Go Home, de Jihane Chouaib
Com 34 anos, Golshifteh Farahani tem se tornado a atriz iraniana mais reconhecida mundialmente desde que defendeu o papel feminino principal de “Rede de Mentiras”, thriller produzido em 2008 sob a direção de Ridley Scott e com os nomes de Leonardo DiCaprio e Russel Crowe estampando o cartaz. Melhor momento teve no ano seguinte em “Procurando Elly“, dirigido por Asghar Farhadi.
A transição por cinematografias culminou em 2012 no seu banimento em seu país natal pelo Ministério Iraniano da Cultura e Orientação Islâmica, que viu com olhos horrorizados a sua imagem nua em uma campanha da revista Madame Le Figaro. O acontecimento de modo algum interrompeu o fluxo de sua carreira, alternando com sucesso entre os blockbusters como “Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar” e “Êxodo: Deuses e Reis“, os indies americanos como “Paterson” e “118 Dias” e e as produções europeias como “A Pedra de Paciência” e “Frango com Ameixas”.
É a presença de Golshifteh que inclusive justifica e é usada como maior chamariz para o lançamento comercial no Brasil do drama “De Volta”. Trata-se justamente do único atrativo da realização dirigida e roteirizada por Jihane Chouaib, na qual interpreta Nada, libanesa que vive em Paris e que retorna à cidade onde nasceu. No regresso, depara-se com o seu lar em ruínas e sem uma resposta concreta sobre o desaparecimento do avô que a criou.
No processo de reerguer uma propriedade devastada pela guerra civil, vai se sentindo como uma verdadeira estrangeira nas interações com todos que a cercam, com muitos expressando o desejo de expurgá-la imediatamente, recepcionando-a com a pichação de “go home!”, expressão usada para afugentar imigrantes. Pena que esse sentimento de deslocamento não consiga expressar a maior preocupação de Chouaib: o de cutucar um coletivo empenhado em deletar permanentemente às barbáries de um passado recente.

Alex, adorei a resenha crítica para este filme e espero ter a oportunidade de conferir o longa.
CurtirCurtir
Talvez receba lançamento em streaming em algum momento, Kamila.
CurtirCurtir