiradores de gatos devem ficar com um largo sorriso durante cada segundo diante do documentário de Ceyda Torum. Também pudera. Muito mais do que fofos, essas criaturas de quatro patas têm personalidades tão particulares que só ampliam o interesse por observá-las.

Porém, muito mais do que equiparar a câmera para compreender o universo desses animais, Torum encontra um meio de enaltecer a figura humana. Afinal, se não fosse a nossa generosidade, virtude tão subestimada pela descrença que temos por nós mesmos, é bem provável que os gatinhos que acompanhamos aqui não estivessem vivos para compartilhar as suas andanças pelas ruas de Istambul.

Há comentário na íntegra feito com exclusividade no canal do Cine Resenhas no YouTube e até aproveitei para apresentar aos seguidores a Amélie Huppert, gata que está na família desde janeiro deste ano. Como vocês verão, não foi fácil gravar com ela.

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Resenha Crítica | A Decadência de Uma Espécie (1990)

The Handmaid’s Tale, de Volker Schlöndorff

O fato do serviço de streaming Hulu estar indisponível no Brasil não impossibilitou que os interessados pelo seriado “The Handmaid’s Tale” fossem impedidos de acompanhá-lo a partir de outros meios. Aposta certa na próxima edição do Emmy, o programa, que teve a sua primeira temporada encerrada na semana passada, continua dando o que falar por sua versão distópica assustadora, não muito longe da realidade em que vivemos.

O que poucos sabem é que essa história da canadense Margaret Atwood, publicada por aqui como “O Conto de Aia”, já havia sido adaptada – e para o cinema. Exibido em competição no Festival de Berlim, “A Decadência de Uma Espécie” teve uma recepção tão pálida que caiu no esquecimento com o passar dos anos. Volker Schlöndorff deve, portanto, muito a atração televisiva protagonizada por Elisabeth Moss, sendo desenterrada somente para saciar aos mais curiosos.

Confira a análise feita exclusivamente para o canal do Cine Resenhas no YouTube sobre “A Decadência de Uma Espécie”. Aproveite também para se inscrever para ser notificado sobre as próximas atualizações por lá.

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