Quando Chega o Outono (2024)

Enaltecer a versatilidade que François Ozon vem apresentando em uma carreira que já dura três décadas, além de sua gentileza em sempre enaltecer grandes atrizes veteranas do cinema europeu, é chover no molhado. Ainda assim, são virtudes muito especiais e que não passam batido em “Quando Chega o Outono”, onde volta a desenvolver uma história original com a sua autoria infalível e excelente direção de atores.

Entre a graça e a melancolia, o diretor desenvolve uma crônica misteriosa onde pais e filhos apontam os dedos uns para os outros como justificativa de suas vidas insatisfatórias ao mesmo tempo em que enxerga a possibilidade de formação de famílias perfeitas a partir de componentes que atravessam caminhos moralmente complicados – para não dizer outro adjetivo que possa fazer o espectador descortinar eventos e informações antes da hora.

Hélène Vincent e Josiane Balasko estão formidáveis como as melhores amigas idosas e solitárias que clamam pela presença de seus filhos em suas vidas pacatas e isoladas e Pierre Lottin (premiado em São Sebastião) é a peça fundamental para a virada de chave que experimentamos a partir do segundo ato.

No entanto, o grande destaque fica por conta de Ludivine Sagnier, com quem Ozon não trabalhava desde “Swimming Pool – À Beira da Piscina”, de 2003. Agora com 45 anos, a atriz nunca esteve tão bela e madura em cena e está comovente como a filha ingrata que só procura pela protagonista com propósitos financeiros.

★★★★
Direção de François Ozon
Em exibição nos cinemas (Pandora Filmes)

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